domingo, 5 de julho de 2009

Uma suposta Ervilha, um suposto velório e Michael Jackson


Num universo paralelo, entre Gotan City e Neverland ...

Os organizadores do mega super power plus funeral do mega star super power pop Michael Jackson, reuniram-se para decidir os detalhes do velório. Após cerca de dez horas de reunião, um deles levantou uma séria questão.

- Ok. Tudo certo, porém, os colegas não consideraram um problema. Levando em conta a verdadeira fanatismos em relação ao defunto, é muito sério o risco de que algum fanático, pertencente a alguma seita estranha, levado pela emoção, possa desenvolver um plano para roubar o corpo do ídolo. Nesses tempos de Internet, se a luva do ídolo pode valer mais de um Milhão de dólares, quanto valeria o corpo dele?

A sala ficou em silêncio, e todos calados passaram a avaliar a questão.

O Cenógrafo do evento sugeriu que o corpo fosse exposto em uma redoma de vidro, ou de cristal, porém, o diretor do evento entendeu que aquilo ficaria muito Disney, e poderia ser feita alguma associação ao clássico Branca de Neve.

O Iluminador, disse que a solução poderia estar na iluminação, utilizando um boneco de cera no lugar do falecido.

Todos perceberam que algum problema poderia surgir com a família, e abortaram o plano.

O sonoplasta disse que poderia manter a música num volume tão alto que atordoaria os presentes a ponto deles não conseguirem identificar o corpo, mas a idéia foi repudiada em função de um vizinho do ginásio que sempre chama a polícia em grandes shows.

A reunião se arrastou por horas, até que o zelador que juntava os copinhos de café no chão da sala, pediu a palavra.

Cansados e sem reação, os organizadores levantaram os olhos e deram de cara com o zelador meio bêbado, agarrado a uma garrafa de Jack Daniel’s.

- Gente! Vocês estão indo pelo caminho errado. Se vocês parassem para tomar uma cerveja, perceberiam que a solução a simples. Com o tanto de cirurgias que Michael Jackson fez, vocês podem colocar qualquer coisa no caixão que passa por ele. Além disso, pelo tempo que ele ficou sem se expor, ninguém vai duvidar de que qualquer coisa pode ser o corpo de Michael Jackson. Larga mão de ficar aí se matando de pensar, e joga logo uma ervilha no caixão. Garanto que ninguém vai notar.

O psicólogo contratado para prospectar a reação das pessoas no velório, balançou a cabeça e apoiou a idéia do faxineiro. Todos ficaram estupefatos, mas como não havia outra solução e o velório teria que começar, assim fizeram. Uma ervilha dentro de um caixão e mandaram para o ginásio.

Por mais incrível que pareça, as pessoas passavam pela ervilha e tinham surtos de choro e grito. Alguns chegavam a se jogar no chão, outros desmaiavam verdadeiramente. O diretor do evento de pronto chamou o psicólogo, e passou a elogiá-lo, propondo-se a dividir os milhões de lucro que teria com o evento.

O psicólogo por sua vez, mandou chamar o faxineiro e o contratou para trabalhar em sua casa, e todos ficaram ali, olhando em silêncio aquela multidão chorar em volta da ervilha.

Passadas algumas horas do sucesso, a família de Michael Jackson chegou ao velório. O pai de Michael passou pelo caixão e nem se deu conta, pois acenava para as câmeras de televisão e anunciava o lançamento de sua gravadora.

Os irmãos de Michael passaram sem notar qualquer problema, pois nem olharam para o caixão. Todos eles estavam mais preocupados com os próprios familiares, temendo que algum deles retirasse algo do caixão como herança.

Quando a mãe de Michael chegou o silêncio tomou conta do Ginásio. Ela se aproximou do caixão, curvou-se, deu um beijo na ervilha, e prontamente levantou os olhos na direção da organização do evento.

Todos da organização se desesperaram. A mãe de Jackson havia descoberto a farsa. Uma correria se instalou no camarote. Som de garrafas quebrando, vasilhas de pipoca para o alto, gente vestido a roupa pelas metades. Realmente a coisa havia complicado.

O organizador, puxando o psicólogo pela orelha e com a mão nos fundilhos do faxineiro, correu para a sala da administração do ginásio. Pelo rádio da organização, homens de preto gritavam: Ela está subindo! Ela está subindo, e pelo jeito está furiosa.

Os três sentaram-se à administração. O diretor estava tenso, porém, o psicólogo muito tranqüilo acendeu um charuto e sentou-se cruzando as pernas. Por força do hábito, o zelador tirava pó da prateleira bebendo seu Jack Daniel’s. O diretor não se conteve e gritou: - Ok. Eu vou me ferrar com essa farsa, mas vocês estão ferrados também. Eu juro que vou acabar com a vida de vocês, nem que para isso eu tenha que passar o resto da vida na cadeia. Como é que vocês pretendiam enganar a mãe de Michael Jackson com uma ervilha?

O psicólogo e o zelador permaneceram em silêncio, até que a porta se abriu abruptamente e a imagem da mãe de Michael começou a disparar todos os tipos de impropérios que são sucesso no Brooklin Enquanto o diretor ameaçava uma desculpa, psicólogo e zelador olhavam a estatua de Michael Jordan na estante. A mãe então mais contida, após parar os palavrões, começou a falar:

- O que é isso? Vocês devem estar de brincadeira “Móder Foquer”. Vocês resolvem fazer uma piada dessas no velório do maior ídolo da terra? “Sãlifabitien”. Como é que vocês tiveram uma idéia dessas? “Quicesmaiés” Eu vou processar vocês.

Enquanto o diretor começava a tentar inventar uma desculpa, ela deixou escapar:

O velório da maior estrela do mundo, e vocês são incapazes de fazer uma maquiagem decente no Michael? Custava alguma coisa perto disso tudo que foi feito? Uma maquiagem? Olha lá ... veja como ele está verde!

.....

Moral da história? Independentemente do talento de Michael Jackson ou de quantas crianças “Nunca” foram molestadas na “Terra do Nunca”, quando a mídia quer que você idolatre uma ervilha, a ervilha vira uma estrela.