Estive pensando, e pode acreditar que apesar da loucura do dia a dia, as vezes ainda consigo fazer isso. Na qualidade, ou falta dela, de dono de bar, sempre tive a intenção de levar ao público frequentador boas atrações. E como tenho forte ligação com o teatro de comédia, meu sonho sempre foi trazer para o palco da Cervejaria um show de Stand Up Comedy. Quem sabe um dia eu ainda consiga trazer alguém do gabarito de Rafinha Bastos, ou mesmo, o hilário Marco Luque. Mas isso é coisa para se pensar quando exista algum dinheiro em caixa, que cá entre nós, e o resto da internet também, é cosia rara, exceto nas gavetas mágicas de Brasília.
Tenho que, na melhor forma de herói Brasileiro, sem poderes e sobrevivente da “Gripe do porco” (tem gente dizendo que essa girpe nem é tão ruim, se for considerado o número de argentinos que ela já matou – mas isso é muito sarcasmo), que encontrar algo dentro das possibilidades do meu bar, como por exemplo, algum tupiniquim como eu, daqueles que tem cinco ou seis empregos para pagar o imposto de renda. Quem sabe um advogado, escritor, corretor de imóveis e consultor sentimental, ou coisa que o valha, que possa cobrar um cachê pequeno, ou mesmo se apresentar pelo couvert artístico.
E nessa odisséia, quem sabe eu tenha encontrado uma solução interessante. Um cara engraçado, ou palhaço mesmo, que tenha alguma outra ocupação rentável?
Já sei! Encontrei o cara ideal!
Luiz Inácio Lula da Silva.
Vou convidar o vosso presidente (e não adianta querer chamar de meu também, pois embora anarquista, eu não votei nessa anarquia). Exatamente isso. Imagino o neon que ainda nem consegui comprar, piscando frenético na frente do meu bar anunciando: “Esta Noite Show com Luiz Inácio e convidados”. Os convidados poderiam ser alguns ministros, deputados, senadores, presidente de CPI, de Conselho de Ética, ou outro palhaço qualquer que faça parte da crônica tragicômica da política da Terra de Vera Cruz. Mas considerando que nessa terra quem carrega a cruz é nossa clientela, creio que a comédia poderia descer amarga, feito pizza de giló.
De qualquer forma, fica aí o convite para o senhor presidente. Já que se tem demonstrado um comediante em meio à tragédia, embora seu humor seja de gosto discutível, quando passar por Curitiba novamente, se a gripe do porco não levar vosso espírito para o raio que o parta, dá uma passadinha em nosso bar.
Se por um lado administrar o país não é seu forte, sei que manda bem nos goles. Ao menos é o que dizem na imprensa. Essa mesma imprensa que tem divulgado o seu alto índice de popularidade. Aliás, para o sucesso de um bom comediante, a popularidade é tudo.
Ao menos venha beber conosco para saber o que nossa clientela pensa dessa sua figura. Mas venha sem seguranças. Assim como sem seguranças estão os trabalhadores, as vtítimas de balas perdidas e mais uma porção de vítimas ao abandono de Brasília. E se espirrar daqui meia hora, Saúde! Não que alguém lhe deseje isto, mas é para o senhor lembrar que a saúde pública não é comédia.
IMPORTANTE. É de se pedir desculpas a Rafinha Bastos e Marco Luque, lembrando que não desejamos em momento algum, comparar vosso trabalho honesto com o de nosso presidente.
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