Caso não seja mais uma daquelas rasteiras que me aplica a memória vez por outra, acho que era o ano de 2002. Um bar vazio não destoava de tantos outros na fria Capital Paranaense. Música ao vivo? Isso era privilégio de Bar com muita história, e somente nos finais de semana. Tudo isso era fruto de um “Tsunami”, umas espécie de praga que seis anos antes havia contaminado a noite curitibana.
Os músicos e seus violõezinhos com “Capitadores Sound de Boca”, já andavam pelas filas do desemprego. Aqueles colegas músicos de boemia que tanto tinham animado bares como o Padoc, Sarinha, Beco, Traditional Jazz, Lancelot e Londow, Galeira A, Feitiço, John Bull, Espalhafatos, Gambiarra, Nostravamus, Rabecão, Beco do Escunizzo, Esquina, Rainha Careca e etc., onde estariam?
Nos anos que se seguiram comecei a encontra-los vendendo consórcio de motos, ou mesmo nos banco para lá do balcão. Alguns gordos e corados, diferente do tempo das noitadas, mas todos, sem exceção, sem aquele brilho no olhar que a lua lhes dera no decorrer da noite.
E provavelmente o leitor diga que estou mudando de assunto, pois não revelei o Tsunami que varreu os cantadores para fora da noite. Claro que sim. Revelei no próprio título. Nada foi tão mais cruel com os músicos de Curitiba quanto a Maldição Amaldiçoada do Karaokê Maldito.
Carlão, Half, André, Jéferson, Pimenta, e mais uma multidão de artistas, estavam indo embora da noite Curitibana. Alguns foram recebidos como heróis na Suíça e em Nova York.
Mas como eu havia deixado a música profissionalmente há algum tempo, não tomei para mim as dores, embora aquele som de teclado e aquela bateria eletrônica dos arranjos horríveis de Karaokê, me trouxessem um certo desconforto. Era uma boa oportunidade para deixar de ser boêmio, mas com uma Skol gelada no copo, até Karaokê eu topo.
Assim foi até que um dia resolvi aperta um “33 qualquer coisa” e cantar uma música de Oswaldo Montenegro. Até que ficou razoável, mas ao final, uma loteria de números começou a girar até que repentinamente veio a nota “69”. Embora o número fosse sugestivo, o que me magoou foi a frase que acompanhou a nota: “Tente com mais vontade na próxima”.
Eu poderia até escrever oitenta e sete palavrões com o que me vem à cabeça nesta lembrança, mas para que meu blogue continue sem censura, eu me abstenho.
E foi assim, recebendo notas piores do que tive na escola pelos karaokês que passava. E quanto mais tentava, mais me ferrava. Houve situações de músicas que tirei abaixo de cinco. Então imaginei que minha relação com o Karaokê era muito semelhante com o Direito Romano. Eu teria que fazer durante quatro anos para poder passar uma vez ao menos.
Emprestei então da tia, da irmã, de uma amiga, de uma prima, da ex-namorada, de um primo de um cara que não conheço direito e esqueci o nome, um dicionário Japonês para Português.
Corri até a letra “K” e achei a tradução:
Kara – Kara é cara mesmo, só que com k.
Okê – Okê é uma seita que surgiu 500 A.C., chefiada por Tifuko Kadacara que perseguia e destruía todos os músicos que encontrava, moral e fisicamente. Segundo historiadores, Tifuko era um guerreiro que tinha uma namorada bem safadinha que resolveu um dia ter um rolo com um músico, dando origem ao ódio mortal que é doutrina Exegética e dogmática da seita. Nos dias de hoje, Okê significa: Escuta aqui seu cantor de m_rd_a. Se você é músico nos vamos de f_d_r se F_lh_ da P_t_ fura olho desgraçado.
Exatamente por isso descobri que esse Tifuko ainda anda prejudicando muito músico por aí.
Só para se ter idéia, nas sexta após o Carnaval eu estava tocando no Bar do Ítalo. Lá existe um aparelho de Karaokê que ele respeitosamente não liga quando estou lá. Mas é o mesmo aparelho que ele usa para rodar os DVDs durante os intervalos da música ao vivo.
Desci da banqueta alta e fui até o balcão pegar minha Skol. O Marcelo colocou o DVD do Roupa Nova para tocar. Ouvindo a música e o Ítalo comentávamos sobre a produção daquele show, elogiando sempre o arranjo vocal do Roupa Nova.
Passadas três ou quatro músicas, o DVD começou a exibir a música Sapato Velho, da qual eu me considero um admirador incondicional. Aquela música seria o máximo mesmo se fosse gravada por Chitãozinho e Xororó.
Ao final da música, o Karaokê começa a rolar aqueles números de nota novamente. Eu e Ítalo nos olhamos incrédulos.
Ao final de algum tempo, veio a nota:
71! Parabéns. Você é quase profissional um cantor profissional!
Inacreditável, mas é verdade.
Esse Tifuko apronta cada uma.
Mas convidamos os Capuchinhos para benzer a casa.
Lembre-se que:
Segunda Sem Lei é no Botequim (Vicente Machado, 758), e na sexta a noite, é Espaço A!
Por que a sexta é no Espaço A? Por que depois de Sexta a noite já é sábado de tarde.
Um abraço a todos.
Os músicos e seus violõezinhos com “Capitadores Sound de Boca”, já andavam pelas filas do desemprego. Aqueles colegas músicos de boemia que tanto tinham animado bares como o Padoc, Sarinha, Beco, Traditional Jazz, Lancelot e Londow, Galeira A, Feitiço, John Bull, Espalhafatos, Gambiarra, Nostravamus, Rabecão, Beco do Escunizzo, Esquina, Rainha Careca e etc., onde estariam?
Nos anos que se seguiram comecei a encontra-los vendendo consórcio de motos, ou mesmo nos banco para lá do balcão. Alguns gordos e corados, diferente do tempo das noitadas, mas todos, sem exceção, sem aquele brilho no olhar que a lua lhes dera no decorrer da noite.
E provavelmente o leitor diga que estou mudando de assunto, pois não revelei o Tsunami que varreu os cantadores para fora da noite. Claro que sim. Revelei no próprio título. Nada foi tão mais cruel com os músicos de Curitiba quanto a Maldição Amaldiçoada do Karaokê Maldito.
Carlão, Half, André, Jéferson, Pimenta, e mais uma multidão de artistas, estavam indo embora da noite Curitibana. Alguns foram recebidos como heróis na Suíça e em Nova York.
Mas como eu havia deixado a música profissionalmente há algum tempo, não tomei para mim as dores, embora aquele som de teclado e aquela bateria eletrônica dos arranjos horríveis de Karaokê, me trouxessem um certo desconforto. Era uma boa oportunidade para deixar de ser boêmio, mas com uma Skol gelada no copo, até Karaokê eu topo.
Assim foi até que um dia resolvi aperta um “33 qualquer coisa” e cantar uma música de Oswaldo Montenegro. Até que ficou razoável, mas ao final, uma loteria de números começou a girar até que repentinamente veio a nota “69”. Embora o número fosse sugestivo, o que me magoou foi a frase que acompanhou a nota: “Tente com mais vontade na próxima”.
Eu poderia até escrever oitenta e sete palavrões com o que me vem à cabeça nesta lembrança, mas para que meu blogue continue sem censura, eu me abstenho.
E foi assim, recebendo notas piores do que tive na escola pelos karaokês que passava. E quanto mais tentava, mais me ferrava. Houve situações de músicas que tirei abaixo de cinco. Então imaginei que minha relação com o Karaokê era muito semelhante com o Direito Romano. Eu teria que fazer durante quatro anos para poder passar uma vez ao menos.
Emprestei então da tia, da irmã, de uma amiga, de uma prima, da ex-namorada, de um primo de um cara que não conheço direito e esqueci o nome, um dicionário Japonês para Português.
Corri até a letra “K” e achei a tradução:
Kara – Kara é cara mesmo, só que com k.
Okê – Okê é uma seita que surgiu 500 A.C., chefiada por Tifuko Kadacara que perseguia e destruía todos os músicos que encontrava, moral e fisicamente. Segundo historiadores, Tifuko era um guerreiro que tinha uma namorada bem safadinha que resolveu um dia ter um rolo com um músico, dando origem ao ódio mortal que é doutrina Exegética e dogmática da seita. Nos dias de hoje, Okê significa: Escuta aqui seu cantor de m_rd_a. Se você é músico nos vamos de f_d_r se F_lh_ da P_t_ fura olho desgraçado.
Exatamente por isso descobri que esse Tifuko ainda anda prejudicando muito músico por aí.
Só para se ter idéia, nas sexta após o Carnaval eu estava tocando no Bar do Ítalo. Lá existe um aparelho de Karaokê que ele respeitosamente não liga quando estou lá. Mas é o mesmo aparelho que ele usa para rodar os DVDs durante os intervalos da música ao vivo.
Desci da banqueta alta e fui até o balcão pegar minha Skol. O Marcelo colocou o DVD do Roupa Nova para tocar. Ouvindo a música e o Ítalo comentávamos sobre a produção daquele show, elogiando sempre o arranjo vocal do Roupa Nova.
Passadas três ou quatro músicas, o DVD começou a exibir a música Sapato Velho, da qual eu me considero um admirador incondicional. Aquela música seria o máximo mesmo se fosse gravada por Chitãozinho e Xororó.
Ao final da música, o Karaokê começa a rolar aqueles números de nota novamente. Eu e Ítalo nos olhamos incrédulos.
Ao final de algum tempo, veio a nota:
71! Parabéns. Você é quase profissional um cantor profissional!
Inacreditável, mas é verdade.
Esse Tifuko apronta cada uma.
Mas convidamos os Capuchinhos para benzer a casa.
Lembre-se que:
Segunda Sem Lei é no Botequim (Vicente Machado, 758), e na sexta a noite, é Espaço A!
Por que a sexta é no Espaço A? Por que depois de Sexta a noite já é sábado de tarde.
Um abraço a todos.
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