quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A BRUTALIZAÇÃO DO SER HUMANO por Samuel Rangel

O ano é 2007, e mal chegamos ao seu terceiro mês, os jornais já nos encheram de manchetes estapafúrdias e traumatizantes, revelando um grave processo de brutalização do ser humano. E não seria impróprio começar pela história de João Hélio, que foge ao entendimento médio, criando em nossas mentes a imagem e o universo de dores e sentimentos pelos quais aquele menino deve ter passado.

Depois falaríamos das vítimas de balas perdidas, que por serem tantas, acabam passando ao anonimato, cujos nomes não se permitem lembrar em nossas meditações. Chegaríamos então aos onze policiais militares do Rio de Janeiro, assassinados em apenas oito dias, mas que ao longo do ano já passam de trinta.

Desta forma, fica bastante claro que o momento é único, e nos revela um grau de barbaria experimentado apenas na época das Cruzadas ou nas batalhas de Drácula que empalou milhares de homens e mulheres. E nós, em frente as televisões de plasma, portando belos celulares e digitando nossos charmosos computadores, vivemos em silêncio aquelas barbáries de outrora.

De que nos valeram esses avanços se hoje buscamos nossa felicidade em uma “Secound Life”? Será que perdemos a capacidade de viver em comunidade?

Se analisarmos bem, mal conhecemos nossos vizinhos, e quiça, mal conhecemos nossos parentes. Aliás, essas operações da Polícia Federal, prendendo “mega traficantes”, desmantelando máfias, e tornando chique as suas carceragens, com a presença de pessoas que desfilavam nas patéticas colunas sociais de nossos jornais, mais parece um programa do tipo “CONHEÇA SEU VIZINHO”.
Ao trânsito caótico, contemplamos todos os dias cenas de filmes americanos, em que as agressões e a hostilidade chegam a nos chocar. Tantas são as amizades que se desfazem por causa de dinheiro que corrompe sociedades de confiança. E sobre o tal dinheiro, nos dedicamos tanto ao trabalho que nossos filhos passam a ficar na prateleira, vez por outra, levados a passear em um ou outro domingo, mas substabelecemos a paternidade e a maternidade às Babás.

O mês já é agosto. E agora? Com a morte de Ana Carolina Caron o que falaremos aos seus pais?
O que aconteceu conosco?

Cada um de nós, cada cidadão na sociedade inserido, está submetido a um grau de estresse nunca antes experimentado. E na surpresa do inusitado, percebe-se que a criminalidade aumenta pela brutalização do relacionamento humano.

Com o crescimento da criminalidade, ainda com mais brutalidade a sociedade exige a intervenção da polícia, muitas vezes já brutalizada pela própria natureza, e que ao agir nos limites extremos, acaba sendo criticada por eventuais excessos. E assim, policiais submetem-se a execração da opinião pública concebida nos editoriais dos mais irresponsáveis jornais, que há muito trocaram o dever de informação pelo prazer da arrecadação. Caso de polícia que a sociedade ensandecida empurra aos solavancos até os tribunais.

E ali, os casos encontram juízes, que as vezes partilham de nossa realidade em seu café da manhã. Lêem as notícias que lhes despertam especial severidade. Uma severidade que nem sempre se vê nos casos onde os réus são juízes ou promotores.

Agora o Juiz indignado condena tanto marginais quanto policiais – estes a penas que beiram o suplício, aos extremos da Lei, demonstrando que claramente não existe mais espaço para a complacência, principalmente com policiais que delinquem aos olhos da sociedade.

E lamentavelmente, complacência que é justamente o que falta aos criminosos que deram início ao ciclo vicioso, e agora resgatam e saboreiam a deliciosa e doentia vingança ao policial que outrora estava no grupo adverso, aquele que o prendeu, mas que pela ironia do trágico destino, agora divide a mesma cela, onde a brutalidade é semente implacável da certeza que tudo continuará a seguir o mesmo rumo, em um declínio que aponta ao caos.

Por outro lado, ao mesmo tempo que a brutalização incandesce a opinião pública, ela traz um enrudecimento em cada indivíduo, que não tem mais a sensibilidade de fraternizar com o sentimento e o sofrimento alheio, fazendo cada cidadão assistir o suplício de João Hélio em silêncio

Por qual razão não reagimos?

Quem sabe por estarmos desenvolvendo inconscientemente a impressão de que aquilo que esta nas telas de televisões e computadores não passe de uma “Secound Life”.

Lamentável.

Samuel Rangel

terça-feira, 28 de agosto de 2007

UM CONVITE DO PASSADO por Samuel Rangel

E quem não revira velhos textos?
Quem não abre cartas antigas?

Pois é.

Quem sabe por isso, e revirando essas preciosidades, encontrei um "convite" que fiz aos amigos para participarem da gravação do CD Frutos do Bar, da nossa gloriosa Banda The Best Big Beautiful Black Brooklin Brothers Blues Band.

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22 de Março de 2006 15:22
É HOJE !!!!!!!!!!!!Vamos Tocar um violão!!!!!! Então? Frutos do Bar. Que tal? Vai ficar em casa empilhando os Bancozitos? Vai visitar a sogra? Nada disso.Para chegar lá, acompanhe os passos:

1) Vista-se;
2) Pegue a p..... da chave do carro (se não tem carro ligue para um amigo, e se não tem amigo .... se mate);
3) Chegando no centro de Curitiba localize-se em relação a norte, sul, leste e oeste. Conseguiu? o bar fica na região leste desta p.... de cidade;
4) Como isso não é suficiente, procure a rua Augusto Stelfeld (essa é melhor pois é mão única);
5) Dirija seu carro não direção do fluxo, e de forma persistente vá até o final da Rua Agustto S.;
6) Meu Deus!!! Uma praça? Sim amigo, você está na praça do Hospital Evangélico. Muita calma nessa hora. Se estiver nervoso pegue uma sacola de mercado e respire durante dois minutos dentro dela;
7) Continue então seguindo o fluxo, mas na primeira oportunidade vire a direita (direita é aquela da mão que a maior parte escreve - se você for sinistro, ponha a mão que você usa para escrever na orelha e vire na direção da outra orelha);
8) Sim! Você verá um sinal, sinaleiro ou semáforo (luminoso quem sabe), e nele você entrará à esquerda. Compreendeu? Se não compreendeu use o modo reverso da instrução número 7;
9) Parabéns!!!! Você é profissional. Já chegou a Alameda Princesa Izabel!!!! Então acelere esta coisa que você chama de carro e siga o fluxo. Aprecie o Passeio. Ao seu lado direito surgirá a Igreja dos Passarinhos. Faça o sinal da cruz e continue. Bonito não?
10) Após a igreja você verá um sinal. Não faça nada. Siga em frente se o sinal estiver aberto. Esta vendo o declive. Tire as mãos do volante e grite Uh! Uh!;
11) Atenção agora, começou o aclive, ponha as mão novamente no volante e veja lá em cima um sinal de trânsito. Chegou nele? Então cruze o sinal e verá um posto;
12) Freie esta mer...., Freie. Vamos freie logo. Você chegou. Não viu? Olha a sua direita. Não viu ainda? Então vá visitar sua sogra e empilhar baconzitos;Mande um abraço a ela.Um abraço Ps.: Frutos do Bar é um boteco que vende Frutos do Mar. Entendeu? O horário da música hoje vai das 19 as 23 h.Ok?
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Então ...

As coisas realmente mudaram. O Frutos do Bar não existe mais, e a rua mudou de mão, mas ao menos se pode entender o bom humor que é a marca registrada daquele CD.

Não tem o CD? Entre em contato.

Samuel Rangel

MENSALÃO por Samuel Rangel

Agora, enquanto em Brasília se discute o recebimento ou não da Denúncia dos "Denunciados"* na CPI do Mensalão, resolvi percorrer meus arquivos e descobrir o que escrevi na época. Encontrando este texto, publico-o agora para reavivar minha indiganção.

"Enquanto organizava os boletos bancários que venceram minha perspectiva, liguei a TV, e para minha surpresa, em meio a absurdos que gritavam alguns deputados e senadores, um indivíduo desprovido de cabelo, vestindo um terno de U$ 6.500, dava seus esclarecimentos sobre os contratos que tem com o Governo.

Mesmo meio desatento, ao que pude somar rapidamente, era uma importância superior a R$ 500.000.000,00. Percebendo que este tanto de zeros eu não consegui tirar na escola (e eu me esforcei), resolvi prestar mais atenção no indivíduo, pois, quem sabe ele pudesse me dar uma pista de como ao menos arrumar o dinheiro para pagar minhas contas.Foi o maior erro que cometi na vida.

Quando comecei a analisar o vernáculo do miliante, um certo desespero me tomou de assalto. Junto com isso, cheguei a ter vontade de bater em meu pai e até em minha mãe, pois lembrei com amargura todas as vezes que eles me falavam: você tem que estudar para ser alguém na vida. Já me bastava saber dos olerites de jogadores, para saber que qualquer time de segunda divisão me pagaria melhor que o Direito, e para minha tortura, escuto aquele ignorante (e arrogante também) falando de dinheiro que nem a máfia tem. Ops! Mas ele é da Máfia?

Pois bem. Eu, Samuel Rangel, Advogado e Músico, Ator, Marceneiro e Mecânico de Buggy, tive a triste certeza de que não poderia fazer nada. Porém, como me permite a articulação da lingua portuguesa pelo Sr. Marco Valério, eu resolvi tirar o S do primeiro nome dele. Sim. Foi o máximo que consegui em minha revolta. Qual o motivo? Ora meus amigos, eu ouvi ele dizer: Os Contrato do Banco do Brasil. Os Contrato do Governo de Minas. Os Contrato disso, que ele ganhou naqueles encontro, naqueles dia que ele fez as viagem, para aquelas oito cidade ...Já que ele não sabe usar o "S" no mais sórdido plural, eu, pelos poderes que o ódio me investe, em nome de todo o nojo que sentimos, declaro: Marcos Valério, haverá de ser chamado simplesmente de Marco Valério.

Um triste marco na história do Brasil e da Cultura."

* Destaquei a Denúncia dos Denunciados por uma questão simples. Nem todas as pessoas que a imprensa denuncia em manchetes chamativas, são efetivamente processadas. Para que a pessoa seja processada criminalmente, o Juiz deverá receber a Denúncia.

Se nem todos os Denunciados são processados, há algo errado. Ou a Imprensa denuncia mal, ou os juízes não recebem bem. E que eles resolvam essa pendenga.

Em briga de cachorro grande eu fico para cá da grade.

Samuel Rangel

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Os Perdedores, Os Ganhadores e o Pai (por Samuel Rangel)

Na cancha de cimento do condomínio, crianças se divertem com a bola. Em um jogo de parcas regras vão disputando um pouco de futebol, depois vôlei, e até basquete. Incansáveis, suadas e com a cara suja, elas disputam indefinidas partidas.

Sentado em um banco ao lado da cancha esta um homem, cerca de quarenta anos. Observa o jogo atentamente, mas é de se notar que seus olhos não acompanham a bola e dedicam-se quase exclusivamente a um do moleques. Não é o mais hábil aquele moleque, e tentando entender o motivo da observação atenta e especial, logo se nota que não é só um olhar, mas quase uma certidão de nascimento que firma a paternidade.

E não demora muito para que o pai chame seu filo no alambrado, fala a ele algumas palavras e o menino sai otimista e renovado atrás da bola. Mais três tentativas e mais três erros. Nota-se que o pai tem uma certa preocupação em seu semblante. Vê-se com ímpar clareza que a atuação do menino nas partidas não agrada ao pai, que por sua vez, ainda que preocupado, continua a observar o seu filho.

E passam-se mais dez, mais vinte, mais uma porção de tentativas e nada. O menino não alcança a glória de um ponto sequer. Passam-se longos minutos e o pai continua sua observação, até que balança a cabeça e deixa escapar um suave sorriso. Balançando a cabeça com indescritível aceitação, o pai lança seu cigarro ao longe, da as costas ao campo e volta ao seu sobrado.

Quando vi a cena, levou algum tempo, mas já com o pai na janela da sala do sobrado com o jornal em mãos, surgiu um sentimento de admiração. Ali estava um pai presente, torcendo pelo seu filho, e nos momentos necessários, dava-lhe alguns conselhos. Tinha a habilidade de renovar a esperança de seu filho a cada conselho.

Mas o fato de seu filho não se destacar no jogo, de ser apenas mais um jogador, e quem sabe até o pior dentre os que estavam em campo, não lhe tirou a serenidade. Não era um daqueles pais que fica gritando com o filho, dando-lhe ordens, exigindo seu sucesso.

O sorriso que deu ao final, revelou que a sua maneira ele aceitava as dificuldades do filho com naturalidade.

Ali uma grande mensagem surge em neon na nossa alma. Não devemos exigir de nossos filhos algo além de seus limites, e se tivermos respeito pelas suas habilidades, certamente, com o desenvolver de nossos filhos, haveremos de encontrar um talento, ou dois, ou mais dons que nos surpreendam.

Devemos nos afastar daquela idéia que domina as escolas americanas, dividindo crianças e jovens em dois grandes grupos maniqueístas: Os Ganhadores e os Perdedores.

Assim quem sabe possamos evitar que os perdedores, em um dia de horror, adentrem a uma escola e mostrem que seu verdadeiro talento esta na manipulação de uma arma, na mira louca que tira a vida não só de ganhadores, mas daqueles que tinham seu próprio direito de viver em seus próprios limites, cuja superação vem do crescimento, e não da exigência autoritária de um pai.

Samuel Rangel

sábado, 25 de agosto de 2007

Sua Visita é Importante (Samuel Rangel

Quando escrevo, escrevo imaginando o rosto de quem está lendo.

Escrevo pensando em um sorriso discreto.

Uma chacoalhada de cabeça.

Até que surge uma gargalhada.

E sonho que agora tenho o que tanto precisava. A capacidade de fazer bem para quem sequer estava perto de mim.

Eu sempre escrevo desta forma e dominado por este desejo.

Mas o silêncio das pessoas as vezes me traz um pouco de solidão.

É como se eu tivesse escrito algo que ninguém leu.

Por isso os comentários são importantes.

Se você realmente gostou do que leu, ou mesmo se tem uma crítica, uma sugestão, deixe seu comentário.

Permita que você exista para mim como eu existi para você no momento em que você lia.

Um abraço a todos

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

UM BAR CHAMADO PONTO FINAL - por Samuel Rangel

PONTO FINAL – O BAR
Em 1991, quando idealizamos e realizamos a Quinta no CAHS (uma festa do Curso de Direito da UFPR que acontecia todas as quintas), os alunos mais antigos da faculdade sugeriram que levássemos para cantar um ex-aluno, que formado pela casa havia largado a advocacia para abrir um Bar.
Então conheci a pessoa de Riad Bark. Vendo-o tocar naquela festa, percebi que era dono de uma belíssimo voz e de um vasto repertório. Simpático como sempre, convidou-me a dar uma canja em seu bar.
Como estava no início do relacionamento com Danielle, entendi que era interessante para fortalecer o namoro, que eu a levasse lá e prestasse minhas homenagens com algumas canções.
Foi assim que comecei a frequentar o Ponto Final. Em 1991.
E de lá para cá eu e Riad a tudo passamos. Vivemos a perda dos irmãos do Riad, inclusive o simpático companheiro de palco Turquinho, a quem dediquei os meus mais responsáveis cuidados.
De cima daquele palco, que resistiu ao tempo até este mês, testemunhamos muito, e não seria errado dizer que a vida nos tirou muito também. Hoje, eu com meus cabelos brancos, e o Riad já quase sem os dele (desculpa aí amigo, mas eu precisava aproveitar a piada), temos muitas histórias entre aquelas paredes verdes.
Temos amigos que duram além dos anos. Temos pessoas que nos reconhecem nas ruas e nos mais inusitados lugares. As vezes não sabem nosso nome, mas sabem exatamente o que fazemos.
Sabem o que fazemos por que nos viram fazer.
E se nos viram fazer, vai aqui meu testemunho em relação ao Riad.
Se em algum momento, você meu amigo Turco, sentir cansaço, e houve um canto de sereia te convidando a largar esse teu trabalho, saiba sempre que você não pode nos largar.
Foi ali, dentre aquelas paredes, que tantos e tantos namoros começaram, hoje carregando filhos pelas mãos. E não seria errado dizer que os filhos de seus primeiros ouvintes hoje se amontoam as sextas-feiras para ouvir as mesmas músicas que ouviam seus pais. Foi exatamente dentre aquelas paredes de vimos tantas e tantas amizades desafiarem tudo e todos, para hoje fazer do Ponto Final, algo maior do que um bar. O Ponto Final hoje é um universo a parte. Um universo onde se pratica uma música artesanal e de qualidade. Um universo onde jovens de vinte e poucos anos, ouvem e cantam junto a música de Sérgio Bitencourt.
Meu amigo Riad, minha amiga Marlene, Morais, Juarez e todos os outros da equipe. Vocês não são apenas donos de um bar como tantos e tantos por aí. Vocês são os anfitriões da dimensão paralela, os comandantes da resistência, os amigos que fazem amigo os amigos dos amigos.
Um bar de Julianas e Lucianas, Andréias e Adrianas. E com o perdão pelos nomes que o tempo me roubou, o bar da Drika, do França, da Babi, da Jurema, da Tiana, do Diniz, do Aujor, da Ju Brandão e da Ângela, do Amilton, do Henrique, do Boca, da Luzia, da Ju Bertuzzi e da Vivi, da Ander e do Arthur, do Negretti e do Trói, da Michelle, da Vilmari e da Flávia, do Daniel e da Cláudia, da Fernanda, do Zé Maurício, do Andretta, do Domingos, do Dartagnan, do Ronaldo, do Ítalo ... Um bar de todos nós.

Um grande abraço

Samuel Rangel

Ps. E com certeza o Caê achou que eu ia esquecer de fazer esse remendo. Mas ta aqui o registro do cara que tem a voz mais potente do Ponto Final.

O Opala, A Caloi Dobrável e a Zorba - por Samuel Rangel

Curitiba – 1983. Final de Primavera.
O casal sai de casa para fazer o fornecimento (forma com que os antigos se referiam às compras mensais de mercado). Em casa fica a filha acompanhada de seu namoradinho, e o irmão, sentado na sala acompanhando atento os acontecimentos e fiscalizando os movimentos das mãos.
Em um determinado momento, o rapazinho com pouco mais de dezesseis anos, oferece sua bicicleta para que o irmão segurança mirim, vá até o Jardim Ambiental gastar um pouco de sua energia. Como os pais dificilmente deixavam o menino sair, e nunca de bicicleta, o menino de olhos brilhantes sai com a Caloi dobrável rumo ao Ambiental.
Agora, ali, naquela casa, um casal de dezesseis anos, borbulhando hormônios e afoitos de curiosidade, resolve iniciar sua vida corporal em seu sentido anatômico. O rapazinho de pouca experiência, tira a calça de uma vez só descendo em conjunto a calça e a cueca. E ali começam as brincadeiras que a idade permite.
Após alguns olhares estranhos e algumas poucas experiências do tato, o ronco do Opala 250S faz vibrar a garagem da casa. A menina pula do sofá e grita: Meus Pais. O rapaz grita: Ai! Rapidamente veste a calça. Sentam-se no sofá comportadamente. Enquanto o pai passa com os pacotes do mercado, que na época eram de papelão, a mãe vai direto ao quarto. O rapaz percebe que o seu companheiro de virilidade esta a denunciar o seu passado próximo, e cruza a perna.
Ouve-se passos no corredor da casa. Eram sapatos de mulher que batucavam no piso de tacos com sinteco. A menina repara na barra da calça do moleque que um bom quinhão da Zorba de está de fora. O rapaz havia vestido a calça, porém a cueca havia ficado por dentro da calça embolada em uma das pernas. Com a voz suave e trêmula de uma adolescente ela informa o rapaz da problemática posição da Zorba. O rapaz descruza a perna em uma velocidade tal que a cueca sai voando pela sala, caindo caprichosamente sobre a mesa do abajur.
O casalzinho fica imóvel. A mãe adentra à sala e caminha predadora em direção a eles. Não há o que fazer. O ar desaparece do ambiente, enquanto os dois jovenzinhos esperam em apnéia seu triste desiderato. A mãe segue em direção, curva-se rapidamente e a recolhe. Olha para o rapaz e diz: Desculpe a bagunça. Você sabe como são esses meninos. Em falar nisso, onde esta o Junior (claro que o nome é fictício)?
O rapaz rapidamente diz. Está ali fora! Vou chamá-lo! E sai da sala com as canelas de um veado fazendo um risco no taquaral.
A mãe olha para a filha e diz: Ele é uma gracinha!
A menina não responde.
O rapaz localiza o filhote de ex-cunhado no Jardim Ambiental e toma-lhe a bicicleta dizendo. Sua mãe esta lhe chamando. E tem que ser rápido.
O que aconteceu depois?
Uns dizem que o rapaz nunca mais voltou à casa da pobre menina. Outros dizem que ele voltou, namoraram, casaram e hoje sua filha dorme com o namorado em seu próprio quarto.
Alguns dizem que hoje é um político renomado.
Há quem diga que o rapaz virou jardineiro nos Estados Unidos.
E há quem diga que essa história nunca aconteceu.
Seja como for, resolvi contar.
E ainda que seja mentira, melhor essa do que as vacas do Calheiros.
Mas a moral da história?
Pois é:
Em 1982, Opala 250S era carro até no Jardim Social, piso chique era sinteco, cueca boa era Zorba, e com uma Caloi dobrável você até conseguia uma boa iniciação nas artes do amor. Em 2007 as coisas andam um pouco diferentes, mas a Zorba continua sendo uma boa cueca, tão comum que pode até ser confundida com a do seu cunhado.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

OS CONVITES À LOUCURA – por Samuel Rangel

E a vida não nos poupa dos convites à loucura. A cada dia, a cada noite, uma tela de horrores nos remete ao insólito, ao inacreditável, mostrando-nos que tudo é possível nesse mundo onde as possibilidades não se mostram a todos.Então não somos melhores que os internos das casas de psiquiatria, balançando frenéticos em frente ao muro da profissão, rodopiando o prato de nossas esperanças, balançando no ar os nossos sonhos de família, agarrados ao pedaço de pano de nossa dignidade.

Não somos melhores do que nenhum deles.Nas lojas da ilusão adquirimos nossas lentes de aumento que tornam o dinheiro maior que a felicidade, o sexo maior que o amor, o ter melhor que o ser.E se a loucura é normal, a insanidade ocupa desde os plenários do poder legislativo até os campos de futebol. A insanidade esta nas greves que deixam a cardíaca antever sua morte, ou mesmo nos planos de saúde que pagamos para nos curar das doenças que tanto procuramos.

A insanidade esta na idéia geral de sucesso, poder e dinheiro.Mas se a insanidade é tão permitida, e a vida nos convida tanto à loucura, quero ser louco por opção, e com minha própria opção.

Quero perder o dia de trabalho para abraçar meu filho, ou gastar o dinheiro que não posso para comprar a orquídea para minha mãe.Quero tropeçar em meio a gargalhadas, e não cair em meio a correria.Quero chorar de saudades, e não por ansiedade.Quero morres de amor, e não me matar pela falta dele.Quero fazer minhas próprias escolhas.Não quero ficar em silêncio esperando que a vida me imponha sua própria loucura. Eu escolherei as minhas.Um abraço a todosSamuel Rangel

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Aconteceu há muito tempo (Samuel Rangel)

Inacreditável, mas é verdade.Essa aconteceu com os meus amigos L e T.Isso se passou no antigo Aero Anta, mas apesar de tudo, vale apenas contar.L e T, dois solteirões convíctos, parceiros de noites solitárias e que não raramente se davam bem, resolveram ir até o Aero Anta. Lá pelo capricho do destino, encontraram uma bela duplas de morenas, não tão solícitas mas acessíveis.Diante dos predicados daquelas belas garotas, os amigos L e T iniciaram os procedimentos de aproximação, e nesta fase não tiveram qualquer embaraço. Iniciaram conversas bastante agradáveis e que evoluíram de forma melhor do que a esperada. Ótimo. Os garotos estavam indo bem.Convidaram então as meninas para tomar uma sopa no apartamento de L. Receberam a negativa com certa tristeza, mas não desistiram, e lá continuaram bebendo e conversando até o final da noite. Ao final da noite os convites eram mais carinhosos, mas as garotas não aceitaram. Então, esgotada a paciência de L e T percebendo que não se dariam bem naquela noite, resolveram ir embora. Durante a conversa com as meninas, L havia bebido demais, e como manda a ética etílica automobilística, entregou a chave do seu carro (um Pálio Cinza) para T.No imenso estacionamento do Aero Anta, depois de algumas voltas dentre os carros, T conseguiu localizar o automóvel. Meteu a chave, L entrou, T ligou o carro, engatou a primeira, foi soltando lentamente a embreagem quando repentianmente........As garotas com quem falaram a noite inteira vêm correndo na direção do carro: Para ! Para ! Para !L feliz da vida diz a T que pare o carro: - elas mudaram de idéia!!!Uma das duas loucas se agarra na janela do veículo e a outra tenta segurar o parachoque. Para!Para!Para! Ladrão!!!Socoooooooooooooooooooooooooooooorro!!!!Então L diz: pode tocar que elas estão drogadas!Mas diante do fato das garotas não largarem o automóvel, T parou o carro e perguntou qual o motivo daquela atitude.Foi quando as garotas falaram que o carro era delas.Após um bate boca de quase meia hora, quando alguns valentões já pensavam em dar apoio para as pobrezinhas, L percebe um Fiat, Pálio, Cinza, numa diastância de 15 metros. Então resolve olhar a placa do automóvel e percebe o equívoco.Após os esclarecimentos inusitados, meninos e garotas começam a rir sem parar, e percebem a grande coincidência.Como as garagalhadas deixaram todos cansados, resolveram aceitar aquele convite da sopa.O resto corre por conta da sua imaginação!!!!!!!Coincidência? Um abraço a todos.Moral da história: Quando o destino quer beneficiar você ele encontra uma forma. Informação técnica: A Fiat, sabendo do ocorrido, resolveu investir em pesquisa sobre suas chaves e travas nos carros, evoluindo então para a forma atual.Quanto a L e T?Vai ter sorte assim lá na

Amigo (Samuel Rangel)

E durante boa parte do nosso dia, estamos nós, feito aquele cachorro de minha tia, que ficava correndo para tentar alcançar o próprio rabo.

Buscamos ser um sucesso, ter dinheiro, conquistar respeito. Mas corremos tanto em busca disso que esquecemos do que já temos.O sucesso de ter amigos sorrindo à nossa volta.O respeito que eles nos dedicam.Quanto a dinheiro, realmente faz falta, mas sempre tem alguém que convida a gente para um churrasco sem motivo no fim de semana.

Então, o que estamos fazendo?

Devemos dedicar um pouco mais de tempo às coisas boas da vida.

Ser pai, ser amigo, ser filho, ser irmão...Tudo isso vale muito mais do que ser advogado, ser esse ou aquele outro.

Mas desligue o computador agora, e vá encontrar um amigo, pois nenhum scrap substitui um forte abraço.Nenhum e-mail substitui um bom conselho.Nenhum computador substitui a vida.

Ande. Vá logo.

Vá viver sua vida e festejar todos os presentes que ela lhe deu.

Fui

GOLPE DE AZAR (Samuel Rangel)

Ok!Vou ter que contar. Continuo tendo aquela habilidade especial de rir de minhas bobagens.Minha mãe esteve internada por um período no Hospital, mas fique tranquilo, pois já está tudo bem. Hoje ela voltou para casa, e como a advocacia me deu tranquilidade hoje, resolvi fazer o almoço, um café gostoso, e fazer aqueles "paparicos" de "marido culpado", apesar de ser só um filho.Fiquei feliz quando ela deitou e começou a relaxar, porém, quando eram 14:25 h ela me chamou, e com aquela feição que quem teve alta hoje, pediu-me para fazer mais um favorzinho.- Claro Véia! Fala aí! Respondi com ar de menino que espera o Natal.Ela então disparou.- leva a Tabinha para tomar banho alí na clínica?Fiquei vermelho, mas não pude dizer não. A razão de minha vergonha é que essa Tabinha é um Bicho Frizê (sei lá se é assim que escreve), com fitinhas nas orelhas e tudo.Para desempenhar a difícil missão, sem comprometer a minha reputação construída ao longo de 39 anos mijando em pé e na tampa, resolvi me disfarçar. Coloquei um óculos escuro do tamanho de uma penteadeira, e para disfarçar os famosos grisalhos, coloquei um chapeu que adquiri na copa, com uma bandeirinha do Brasil na frente.Imaginando jamais ser reconhecido, fui andando pela rua (meu carro esta no concerto - ainda). Cabeça baixa.Chegando lá no Pet, percebo gargalhadas ao meu redor, e eram femininas. Levantando levemente os olhos, percebi que eram belas mulheres. Sorrindo tirei o chapéu e o óculos, meio sem graça, mas símpático.Foi quando o pior aconteceu....Do outro lado da empresa, uma amiga da minha ex-mulher, gritou:

SAAAAAAAMMMMMMUUUUUUUUUUEEEEEEEEEEEELLLLLLLLL RRRRAAAAAAAAANNNNNNNNGEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLLLLLLLLPuta que París!!!!!

Tentando me disfarçar, na frente daquelas belas mulheres acabei passando por uma bicha, com muito mau gosto e ainda desinformada em quase 20 dias (porra cara o Brasil perdeu!!!! Joga fora essa merda de chapéu!!!!!)Mas estou vivo e me recompondo deste momento difícil!!!!Alguém conhece uma psicóloga aí?


Ps.: Não seja bonzinho com sua mãe!!!! Você pode pegar fama!!!!
Ps.2: Não confunda brincadeira sadia com penteadeira de vadia!!!!!

Amigo dos Amigos e das Amigas (Samuel Rangel)

Amiga

Você procura e não encontra o cara?

Você ainda sonha com os olhos azuis daquele morenão?

Você sente arrepios quando o motorista da sua tia lava o carro sem camisa?

Você fica aguardando a sexta em que o jardineiro Tiago Lacerda vai fazer o seu jardim?

Você fica doida quando o seu primo bonitinho visita a casa da sua mãe?


PARE!!!!!

Você está com um problema típico da geração Xuxa.

Nem todo mundo é Tiago Lacerda.

Nem todo mundo tem barriguinha tipo tanque, pois alguns parecem uma máquina de lavar roupa que nem é uma Brastemp.

Abracadabra é um filminho de mer....cado específico para menininhas até 9 anos.

Mas não se desespere.

Homem perfeito não existe!!!

Você sabe que já fizemos inclusive uma música sobre isto. É, e esta no Youtube.

Então?

O que fazer?

Se o mercado está ruim, pega o que dá mesmo.

Quanto mais se aproxima o final da feira, mais mole está o tomate.

Não deixe para escolher o seu por último.

Conforme já dizia o filósofo Samuka: "Mais vale um "feinho" na mão do que dois bonitinhos se beijando".

Se homem bonito é remédio, tome o genérico.

Parece Ruim?

Mas é mais barato e faz o mesmo efeito.

Mulheres podem parar de ler.

Homens seguem adiante















Ps,: Quero um e-mail de agradecimento de todos os meus amigos. Botei o time de vocês em campo. Não vão amarelar!!!Atitude meu! Liga pra ela!!! Caridades existem!!!!!!!!

AOS AMIGOS EM UM DIA NORMAL (Samuel Rangel)

Aos meus amigos

Não há nada de especial nesta mensagem nem no dia de hoje.Hoje é apenas aniversário de Curitiba. Para mim um dia normal. Mas se é um dia normal, pode ser uma boa oportunidade para relembrar dos amigos. Então ...Se hoje você furar o pneu do seu carro, é só me chamar. Eu estou aqui para lhe ajudar. Se hoje você está deprimido(a) e triste. Chame que eu estou aqui para lhe ajudar. Se você está de cabeça cheia e os problemas estão te destruindo, é só me chamar que eu estou aqui do seu lado. Se dúvidas te impedem de dar o próximo passo, é só me chamar que eu estou aqui do seu lado.Se algo está errado e você não consegue arrumar, é só me chamar que eu vou te ajudar.Mesmo que seja para trocar uma simples lâmpada, ou meter a mão na graxa de seu carro cansado, me chame que eu estou aqui.Mesmo que seja para discutir com o policial que está multando seu carro, eu estou aqui.E se for para ficar na fila do banco no seu lugar, também conte comigo.Se for para fazer uma canja para você melhorar da gripe, pode contar comigo.Se for para limpar a Caixa d´água de sua casa de praia no dia mais quente do ano, não haverá ninguém mais disposto do que eu.Se for para ferver na beira da churrasqueira para amaciar a carne de segunda para seus convidados, pode me chamar que eu levo o martelinho de carne.Pode contar comigo.Por mais que hoje não seja um dia especial, é bom que você saiba que pode contar comigo, mesmo que você se sinta só, no escuro e com frio, eu levarei o que puder pára te ajudar.

Então faça-me um favor

NÃO ME PEÇA DINHEIRO EMPRESTADO QUE EU TO NUMA MERDA DAQUELAS!!!!!!!!!!!

Mas um abraço não custa nada, então ...

UM GRANDE ABRAÇO

COPA DO MUNDO DE 2006 (Samuel Rangel)

França e Brasil - Uma grande piadaPoderíamos nós unir nossos lamentos aos de 180.012.347 de brasileiros, tentando entender o que aconteceu no sábado, mas advirto: não entenderíamos de forma alguma.Provavelmente surgiriam teorias polêmicas como a Bolsa de Apostas de Londres, ou mesmo negociações da FIFA, porém com a simplicidade saudável temos que convir. desde de 1958, nos encontros entre Brasil e França em copas do mundo, quem saiu a moda francesa foi o Brasil. E não fez despedidas, nem deixou saudades.Difícil entender por qual motivo, no gol da França, justamente Roberto Carlos estava na posição em que Napoleão perdeu a guerra.Difícil entender como o futebol que se esperava de Ronaldinho Gaúcho, foi surgir exatamente nos pés e na cabeça de Zidane. Mas como eu havia dito no e-mail sobre a copa anterior, a Argentina saiu por ser Argentina, e o Brasil saiu por ser Brasil. E você com lágrimas nos olhos me perguntaria: e o quadrado mágico Samuel?Pois então. Reporto-me agora aos meus longinquos tempos da infância, onde eu assistia apresentações de homens de cartola, que com suas mágicas faziam coelhos desaparecer.O quadrado mágico então foi exatamente onde o Parreira fez sumir o Futebol, e na ausência de ataque, ressurgiu então nós pés de nossos zagueiros e na mão de nosso goleiro.Na realidade, creio que esta seleção tenha acabado da mesma forma que os episódios de Scooby Doo. Só em vez da Zelma, quem tirou a máscara de nossos jogadores foi ele, ninguém menos que Zidane.Mas não chore, use o lado bom disso tudo, e repasse a lição aos seus filhos: QUEM NÃO MERECE NÃO GANHA!

Grande abraço a todos, e Força Felipão!!!!!!!

Ps.: Quem foi o idiota que escolheu a música Epitáfio para motivar os jogadores? (Devia ter jogado mais, ter lutado mais, ter vergonha na cara). O acaso não protege sempre os distraidos

A FADA DOS DENTES E A ADVOCACIA (Samuel Rangel)

Já não basta essa crise econômica que fez a advocacia virar um trapo de profissão, meu filho resolve perder dois dentes no final de semana que estava comigo. Conforme o trato feito, a fada dos dentes teve que aparecer na sexta, e no sábado, lá se vai o segundo dente. Olhei para o meu filho e ouvi.- Pai! A fada dos Dentes vem hoje de novo.- Não filho, pois na tabela das fadas cada dente vale R$5,00, e como ela deixou 10 ontem, ela já sabia.Em silêncio ele começou a verificar todos os demais dentes para ver se estavam firmes. Ao final, fez uma cara de triste e passou a contar suas economias.- Então não vai dar para comprar o que eu quero na feira.

Em uma Quinta de agosto de 2006 (Samuel Rangel)

Estava eu pensando no que iria fazer nesta noite.De pronto me deu vontade de tomar um copo de leite quente e comer algumas bolachas, da mesma forma que o Ronaldiiiiiiiinho fez na segunda. Então pensei que não seria o caso, pois eu não farei nenhum exame amanhã de manhã, e além do mais, copo de leite e bolachas me trouxeram imagens nítidas de meu saudoso avô Júlio. É cedo para eu me entregar desta forma.Então, parei e pensei que poderia passar na Casa das Esfirras, e comprar aquela promoção de 30 unidades, porém, em tempo lembrei de que isso é coisa do Italo, e eu não tenho tantas boquinhas para me acompanhar na refeição. Outra coisa foi o fato de que me lembrei do testemunho ardido do Italo em relação ao excesso de pimenta naquelas esfirras. Se eu fizer essa opção, amanhã terei que fazer exames.Cheguei a cogitar a hipótese de fazer como o Bruno ou o Chiquinho, mas considerei desaconselhável me perder desta forma.Pensei seriamente em fazer o mesmo que o Pilo, Skissar, skissar, skissar e depois dar uma descansadinha, e me ajoelhar com uma régua na beira da calçada e medir a grama crescendo, porém, acho que a grama da minha casa é muito mais preguiçosa ou o Pilo é muito mais paciente.Então, quer saber, eu vou mesmo é no tocar meu violão, tomar aquela Skol, e falar bobagem com os meus amigos. "Não é saudável, mas faz bem". Entendeu? Não?Então solicite a algum amigo que lhe de carona e vá até o Boteco. Lá você descobrirá alguns segredos da vida. 1) Quem entende de tudo é entendido, e com a devida vênia, taí algo que eu não quero ser;2) Se não é entendido é chato, taí algo que eu não consigo deixar de ser;3) Se não é chato é redondo, taí algo que me lembra algo legal;4) Se é redondo pode ser Skol. Então me veja uma. Só tem quente? Então me veja dez.

Um grande abraço a todos, e considerem a seguinte frase de Leumas Odracir Arievlis (pensador Húngaro contemporâneo)

Se for para alguém fo...er com você, FO...A-SE VOCÊ MESMO!!!!!!

Fórum Brasileiro (Samuel Rangel)

Com minha humilde paciência cheguei hoje ao fórum para fazer uma audiência as 16:50. Como precisava rever algumas coisas no processo, cheguei as 15:30.Bom! Legal! Vai dar tempo.Trata-se de um processo de 1997, e que vem se arrastando na justiça desde então. O réu, pessoa humilde e sem condições não fez nada para protelar o andamento da causa (imagine se tivesse feito). Chegando ao balcão da vara, solicitei pelos autos n xxxxxxx. Ao que me foi respondido: O que? Eu repeti XXXXXXX. - Como assim? disse-me o veloz rapazinho. Depois de muito tempo, fui procurar auxílio de uma pessoa mais ágil (entendeu?) ao que um belo grupo de estagiárias começou a desesperadamente procurar o processo. O TEMPO ESTÁ PASSANDO!!!!!O processo não foi encontrado, nem nas caixas e maio, nem de junho, nem de agosto, em lugar nenhum.A escrivã pediu-me a intimação, e eu respondi que não havia recebido. Pediu-me então a intimação da ré, que também não havia recebido. Perguntou-me o que eu fazia lá então. Respondi serenamente que o processo estava em pauta. Conferida a Pauta, lá estava o número xxxxxxxx, mas o processo.... nada!Conferindo a pauta da escrivã com a pauta do juiz, percebebmos que na do juiz não havia alusão ao dito feito. Com bom humor então eu disse que deveríamos fazer mesmo sem o juiz.Após muitas gargalhadas, escrivã, estagiárias e os oficiais de justiça me pediram para ir embora e esquecer o ocorrido. Tudo bem então, mas eu fiz minha parte.Estamos agora aguardando o pedido que fizemos a São Longuinho ser deferido para retribuirmos com três pulinhos.Enquanto isso, segue o baile gaitero, pois a justiça pode esperar. (ou não?)

Ps.: Você sabe por que você precisa de um advogado?

É que o outro lado também tem um!!!!!!

VERGONHA DE ADVOGADO - por Samuel Rangel

Vergonha de advogado
15 de Maio de 2006Por ser advogado, e criminalista, gostaria de pedir desculpas pelo papel que alguns "colegas" exerceram nos fatos amplamente divulgados que envolvem o PCC, o assassinato de policiais e as rebeliões em presídios.Embora grande parte pense diferente, nós advogados não somos prostitutas. Existem aqueles que pensam diferente, e por qualquer punhado de moedas, ou as vezes por milhares ou milhões, passam a atuar não como advogados, mas como coautores.Assim, neste pedido de desculpas pelo ato alheio, e consternado pela vergonha que estes calhordas me proporcionam, embora todas as instituições estejam falidas, peço e sugiro que nós, aqueles que tentam levar uma vida honesta, manifestem-se pela severa, exemplar e pública condenação destes rábulas.Advogado que se presta a levar recado para fora de presídio, na realidade, deveria estar dentro dele. Advogado que comunica o desejo de seu cliente de ver mortos policiais ou qualquer outro cidadão, merece ser condenado por homicídio dulpamente qualificado.Minhas sinceras desculpas e a vergonha me rouba as demais palavras.Essa é uma sincera opinião de Samuel Rangel

DIA DAS MÃES - por Samuel Rangel

14 de Maio de 2006

Feliz dia das mães

Mãe?

Conheci várias, e elas guardam algo em comum.Trazem no olhar um brilho diferente, que nenhum homem ousaria descrever. Suas mãos oscilam entre a doçura do carinho e a força da proteção.Quem sabe mães não sejam exatamente como nós, homens. São a mais exata metamorfose da mulher. Ou quem sabe, sejam anjos que Deus nos dá como companhia, proteção e afeto.Esses anjos caídos que, ao tocar o pé no mundo tolo em que vivemos, tornam-se luz. Queda e ascenção num mesmo momento mágico: o de ser mãe.

A todas e a cada uma das mães, o meu muito obrigado.

À minha mãe, obrigado e desculpas.

À sua mãe, parabéns!

À mãe de meu filho, muito obrigado por me fazer renascer.

À mãe que chora, que eu seja o arcanjo que luta pela sua alegria.

À mãe que ainda tem a criança ao ventre, toda a luz.

À você, mulher, que ainda não é mãe, sonhe alto, viva bem e receba antecipadamente meus parabéns.

Abraços e beijos.

A MALDIÇÃO MALDITA DO ISQUEIRO AMALDIÇOADO - por Samuel Rangel

Para relaxar
21 de Maio de 2006
Ontem, eu que ando fumando feito pai na hora do parto, em um jantar entre amigos, repentinamente dei por falta de meu isqueiro. Agoniado pelo vício e pela sensação de perda, a vontade de fumar aumentou, e um daqueles seres humanos iluminados, solidário com meu sofrimento, ofereceu-me um BIC, muito parecidinho com aquele que me abandonara. Acendi alegre meu infortúnio e voltei a conversa. Já no próximo cigarro, dei por falta novamente do isqueiro, e já era o segundo. Mas para provar que a humanidade tem solução, apareceu-me outro doador e acalmou minha ansiedade dando-me um terceiro isqueiro. Fumei feliz e esperançoso do mundo. Segue o baile gaiteiro, até que aquela maldita vontade de fumar surgisse intrépida e cruel. Puta que Pariu, cadê a porra do isqueiro, que era o terceiro. Me senti muito amado e especial quando a terceira pessoa me deu o quarto isqueiro, até que ele também sumisse. Pensei estar em um encontro de jovens quando ganhei da quarta pessoa o quinto isqueiro, e ao ganhar o sexto, percebi que havia algo errado em minha noite. Vou-me embora, e no caminho de casa fui tomado por sensações de perseguição. Parecia que alguém ia me abordar e roubar o isqueiro que não mais tinha. Tudo isso, em meio aquela vontade de fumar. Para que você mulher tenha noção do tamanho, é como se fosse aquela vontade de comer chocolate no sétimo dia da dieta. Dormi com vontade de chorar. Cadê me isqueiro?Hoje pela manhã, recomposto pelo sono, tomei meu banho e fui vestir minhas roupas. Ao colocar o sobretudo, percebi que ele pendia para um dos lados. Andei mancando até a metade do dia, mas quando o sobretudo engatou na alavanca de pisca do meu carro (que quebrou é lógico), ouvi um barulho que não era de couro. Apalpando o meu amado casaco para saber se ao menos ele se havia preservado, percebi um volume estranho na barra. Tentando descobrir o que era aquele corpo estranho localizei um pequenino orifício no bolso. Investigando mais a fundo, tal qual o parto de sêxtuplos, começaram a nascer isqueiros de todas as cores e marcas. Coma alegria da mãe contemplei sobre a mesa meus lindos "isqueirinhos", e dei por conta de que quando as coisas somem, é por que existem buracos em nossos bolsos. Pode então abandonar aquelas idéias espiritualistas de uma dimensão paralela onde seus isqueiros ficaram saltitando de mãos dadas. Concentre-se em si. É nos seus bolsos que as coisas acontecem. Sugestão. Apenas fio e linha podem nos tirar de uma grande angústia.Um abraço a todos.Observação.: Se você é um dos que me deu isqueiro ontem a noite, pode vir buscar.

Você faz a diferença! (Samuel Rangel)

18 de Maio de 2006

Existem momentos na vida que nos sentimos pequenos. E em meio a esse mundo, que pensa ser apenas uma vitrine, a distância dos nossos sonhos e o alto preço de nossa felicidade, acabamos por nos sentir muito pequenos.Se está acontecendo isso com você, é melhor parar e fazer alguns cálculos. Você é muito especial e tua existência muda o mundo. Sei que parece difícil de acreditar, mas se cada pessoa for uma variante da equação chamada humanidade, você faz grande diferença sim.Entre "x", "y", "a" e "b" tua variante está lá, e por mais que você se julgue apenas uma letrinha entre um universo de alfabetos, o teu valor pode fazer grande diferença. Imagine que você não existe só para somar, e muito menos para subtrair. Imagine que dentro de você existe força para multiplicar. Conseguiu?Por isso não seja negativo, pois o resultado mudará totalmente. Seja positivo e multiplique, que assim você verá quanto diferença você faz no mundo.Um grande abraço a todos, e por mais que as coisas não andem muito bem por aí, entre nós, amigos, ainda há tempo para mudar as coisas.

Dias cinzas (Samuel Rangel)








21 de Maio de 2006 23:46 23:46

Estes dias realmente parecem que vão nos matar, principalmente naqueles momentos que tudo parece dar errado. O carro morreu - antes ele do que eu, a lasanha ficou salgada demais, falta gasolina para ir naquele churrasco da chácara, e quem te liga para oferecer carona é aquele cara ou aquela guria que você simplesmente não agüenta. Então você de súbito começa a procurar as câmeras escondidas, pois você jura que está participando de uma das pegadinhas ridículas do Faustão – que segue a mesma linha. Neste momento um enorme PUTA QUE PARIU começa a crescer em seu peito, e é só acontecer mais uma que você vai largar o “palavraço” (entenda-se como um palavrão de respeito). Mas pela lógica do “só me fodo”, essa oportunidade não aparece, e feito uma gravidez abominável, você fica com a criatura entalada no gogó como se fosse um útero. O dia passa e aquele ser fica chutando em sua garganta. E nada acontece.

Quer saber o que fazer nessa hora?

Pois é, eu também.

Mas enquanto a gente não sabe a resposta, o ideal é rir de si mesmo. Já que o dia quer te fazer de palhaço, ocupe o picadeiro com dignidade. Seja o melhor palhaço do mundo, e faça os outros rirem pela tua enorme capacidade de digerir sua própria tragédia, e transformá-la em uma alegria surpreendente.


domingo, 19 de agosto de 2007

O Canibalismo e o Mal das Asas. E a justiça? (Samuel Rangel)


Até onde devemos ir.

O mundo, de forma geral, tem sido um palco de horrores. Sem o alarmismo sensacionalista, mas sem a passividade alienada, é certo que melhoramos após a morte de Drácula, evoluímos com o final das Cruzadas, crescemos com os Direitos Humanos e nos desenvolvemos após a Revolução Industrial. Porém, há algo na humanidade que insiste em nos remeter ao primitivo.

Os Canibais que habitavam estas terras brasileiras, alimentavam-se de seus inimigos, imaginando que ao ingerir seus cérebros, absorveriam os conhecimentos das vítimas. De certa forma a burrice já era de pronto revelada, pois o vencedor queria absorver a inteligência do perdedor. Se a sua inteligência fosse tão valiosa assim o perdedor não acabaria em uma fogueira.

O Canibal de hoje em dia, é aquele que alimenta suas vitórias das derrotas alheias. O funcionário que provoca a demissão de seu superior almejando o seu cargo. O profissional liberal que remete o valor de seus serviços ao irrisório para ganhar a concorrência.

Muito parecido com isso foi o que aconteceu recentemente com a Varig, quando as outras empresas fizeram despencar o valor das passagens aéreas abaixo do transporte rodoviário de luxo. A empresa mais antiga não ia bem das “asas”, foi armado um complô para acabar de botar a Varig na panela. E foi mesmo. Mas como vimos na tragédia fresca em nossas memórias, um canibalismo que fez com que poltronas fossem amontoadas em aviões superlotados, que não podiam parar sequer para a manutenção necessária e aconselhável. Mas a justiça brasileira é acostumada a estipular pequenas indenizações nesse tipo de ocorrência. Para tanto basta ver o acidente da mesma empresa acontecido a quase uma década.

Aliás, justiça brasileira que concede o direito à liberdade aos juízes que estão sendo julgados pela prática de venda de sentenças, consultoria ao narcotráfico, e mais todo o tipo de maracutaia que boa parte dos brasileiros não ousaria fazer sequer nos tempos de escola.


O Poder Judiciário este que já foi encabeçado por Jobim. Não, não o maestro Jobim. Um advogado que em seu pulso firme na condução das velas que pretendem alumiar o apagão aéreo, como primeiro ato, determina menos poltrona por avião, pois o nosso Ministro é “grandalhão”. Seria para reduzir o núemro de vítimas do próximo acidente?

Mas vamos olhar pelo lado bom. Vendo esse ministro assumir a pasta (com ou sem dólares só o tempo irá dizer), pensando em si ao assumir o comando coletivo (do coletivo), mostra-nos bem a situação do país.

Seria mais ou menos o seguinte. Em um dia chuvoso, você embarca no ônibus Vicente Machado, em plena praça Zacarias, no centro de Curitiba. Paga a passagem sem perguntar o nome do motorista, e logo na primeira esquina vê ele fazer um conversão inesperada à esquerda. Como todo bom passageiro, você até questiona ao cidadão ao lado o que esta acontecendo. E assim irá por uma quadra, duas, três, até que quando todos estão pescoceando para tentar descobrir o que acontece, você, em um dos raros momentos que toma a liderança, vai até o motorista e indaga-o sobre o que esta acontecendo. Ele simplesmente lhe responde: - Vou passar na casa de Mônica.

Após algum tempo você percebe que embarcou no ônibus do Renan Calheiros, que como todos os dirigentes deste país maravilhoso, desta nação razoável, mas deste Estado de Merda, que todos dirigem as coisas de acordo com os seus objetivos, e jamais pensaram ou pensarão em comunidade. Indignado você desce e procura outro ônibus, e vai passando por vários motoristas. “Reiquião” quer visitar Chaves (o da Venezuela, não o do SBT), Lula quer ir ao churrasco do futebol e precisa pegar o time do sindicato, desembargadores querem ir para o Graciosa, Juízes nem querem andar, promotores querem ir para a televisão, advogados querem ir para o Banco $$$$, mulheres querem ir ao shopping (gastar o dinheiro dos advogados), homens querem uma Ferrari, crianças querem ir ao cinema assistir Transformers.

E assim vamos. Ou melhor, não vamos

Samuel Rangel

SÓ PARA MULHERES (Samuel Rangel)

Seu relacionamento não vai bem? Siga essas dicas.


Pois bem.

Sabendo que homens e mulheres têm dificuldades de compreender uns aos outros, e como esta rodando pela internet um email que da conselhos para o homem saber agir diante da TPM, aqui vai um conselho para as mulheres salvarem o relacionamento.

Seu marido não falou contigo o dia todo?
Vá até o mercado e compre uma caixa de cerveja Skol gelada!
Ele não fala com você há uma semana?
Compre a cerveja e passe na banca e compre a Playboy!
Não fala contigo há um mês?
Compre a cerveja em dobro, assine a revista e compre o pacote da Brasileirão!
Ele falou que quer a separação?
Compre 3 caixas de cerveja, assine a revista, compre o brasileirão e diga para ele que ele esta precisando sair com os amigos para arejar a cabeça!
Ele esta saindo de casa já?
Pergunte para ele quem vai tomar toda essa cerveja, ler a revista, assistir o jogo quando ele não estiver mais em casa!

Se isso não der certo, troque o marido, mas sabendo que os problemas continuarão sendo os mesmos.

Se os homens são todos iguais, por qual maldito motivo é que as mulheres escolhem tanto?
E por que as mulheres escolhem tanto, se quando se casam querem mudar o homem inteiro?
E por que querem mudar o homem inteiro para depois dizerem "Você não é mais o mesmo"?
E por que acharem um amante se o homem mudou tanto que nem parece mais o seu marido?

Bom, se alguém tivesse respostas para essas perguntas, receberia cumulativamente os prêmios Nobel da Paz e da Ciência.

Pare e pense...

Não exija tanto do seu marido. Você pode estar transformando ele numa fruta.
Se ele gosta de ir em Shopping, repara no seu cabelo, baixa a tampa quando sai do banheiro, entende tudo que você fala e respeita sua TPM, elogia seus vestidos, prefere os dramas aos filmes de ação, CUIDADO MULHER!!!!!!! Você já pode estar dividindo o apartamento com uma amiga.

Se possível repasse esse e-mail para alguém que precisa de ajuda, e se não tem marido, pode comprar a cerveja para o Samuca aqui mesmo. O brasileirão da Série B também vai bem.

SAMUEL RANGEL

AO MEU FILHO por Samuel Rangel

Ao meu filho

Por ter me ensinado tanto em troca de tão pouco
Por simplificar a vida enquanto as paredes despencavam
Por ficar acordado enquanto eu durmo
E dormir enquanto cuido de seu sono

Agradeço a você meu filho
Agradeço enquanto engrandece minha alma
Por ter nesse seu olhar
A mais completa devolução de tudo aquilo
que achei que a vida tivesse me tirado
A vida apenas guardou enquanto você não chegava.

Samuel Rangel

A PROSTITUIÇÃO por Samuel Rangel




A Prostituição

Indicada por alguns como a profissão mais antiga do mundo, a prostituição sempre foi cercada de olhares reprovadores. Alguns códigos penais a classificaram como crime. E na história antiga surgem inúmeros relatos de que prostitutas eram apedrejadas publicamente.

Passaram-se dois mil anos e nas esquinas das grandes capitais, é fácil encontrar inúmeras garotas com suas roupas vulgares e sensuais. E a prostituição ganhou seus novos adeptos do sexo masculino, alguns com sexo indefinido e outros que nem se pode dizer que têm sexo, diante de sua tenra idade.

Mas dentre as novas prostitutas, existem as piores. Existem aquelas que realmente merecem o apedrejamento moral, em vias públicas, e perante toda a sociedade, para que algum dia quem sabe, possamos retornar a algum momento mais feliz da humanidade.

A diferença entre as novas prostitutas, é que as velhas meretrizes cediam seu corpo por um punhado de moedas, mas as novas, que ingressam no mercado paralelo, são aquelas que vendem a alma por qualquer dinheiro, por qualquer vantagem. O dinheiro lhes é tão encantador que são capazes de tudo.

Em breve saberemos quem são as prostitutas de corpo e alma. Não se sabe se são aquelas que permitem que um avião danificado embarque quase duas centenas de passageiros para não obstruir lucro nos negócios. Não se sabe se são aquelas que desviam as verbas de obras públicas ( e a pista de Congonhas é Pública?). Não se sabe se são aquelas que sob as luzes da política, aproveitam todo e qualquer poder para negociar vantagens e cargos, e tudo para embarcar em um carro luxuoso, ou dar aos incompetentes endereços em bairros nobres.

Pois bem. Se nobre é a palavra, falta algo de nobre às prostitutas. Quem sabe nem tanto a aquelas que emprestavam seu corpo, mas com toda certeza a essas que transformaram sua alma um pacote de macarrão instantâneo que se pega no mercado.

Qualquer um de nós tem a opção de se prostituir ou não. Advogados, médicos, empresários e etc.

O que você fez pelo dinheiro hoje ?

Fim de Festa (PAN)

30 de julho de 2007 23:10 23:10
assunto: Fim de Festa


Acabou o Pan-Americano.

E eu quase nem percebi, pois havia esquecido minha televisão largada na Globo, e o Faustão, como ninguém, mais que todo mundo, havia dispensado a transmissão da festa de encerramente para divulgar o belo trabalho cultural da Banda Calypso, encabeçada às cabeçadas por uma cantora que diz ser a "cantora mais completa do Brasil".

Tirando a completa imbecilidade do tema, já que a festa acabou, nós, os brasileiros que tentaram alguma alegria nas medalhas que conquistamos, devemos começar a limpar o salão.

Mas antes convido a todos a uma reflexão.

Então, como nos fins de festa, sentamo-nos a mesa abrindo a última cerveja. Acho que é de sentir algum orgulho pelos jogos e pelo desempenho de nossos atletas. Fomos compententes o suficiente para conviver durante esses dias com um Rio de Janeiro um pouco melhor. Quem sabe por que os traficantes pararam para ver os atletas descobertos nas favelas, ou mesmo, por terem emprestado as baterias das Escolas de Samba. Mas quem sabe por que mil e quinhentos voluntários tenham vindo em grande parte dos morros cariocas.

Não sei se realmente o Rio ficou melhor, ou se a Globo resolveu abafar o caos, mas como a cobertura do acidente da Tam foi completa, acredito que realmente o Rio tenha melhorado um pouco nesses últimos dias.

E se aconteceu, quem sabe isso seja fruto da união de alguns interesses e esforços. A iniciativa privada, o poder público e a população, uniram-se com o objetivo de candidatar o Rio às Olimpiadas de 2016. Parabéns.

Mas já que estamos limpando o salão, é de se aproveitar e jogar todo o lixo fora.

Se limparmos bem esse grande salão verde e amarelo, quem sabe possamos mandar embora aqueles que nos impedem de gritar "Eu sou brasileiro, como muito orgulho, com muito amor'. Vamos limpar deste salão aqueles que não são brasileiros de verdade, aqueles que ofendem o orgulho desse país, e principalmente aqueles que não tem amor pela pátria e pelo povo brasileiro.

Vamos convocar os novos voluntários para um Brasil melhor.

Samuel Rangel

31 de julho de 2007 12:00 12:00



Ponto para o Amigo
Desde que fui a Cuba, em 1998, passei a nutrir um especial respeito pelo povo cubano, e de certa forma, foram pelo chão todos os conceitos imperialistas sobre Cuba. Tive a oportunidade de discutir abertamente (em que pese em voz baixa) o regime socialista imposto em Cuba, e dos cubanos tive críticas e elogios. Mas percebi que o regime se sustenta por vontade do povo Cubano.

Essa minha admiração por aquele povo (tirando nos momentos das partidas de volei feminino, onde o ódio ronda minha alma), fez-me um simpático torcedor do esporte cubano. Nós, da imensa terra brasileira, lutamos muito para ficar em terceiro, pois já era certo que Cuba não seria ultrapassada, e muito menos os xerifes americanos.

Em um bate papo de churrasco, onde o Sidney era o anfitrião, discutindo com o Parolin, sobre Pan-Americano e sobre esporte, sobre Cuba e sobre a terra brasileira (onde não se aconselham vôos), mais uma vez nos braços da cerveja me empolguei. Comecei a defender Cuba de forma incisiva. Cheguei a dizer que Cuba era melhor que o Brasil (ok, agora peço desculpas). E lá pelas tantas dei o exemplo da cultura do povo cubano, da sua saúde pública, e de seu desempenho nos esportes.

Então, Parolin que não é novato nas artes do sarrismo, olhou bem para mim e perguntou: E na natação? Você viu o desempenho dos cubanos?

De pronto respondi que Cuba não tem bom desempenho na natação.

E ele logo arrematou: Claro. Em Cuba não tem nadador. Os que sabem nadar já estão em Miami.

Ponto pro amigo.

Mas ainda que caindo ao solo, nocauteado por tão fantástica observação eu pergunto:

E se arrastassemos o Brasil para não mais que cento e cinquenta milhas náuticas de Miami. O que aconteceria?

Pois bem...

Acho que não teríamos presidente.

Um abraço a todos

Samuel Rangel

FASES por Samuel Rangel

Pois bem gente. Não é sempre assim, mas as vezes acontece.

A vida é feita de fases.

Tenha certeza que as coisas vão acontecer quando você mais precisa. Porém, não seja tolo de achar que vai aparecer o que você mais precisa.

A vida é essa criança piadista que te oferece cigarro mas diz que não tem fogo. Ela te compra uma geladeira mas diz que acabou a cerveja.
A vida é um moleque travesso que adora te apresentar para a mais gostosa quando você ta sem um puto no bolso.
Para as mulheres ela coloca sentado na mesa um "deus grego" bem no dia que desponta a TPM.

Vida é assim mesmo, e por isso, devemos aprender a fazer comédia.

A vida é tão criativa que nos tempos atuais ela tomou por regra os absurdos. O inacreditável virou provável. O inusitado agora é popular.
Falam muito daquela tartaruga sindicalista e barbuda em cima do poste. E isso virou piada.

Então, já que é assim, e se de fases rola a vida, temos nossa fase minguante, nova, cheia e crescente.

Em nossa fase ninguante, se chove dinheiro, o cofre cai em nossa cabeça. Se a nossa fase é nova, nem a mãe mais preocupada enxerga o filho. Se a fase é crescente, desconfiamos o tempo todo. Ué, aí vem coisa. Isso aqui é uma pegadinha?

Até que um dia ... a fase é tipo lua cheia. Uh Uh Uh

Aproveite meu, por que é um dia só. No dia seguinte a coisa começa a piorar.

Mas quando a fase é de lua cheia, chove mulher, chove dinheiro (nem toda fase muda de 28 em 28 dias), chovem amigos e etc.

Nesta fase, nos sentimos a última bolachinha do pacote. A gente se sente como bandeja de brigadeiro em aniversário de pobre. A gente é um golzinho mil mas com rodas de Audy. Uh Uh Uh.

Calma gente. É só uma fase.

Descobri essa semana que quando muitas mulheres andam atrás da gente, e não é por pensão, não devemos nos sentir a última bolacha do pacote. Na realidade hoje em dia as pessoas não estão mais acostumadas com aquelas bolachas com recheio.

Um abraço e boa fase

DIA DOS PAIS – 12 DE AGOSTO DE 2007

Depois que tive a graça de um filho, aprendi que o bom mesmo é ser pai.
E na alegria estonteante de ser pai, não raras vezes me flagrei sorrindo mais largo, perdendo a noção.

Foi a paternidade que me tirou dos limites do bom senso e trouxe-me ao universo do bem sentir.

Ainda que aos olhos dos outros, o pai a milanesa que rola na areia com o filho seja um palhaço, as gargalhadas do filhos feliz o conduzem a uma dimensão paralela. A dimensão do amor verdadeiro, gratuito e natural. Ainda que aos ouvidos dos outros, a voz do pai que agrada ao seu filho perca um pouco de seu poder e autoridade, o portal que se atravessa ao fazer isso nos revela que a dimensão da paternidade transcende a própria vida.

E por mais que outrora eu tivesse algum preconceito ao ver um homem beijar outro homem, descobri que o pai, ao beijar o filho, deposita no destino mensagens eternas de carinho, e o futuro abrirá caixas de lembranças que levarão ao meu filho, mensagens de hoje, atuais em um longínquo amanhã, quando as intempéries da vida açoitarem a alma do filho amado.

E ser pai é um desafio. Um desafio aos próprios limites da alma. Carrega um medo que se pode confessar como homem, e uma sensação indescritível. Carrega o sal do tempero com os açúcares dos dias. Traz-nos a alegria de envelhecer ao ver que o menino cresce.

E ser pai é muito mais do que ter um filho. O "ter" vem em certidões pequenas, em cores cinzas, ao passo que o "SER" vem em diplomas que carregam alguns tons indescritíveis. E o Diploma de pai não se compra. Só a vida entrega.

Por isso, esperando que um dia eu mereça esse diploma, hoje quero outorgar o Diploma de Pai a todos aqueles que fizeram do seu filho uma parte indispensável ao mundo.

Em especial ao meu pai, por tudo e tanto que palavras não bastariam, mas apenas reconhecendo que é perdendo o chão que se ganha um pouco dos Céus, e por isso, é ao amar um filho que descobrimos o quanto podemos amar e ser amados.

Obrigado meu Pai

SAMUEL RANGEL

ENTRE OS GIGANTES DA ADVOCACIA - por Samuel Rangel

Recentemente, surgiu um manifesto de uma das chapas que aspira a próxima gestão da Seccional da Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil. Neste manifesto, elaborado sob o argumento de combater uma eventual partidarização da OAB, pode-se destacar alguns pontos muito preocupantes. Entre acusações de narcisismo, inexperiência, e vaidades pessoais, o texto fala ainda de “raposas felpudas”, “novatos”, “inocentes úteis”, “manipuláveis” e “autênticos gigantes da advocacia paranaense”.


Seria interessante que o texto revelasse quem são as raposas, tivesse alguma sinceridade para apontar os novatos, ou mesmo alcançasse o condão de orientar os inocentes úteis, isto, dentre outros esclarecimentos que qualquer texto bem intencionado traria. Mas não se encontra neste texto tão nobre conteúdo.


E o ponto que mais me chama a atenção, é onde se fala em “gigantes da advocacia paranaense”. Estariam eles nos escritórios bem dispostos em mansões e belos prédios? Seriam eles aqueles com contas vultuosas em bancos no Brasil e no exterior? Ou seriam aqueles que contratam inúmeros recém formados por míseros valores, aproveitando-se do atual mercado deplorável da advocacia?


Não se pode vislumbrar exatamente a identidade destes “gigantes”, mas desde a tenra infância, sabe-se que eles promovem o medo e o caos. Não é difícil imaginar os gigantes destruindo cidades, pisando sobre pequenos homens comuns, abusando da vantagem do seu tamanho desigual. E exatamente aí que a questão invoca a atenção de todos, para fazer com que se pense não em advocacia de gigantes, mas na advocacia de homens comuns.


É importante que a próxima gestão esteja inserida na realidade da advocacia, composta por pessoas que conhecem o martírio de jovens advogados que ingressam no mercado, inexpressivos em face de sua pouca história, mas gigantes em seu heroísmo de manter-se em pé em meio aos pés dos gigantes.


É preciso lembrar quantos se foram e não mais advogam, pois sucumbiram ao mercado inóspito.


É preciso lembrar de quantos talentos perdeu a advocacia para os concursos públicos, e imaginar o quanto se perde ao ver grande e nobres almas de advogados em togas de juizes, ou gabinetes de promotores. Nem todo grande escritório possui um grande advogado, e nem todo grande advogado possui escritório.


É de fundamental importância que a Ordem dos Advogados do Brasil pare de representar algumas dezenas de escritórios bem sucedidos, para se engajar na defesa de milhares e milhares de advogados que sofrem nesta realidade caótica.


OAB de verdade? Qual é a verdade da advocacia? A dos gigantes da advocacia paranaense, ou a dos homens e mulheres gigantes que, lutando heroicamente, conseguem sobreviver à advocacia?


É exatamente por esta razão que apoiamos a idéia de uma OAB DEMOCRÁTICA, sem dezenas de gigantes, mas composta por milhares de iguais que agora se agigantam na oposição.






PESSOAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS por Samuel Rangel

Entre pessoas e instrumentos musicais – Parte I


Não combina com os meus conceitos a idéia de que pessoas sejam objetos, mas exatamente por existir uma alma, características próprias, traços e detalhes que diferenciam um instrumento do outro, nesse mundão ondem as vezes da vontade de ser um ET, vejo pessoas com dificuldades em se relacionar, de encontrar um parceiro.


Então gostaria de fazer uma comparação, pedindo desculpas pelo humor, mas que ao menos permita fazer pensar em diferenças e desejos.


A iniciação na música não deve começar sem que antes se escolha um instrumento. Muitas vezes, escolhemos o instrumento que esta à mão. Normalmente um violão velho com cordas acabadas. Não raras vezes um atabaque. Mas com o passar do tempo, o contato com a música nos abre os ouvidos e o coração.Então olhamos para o velho violão e descobrimos que ele tem limites.


Em um dia de sorte quando sobra algum dinheiro, vamos então a uma loja e vemos violões novinhos, Fender, Takamine, Tajina, Yamaha. Olhamos encantados aquelas paredes repletas de opções. Essas opções nos deixam em dúvida. Como resolver?


Em que pese parecer um convite à promiscuidade, é de se pedir para afastar qualquer malícia. Se há dúvida, toque, primeiro um, depois o outro, e assim por diante. Se você se permitir a sensibilidade, verá que um se acomoda melhor em seu colo, outro tem cordas mais suaves que não rasgam seus dedos, o terceiro tem um som doce e profundo, mas que é encoberto por sua voz.


E assim você passará uma manhã, uma tarde e quem sabe iniciará a noite sem que a decisão seja tomada.


Pois bem, quando chegar a noite, vá ao seu bar predileto, ouvir o músico que mais gosta. Enquanto ele toca o violão que ele escolheu, passe os olhos para o ambiente. Você verá que cada pessoa tem sua própria alma. Não haverá uma só alma que deixe de ter uma qualidade, mas na perfeita simetria, no outro canto do bar, também não haverá uma só alma que não deixe de ter um defeito.


A questão é simples. As coisas são tão imperfeitas quanto nosso colo, nossa voz e nossa alma.


Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte II






Após aquela noite, como você ainda não tomou a decisão, surgirá a vontade incontrolável de ir à loja e fazer a escolha. E é comum você achar que é aquele violão, tampo claro, braço macio, e som doce, o violão de sua escolha.

Exatamente por ter sofrido muito com isso, arrisco um conselho. Antes de aceitar o ímpeto de ir à loja, coloque em seu colo mais uma vez o velho violão de guerra. Garanto que haverá nele também uma qualidade que você ainda não tinha valorizado. É assim mesmo! Agora a dúvida já ronda também a possibilidade de ficar satisfeito com o velho violão, mesmo sabendo que ele tem limites.

Como dinheiro não é coisa fácil, você resolve não mudar. E passará mais algum tempo com ele, até que um certo dia, o aprimoramento de seu ouvido lhe indicará um defeito grave. Esse violão não afina mais. E agora? É inevitável. Você voltará a loja.

E nas paredes da loja ampliada, você verá novos modelos. A dúvida aumenta, mas o seu crescimento pessoal também exlcui de pronto algumas opções. Aquela marca não é boa, aquele não tem som e aquele outro machuca demais as mãos. E ainda que existam mais violões pendurados, dessa vez você se dedicará apenas a dois ou três. Ao contrário da primeira visita à loja, você não necessitará de mais que duas horas para fazer sua escolha. Pronto. Você escolhe, descobre que é mais caro do que imaginava, mas vai ao caixa com certa alegria.

Abraçado com seu novo companheiro você começa a dar os passos em direção a porta. Enquanto o vendedor esta embrulhando sua escolha, você fica olhando com desdem todos aqueles violões ali. Aqueles violões roubaram sua atenção por tanto tempo, mas agora você sabe que é bem pior do que aquele que você escolheu.

Orgulhoso você recebe a caixa com o seu novo xodó. Agradece o vendedor como se ele fosse um padre que abençoa um casamento. E pronto. Sua alegria esta estampada em seu rosto, e quando você esta saindo da loja.. puta merda. Você passa por um cidadão tocando um piano. Você ouve aquele som encantador.

Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte III






Agora você vai para a casa, feliz com o novo violão, mas não consegue tirar da cabeça o som daquele piano. E ao chegar em casa, lá vai o velho violão para a parede, feito foto de família que conta parte da sua história. Mas o novo violão vem direto ao seu colo. E você começa então a se adaptar às cordas mais leves, ao som mais doce. Seu colo fica feliz com a nova aquisição.

O tempo passará e você e seu violão farão maravilhas juntos. Você então entra em uma nova fase de crescimento. O novo instrumento não tem limites. Permite a você novas interpretações. Sua mãos vão ficando mais rápidas e mais sensíveis. Que fase maravilhosa você está. E assim seguem os dias. Até que um belo dia sua mão fica mais veloz que o violão. Você desempenha e o som não sai. Você faz mas não tem resposta. Você é mais, mas parece menos. Novamente você tem limites que não são seus.

O que fazer nessa hora?

Normalente você tentará reformar o violão antigo. Estranhamente aquele violão que estava abandonado na parede recebe sua atenção novamente. Todo o carinho que você tinha retorna de cinzas antigas. Mas ele ainda terá alguns limites. E você já olha o seu violão atual sem nenhum carinho. Existem pessoas nessa fase que emprestam seu violão, e costumam pedir emprestado dos outros também. Mas é um péssimo negócio, pois intimidade é fundamental para essa parceria. A mesma intimidade que surgiu da alegria com o instrumento que era novo. Agora você sabe que sua satisfação era proporcional aos seus limites. E agora?

Então você volta à loja, e em simples dez minutos você descobre que não tem um violão que te satisfaça. Uma irritação surge em você, e de certa forma você passará um tempo afastado da música. A insatisfação tornará seus dias sem qualquer nota ou melodia.

Você tentará buscar inspiração em outros lugares, mas a música não tem substituto.

E você descobrirá que o violão não te satisfaz por não ter os recursos do piano.

O erro foi ter escolhido o primeiro instrumento que estava ao teu alcance.

Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte IV






Pois é.

Momento de escolha. Quanta responsabilidade ter que decidir algo hoje para nos acompanhar até o amanhã? Dizem que pessoas não mudam, mas embora a madeira mantenha-se parcialmente intacta, a alma cresce, e os limites vão diminuindo. Com limites menores o horizonte é maior. E mesmo a madeira, essa parte sólida que acomoda a alma, por não ser tão sólida assim ela apresenta sinais de cansaço. A tensão das cordas não é a mesma. Existe um certo desgaste que precisa ser aceito como natural. Então não há solução. A escolha depende de sorte?

Não.O instrumento precisa de cuidados, de uma atenção especial, de acordo com sua natureza.

Além disso que é necessário entender é que o tempo passa de forma implacável, e só há uma coisa que perpetuará o relacionamento entre o músico e o instrumento: A MÚSICA. Por mais que o instrumento esteja cansado, e suas mãos sejam mais rápidas do que as cordas do violão, um dia suas mãos ficarão mais lentas. Mas a música não acaba aí. Notas rápidas? Você começará a entender que quanto melhor for colocada a nota, mais tempo ela poderá permanecer na partitura.

É necessário que o seu crescimento não se resuma à agilidade, pois um dia você fatalmente a perderá. É necessário algo mais profundo. A música na relação entre o instrumento e o músico, esta como o amor na relação da pessoa com a vida.

E o que é amor? Onde encontrar? Como identificá-lo?

Não há um só conselho sábio que se possa dar nesse sentido, pois como os instrumentos e os músicos, cada um tem suas próprias características, seu conceitos, qualidades e defeitos que o tornam único. E se único é, como buscar em um sábio algum conselho? Se ele for realmente sábio, o silêncio será a resposta.

Apenas não esqueça da música. Aceite os tons menores como compassos de tristeza. Alegre-se nos tons maiores quando eles surgirem em meio à melodia. Saiba que dissonantes são úteis. As sétimas preparam, mas toda música um dia chega ao fim.

A benção é simples. Ao final... que tenha sido uma bela música.

Samuel Rangel






Pessoas e instrumentos musicais - Agora um pouco de Humor






Ok. Então sem diferenciar homens de mulheres para não realimentar a detestável guerra dos sexos, podemos definir...

TIPO DE HOMENS E MULHERES:

Piano: São clássicos e completos em recursos. Por isso se adaptam muito bem ao novo. São lindos e sólidos. Chamam muito a atenção, mas jamais vão acompanhar você em todos os lugares;

Violão: São populares e companheiros. Têm uma certa simplicidade. O que os torna atraentes é a companhia, isso na medida em que sabe ou não tocar. Ele dependerá de você para agradar;

Sax: São brilhantes e chamam demais a atenção. Mas dependendo da sua embocadura poderão desafinar feio. E um sax desafinando é o segundo pior instrumento que se pode ouvir. Mas afinado sua sensualidade chama a anteção, quem sabe mais do que você queira.

Violino: Chamam a atenção pela sua fragilidade, que não combina com a grandiosidade do som que emitem. Como não são temperados exigem uma cordenação dupla. A mão esquerda precisa saber que como o tom não é exato, terá que ser flexível e variar em um sensível trêmulo. Já a mão direita, que coordena o arco (Não é vara não engraçadinho), terá que ser firme o suficiente para manter o atrito das cordas. Exatamente. É um instrumento que precisa de atrito. E quando desafina, Meus Deus!!! É o som mais irritante no atrito.

Tuba: Ao escolher a tuba você sabe que não vai tocar em banda de rock, mas no lugar certo e na hora certa, ela faz uma bela base.

Gaita de Boca: São companheiros incríveis. Onde você estiver, basta você meter a mão no bolso e lá está ela. O único defeito é que só, ela dificilmente ultrapassará os limites melancólicos do Blues.

Cello: Lindo, profundo e culto, mas é ruim de carregar e é o mestre da melancolia. Você jamais irá a um Pagode acompanhado de uma Cello.

Surdo: Esse sim. Não exige muito de você, apenas que acompanhe o rítmo da música. Exatamente por isso o surdo tem um recurso interessante. Se perdeu? Não sabe o que fazer? Meta a mão que o resto da banda vem atrás.

Um abraço a todos

Samuel Rangel



INFERNO ASTRAL por Samuel Rangel

Inferno Astral.


Dizem que as vésperas do aniversário, todos nós passamos por uma fasE difícil, onde os problemas aparecem aos montes, e as coisas mais fáceis começam a dar errado. Apesar de ter escrito com muito carinho sobre o Centauro”, nunca acreditei em astrologia, e esse lance de signos para mim sempre foi mera brincadeira.

Mas esse ano foi demais. Se eu não acreditava devo começar a rever meus conceitos.

Na segunda-feira, tendo um daqueles surtos de bom filho, peguei meU querido papai e fui leva-lo à farmácia para tomar uma injeção, pois esta com tendinite no braço. Chegando na frente da farmácia ele me pede que estacione o carro ali mesmo pois não iria demorar.

Saí do carro para fumar aquele cigarrinho básico e notei que um Voyage, meio “veiagem”, morreu e não havia diabo que o fizesse funcionar. Logo atrás daquele bólido havia um Fiesta. Enlouquecido pela inércia do paquiderme metálico, o doce condutor do veículo, sem dar aquela olhadela no retrovisor (atitude que deixou de praticar em função de estar mais ocupado com os xingamentos mais clássicos do trânsito) manobrou para a esquerda mudando de faixa sem sinalizar. Em contra partida, uma desvairada psicopata ensandecida que conduzia um belo Audy A3 vinha trafegando em velocidade de autódromo. Quem sabe por não saber qual a função do pedal do meio, a criatura nem freio. Pronto, aquele som característico e após colidir com o Fiesta o Audy desgovernado começa a escorregar, escorregar, escorregar e pronto: demoliu a traseira do Espero. Passados uns cinco segundos é que lembrei que o carro estacionado ali, com a bunda deflorada pelo Audy psicopata, era o meu.


Soltei um Puta que Pariu com as mãos subindo a cabeça. Olhei para dentro do Audy e vi a mulher em pranto. Preocupado com seu bem estar dei-lhe o atendimento necessário. A senhora está bem? Perguntava o ignorante aqui.

Após acalmá-la retirei o veículo dela do meio da rua. Legal. Tudo vai ficar bem.

Depois de correr a semana inteira atrás de orçamento para o concerto do meu bólido, hoje recebi a maravilhosa notícia de que a seguradora da Dona Fulana Fitipaldi, não irá pagar meu prejuízo, pois ela não tinha a menor culpa. Hoje então eu percebi que o culpado sou eu por ter nascido é claro.

Saindo da seguradora, o meu carro ferveu, pois com o choque quebrou o reservatório de água. Cheguei ao estacionamento com uma chaleira daquelas que apitam. Puta que o Pariu de novo.

Chego no escritório e me são apresentadas as contas do mês de novembro. Puta que o Pariu 19 vezes.

Um querido cliente meu me liga e comunica que o pagamento de outubro, que estava atrasado, só virá em fevereiro. Até lá eu dou um jeito de assaltar um banco ou coisa assim. Oitenta Puta que Paris bem sonoros.

Ensandecido com a situação soltei um belo tapa sobre a mesa. Ana a querida estagiária grita bem alto Filho da Puuuuuuuuuta.

Fazer o que?

Como fiquei meio nervoso demais, resolvi mandar este texto só para te encher o saco um pouquinho, porém, gostaria de advertir quanto algumas situações.

1) Se nos encontrarmos no centro por acaso, evite sorrir pois vou achar que você está tirando sarro da minha situação.

2) Quando me encontrar não pergunte se esta tudo bem, pois a resposta poderá ser um tanto quanto ríspida.

3) Ao telefone evite perguntar onde vou, pois meu transporte esta meio comprometido e eu posso achar que você está tirando sarro da minha cara novamente.

4) Na quarta-feira que vem, quando estivermos comemorando o meu aniversário, evite fazer comentários sobre carro, trânsito, seguradoras ou coisas do gênero, pois poderemos ter um problema de relacionamento.

5) Se você tiver um carro novo, evite mostrar para mim. Use o estacionamento mais próximo e não me faça inveja (Pelo Amor de Deus).

E no mais, estou indo embora (de ônibus)