Na sexta-feira resolvi faltar aula de Produção Teatral (desculpa aí George Sada), para torcer pelo meu Glorioso Verdão, que na realidade é alviverde e não anda tão glorioso assim, exceto o mês de setembro de 2007, que até então fechava com o time invicto.
Fui ao bar do Ítalo (aliás, uma boa pedida), que assinou o Brasileirão, assistir confortavelmente Coxa x Ipatinga na belíssima televisão de plasma de uma porrada de polegadas.
Para não assistir sozinho, convidei o Boto a sentar-se perante a televisão. Boto só não é o cara mais pessimista do mundo em função de que ele acha que nunca conseguirá ser o primeiro. Aí faltou um pouco de otimismo ao meu amigo.
Começa o jogo, e o Boto suspeita de uma derrota.
Passamos o primeiro tempo ali, torcendo, inclusive para que não se repetisse a bola na trave do primeiro tempo. Ao final do primeiro tempo é hora de passar o som, pois depois da partida iríamos tocar.
Ao plugar as tomadas no filtro de luz, a tomada da televisão soltou em função da gambiarra na ligação. Despreocupados, ligamos óbelo aparelho novamente, que depois de dezenas tentativas registrava na tela a informação SEM SINAL.
Após passar quase meia hora tentando, resolvi então ir para o outro salão, onde existe uma televisão menor. Convidei o Boto, mas ele achou melhor não ir. Era bem provável que se ele fosse a outra televisão queimaria. Como é um bom amigo de Ítalo, resolveu ficar no salão sem televisão.
Quando mudei o salão, peguei uma cadeira de fundo, e lá fiquei vendo o relógio passar correndo em direção a um empate.
Faltavam menos de quinze minutos para o final da partida quando entra nosso amigo Márcio, que faz a percussão para a banda. Ele é um atleticano fanático, mas ao menos tem boa saúde.
Márcio, rivalizando de pronto com o torcedores do Coxa, informa que o Coxa vai perder. Nessa hora eu até agradeci a abnegação de Boto que havia ficado na outra sala, pois se ali estivesse, com certeza a coisa ia acontecer.
Então, após alguns lances de perigo para ambos os lados, o árbitro expulsa Gustavo. O Márcio vibrou nesta hora.
Poucos segundos depois o juiz vê um pênalti que poucas vezes se viu a favor do Coritiba. Márcio diz que não foi.
Anderson Lima vai cobrar. Márcio diz que ele vai errar. Anderson cobra e o goleiro pega. Márcio sai comemorando.
Mas o que ele não viu é que o juiz tinha anulado, pois o goleiro havia se mexido antes da cobrança. A cobrança será repetida.
Nesta hora olhei bem para o braço do Márcio e pensei: sozinho não dá. Vi em uma mesa próxima um torcedor Coxa que mais parecia o armário do time, inclusive com a sapateira.
Arrisquei minha sorte. Levantei-me, peguei Márcio pelo braço e levei-o para fora do bar. Tranquei a porta.
E lá foi Anderson Lima para nova cobrança.
Anderson cobra e o goleiro pega. Ao ver minha expressão, Márcio sai comemorando do lado de fora do bar. E no meio da comemoração não pode ver que o juiz mandou voltar.
Nesta hora pensei. Vou mandar o Márcio entrar. Não deu certo com ele lá fora.
Anderson Lima vai cobrar. Márcio diz novamente que ele vai errar. Anderson cobra e o goleiro pega, mas no rebate o juiz anula o gol de Anderson. Márcio sai comemorando.
Na quarta cobrança, quando eu já achava que Anderson deveria cair e simular uma contusão, Márcio fala que aquilo é um roubo.
Anderson Lima vai cobrar. Márcio diz que ele vai errar. Anderson cobra e ...
GOL.
Márcio sai reclamando, e eu e os torcedores do Coritiba, comemorando.
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