terça-feira, 25 de setembro de 2007

TEM MONGE BUDISTA PERDENDO A CALMA (Samuel Rangel)

Neste mês de setembro, publiquei alguns textos aqui neste blogue, dentre os quais, não raramente falei de coisas que retratam um mundo doente. No texto “EU SEGUNDO ESSE IDIOTA - MINHA AUTOBIOGRAFIA”, falei dos nossos conflitos internos. No texto “ESTAMOS DOENTES” falei de conflitos entre pessoas de bem. Falei da loucura de nosso dia a dia em “SEM TEMPO”. Não esqueci de falar da “VERGONHA DE SER BRASILEIRO”, como se tentasse ratificar o que havia falado no texto “Já Havíamos Falado de Calheiros”. Tentei fazer uma homenagem a Juan Mann em “FREE HUGS”. Irritei-me com perguntas sobre políticos no irreverente “Há quem goste de piiii, mas há aqueles que preferem...” E assim por diante.

Mas não pude pintar com todas as cores a loucura que vejo no mundo. Também pudera. Quem preveria o insólito?

Hoje percebo que Ahmadinejad, o Presidente do Irã discursa na Universidade de Columbia em plenas dependências da “Delegacia do Mundo”. E isso só aconteceu em função de um convite provocativo do não tão magnífico Reitor daquela Universidade. O pior é que e o mal educado ainda é o Reitor, apesar de uma porção de besteiras no discurso. Mas o presidente do Irã não perde a oportunidade de pedir para visitar o lugar onde “ficavam as Torres Gêmeas”. O presidente Venezuelano começa a parecer uma mistura de “Lorde Inglês” com “Escoteiro” nessa situação.

Tentamos nos desvincular do mundo político, e como bom brasileiro, penso em futebol, mas sem saber ao certo como comentar as denúncias contra Dualib.

E vendo o Calheiros rosnar agarrado ao osso da cadeira da Presidência do Senado, fico sem ter as palavras certas para definir este quadro que aí esta, olhando para os brasileiros em silêncio.

Como agora, para ser empacotador das lojas Renovar já é necessário ao menos um curso de especialização para os bacharéis em direito, vejo que o povo não tem tempo de se manifestar. O povo brasileiro não tem condições financeiras de se irritar. Ele precisa se dedicar ao seu desenvolvimento profissional para continuar com seu subemprego, seu subsalário, agüentando aquela mercadoria de subchefe achar que tudo que ele "subfaz" está super errado, mas para ao menos continuar subsistindo neste "subpaís" de "submerda".

Mas isso pode mudar.

Tem gente aí que tem que botar as barbas de molho.

A passividade desse povo brasileiro só era comparada à paciência de um Monge Budista.

Se entre as suas maracutaias algum político teve tempo de assistir, que reflita. Se não teve, que leia agora.

Hoje assisti o inacreditável, em plena tela de minha televisão de canal aberto: Manifestações de Monges Budistas no Myanmar, antiga Birmânia . Dentre as suas reivindicações esta a soltura de Aung San Suu Kyi, a vencedora das primeiras eleições no país, que está detida há 11 anos. Esta senhora aí, não é nada mais nada menos que a vencedora do prêmio Nobel da Paz.

Em minhas conversas de boteco com meus amigos, sempre que quis definir a paciência em sua máxima existência e proporção, referia-me à “paciência de um monge budista”. Pois não é que até eles perderam a paciência. E assistimos isso como se fosse apenas mais uma matéria de um dos tantos telejornais diários.

Não. Pelo Amor de Deus não!!!!!!

Não se trata de apenas mais uma notícia. Pare e pense, quando foi que você imaginaria uma fila de mais de mil e quinhentos monges puxando a revolta de uma multidão de mais de cem mil pessoas.

Isso!

Um monge.

Aqueles que vestem aquela roupa laranja.

Exatamente!

Aqueles carequinhas que em todos os filmes aparecem fazendo “AHUMMMMMMMM AHUMMMMMMMM AHUM !!!!!!

Quem sabe o mundo esteja perdendo a paciência.

E o mundo não vai bem.

Quando o prêmio do Nobel da Paz vai para a prateleira de alguma cadeia (ainda que seja domiciliar), até monge budista se revolta.

A continuar a passividade desse povo brasileiro, quem sabe um dia os monges liderem uma revolução moral neste país.

É isso Renan Calheiros?

É isso Lula?

É isso Dualib?