sábado, 26 de abril de 2008

MINHA PRÓPRIA TEORIA DA RELATIVIDADE II

Albert Einstein tinha razão.

A relação entre o tempo e os fatos, no que diz respeito às pessoas, escapa-nos à lógica.

Quem já não teve o dia flutuante, daquele tipo em que nossos olhos ficam desatentos, e que os pensamentos se acumulam como passageiros do terminal Pinheirinho?

Quem já não esqueceu de dar um bom dia, boa tarde ou boa noite?

Quem já não esqueceu o nome da pessoa com quem está falando, ou à quem está se referindo.

Imagino que esse tipo de gafe seja comum, e não seja coisa só minha. E isso não é nenhum problema. Normalmente somos bem compreendidos. O problema é quando essas coisas acontecem diretamente depois de algum fato marcante.

A minha própria teoria da relatividade é muito mais simples do que a do gênio, filósofo e poeta atômico. Minha teoria é pueril.

Você será perdoado se esquecer de dar bom dia ao seu vizinho, porém, se isso acontecer no dia seguinte em que você conseguiu comprar aquele carrão, a coisa não é mais tão simples assim. O vizinho logo estará pensando que você ficou metido por causa daquela merda de carro novo que você comprou. E ele nem sabe que é de segunda mão, e ainda é parcelado.

Você será perdoado se esquecer de cumprimentar com um entusiasmado olá aos seus colegas de trabalho, porém, se isso acontecer no dia seguinte da promoção que você recebeu, prepare-se, pois você virou um babaca da noite para o dia.

E não é diferente com os amigos. Ao chegar a um bar você pode até esquecer daquele aceno com a mão, que eles não ficaram magoados. Porém, se você esquecer disso, no dia em que você entrou de mãos dadas com aquela “gostosa”, prepare-se para os comentários.

E você está falando com aquela pessoa, quando o nome dela some (da mesma forma que sumiu o padre). Ok. Tudo certo. Mas Deus te livre disso acontecer na semana seguinte em que você lotou o teatro com aquela peça que ninguém acreditava. Pronto! Você virou uma estrela impertinente e metida.

Na realidade, o que se torna interessante, é que a imagem que têm de nós, depende imediatamente de nossos tropeços, de nossas limitações de nossas dificuldades. Quando tropeços se transformam em sucessos, limites em superações, e dificuldades se tornam dons, pronto, alguém um tanto quanto próximo haverá de dizer que mudamos.

Então, quando mudamos de carro, somos promovidos, ou mesmo partimos para um novo relacionamento, a forma com que nos olham é bastante relativa. Desde que você mude para melhor, seus vizinhos não haverão de falar que você virou “metido”.

E essa teoria me coloca a pensar:

Por qual razão eu estou escrevendo isso aqui?

Se mais de quinhentas pessoas lerem esse texto, pronto, eu virei um babaca.

Isso tudo por que eu esqueci de começar o texto com um sonoro e sorridente BOM DIA!

Um “até logo” mudaria sua opinião sobre mim?