sexta-feira, 23 de abril de 2010

VÍRUS IGNORANTE DA …



Ok. E lá vamos nós novamente.

Como diria a canção: prepare seu coração para as coisas que eu vou contar.

Nesta sexta chuvosa, quando a noite começa a nos remeter às indagações de onde ir, com quem ir e que horas voltar (vez por outra, ao perder a hora de ir embora você não perde só a hora), recebi um email de contato@fedex.com . De pronto tentei puxar pela memória para encontrar alguma transação minha que envolvesse alguma indústria além de nossas fronteiras. Sim. Eu passei 30 dias na Ilha do Mel, mas sou absolutamente contra as drogas ilícitas.

Remexendo a cabeça e as milhares de coisas, com ou sem importância, que habitam esse espaço fértil, lembrei-me que a única relação comercial que estabeleci com indústria de outro país, foi única e tão somente aquela “raquete elétrica”, que se tornou o terror dos pernilongos neste verão.

Realmente foi uma aquisição de primeira linha, apesar de ser “Made in China”. A bendita raquete é uma espécie de alter ego. Ela não só mata o maldito inseto, mas também faz dele uma espécie de pipoca que não se pode comer. Ao ouvir aquela pequena explosão e ver aquela faísca, todos os palavrões que proferimos nas noites quentes, tornam-se desnecessários. A raquete não só mata o bicho, mas alivia os nervos também.



Como comprei a raquete no sinaleiro da Manoel Ribas com a Jacarezinho, não creio que tal transação envolveria nem a FEDEX, nem a Receita Federal, e como o valor era de míseros R$ 15, não haveria motivo para mover os dedos de alguém para redigir aquele email.

Então desconfiei.

Ali estava eu, diante de um vírus daqueles que é só você clicar e pronto, não acontece nada, mas seus dados pessoais, a sua senha do banco, e mais aquelas outras coisinhas indiscretas, vão parar na mão de alguém descomprometido com o seriado Lei e Ordem. Mas como foi que o meu antivírus não pegou esse maldito? Ora Dr. Rangel. Simples. O senhor não clicou em cima da porcaria, e mesmo que assim tivesse feito, ao usar o Mozilla Firefox, esse programinha que tem nome de avião misturado com filme de monstro japonês, o dispositivo bloquearia o maldito vírus.

Mais tranquilo, dei-me conta de que podia então analisar o email. E aí veio a surpresa. Normalmente quando um maldito ataca nosso computador, de pronto tentamos fechar a tela, corremos para o banheiro e lavamos a mão. Inclusive o Mozilla tem uma tela que nos permite a opção “me tire daqui”. Isso seria uma coisa muito boa se pudéssemos clicar em cima quando estamos em alguns determinados bares: PELO AMOR DE DEUS, ME TIRE DAQUI AGORA!

Ao ler com mais calma o email, percebi algo interessante. Não só os poderosos programas anitvírus podem nos proteger desses malditos seres microscópicos cibernéticos virtuais. Uma simples gramática já nos permite evitar a infecção da nossa máquina.

Vamos pensar de forma rápida, simples e prática.

Pelas provas que são aplicadas em concursos da Receita Federal, não é de se acreditar que um servidor daquela entidade, enviaria um email com português de vila. Não posso acreditar que um ser com a capacidade de galgar a aprovação em qualquer concurso, é capaz de escrever um carta comercial, ainda que eletrônica, começando com “viemos”.

Eu sei que você custa a acreditar, mas ao ampliar a imagem acima, perceberá que é exatamente assim que começa o maldito email.

E mais. Quando percebi do email constar o período “a mercadoria que foi enviada para seu endereço residente no Brasil”, pensei rapidamente comigo: – Com a devida vênia, mas quem reside no Brasil sou eu, e não meu endereço.

Pronto.

É vírus!!!

Disso podemos extrair duas verdades:

  1. Não é pelo fato de seu filho (primo, ou qualquer outra pessoa) ser um gênio da computação, que se pode dizer que ele sabe falar português. Isso tem muito mais relação com o conceito de inteligência emocional do que com genialidade. Para o computador é um gênio, mas para o português, é uma verdadeira anta.
  2. E a segunda verdade é simples. Se você usar o Mozilla Firefox como navegador, uma simples gramática de não mais que R$ 30, pode impedir que alguns vírus infectem a sua máquina. É lógico que isso não serve para aqueles que entram em sites só para ver as figurinhas.

Seja como for, está publicado. Com erros de português ou não …


Ps.1: Não clique sobre o endereço de email acima.

Ps.2: Você já clicou? Agora você entende o que significa inteligência emocional.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. UMA QUESTÃO DE TEMPO


ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. UMA QUESTÃO DE TEMPO

Não há paranaense, nato ou de coração, que não se sinta profundamente entristecido diante dos acontecimentos políticos que hora se desenrolam. É com intensa mágoa que todos vêem os magnos interesses do Estado sacrificar nas áreas da mais condenável politicagem.

Melindroso, inflado de óbices, é o período histórico que o Paraná atravessa, exigindo a abnegação, o altruísmo, os melhores carinhos e cuidados de todos os seus filhos, máximo daqueles que tem no momento a responsabilidade de diretores de seus destinos político-administrativos.

Ninguém ignora a situação delicadíssima do Estado, a qual, envolvendo a grandeza de seu futuro, impõe aos homens do governo o sacrifício de suas conveniências partidárias.

Não é só por meio de palavras sonoras que devemos mostrar o amor a nossa terra; é por meio de atos que não estejam em contradição com essas aparatosas declamações.


Não são palavras minhas, nem guardam qualquer relação proposital com os atuais escândalos que envolvem a presidência da Assembléia Legislativa. São palavras extraídas de um texto dos representantes do Partido Republicano, publicadas no Jornal Diário da Tarde, de 30 de dezembro de 1911, e firmada pelo meu bisavô paterno, Cipriano Gomes da Silveira, representante do Diretório Municipal de Conchas e que exercia o cargo de prefeito daquela cidade naquela época.

Em outubro do ano seguinte, começava a Guerra do Contestado.

Parece que após quase um século, ainda não se tem um postura ideal por parte de grande parte dos políticos.

Hoje os jagunços não são aqueles que armados de facões de madeira, enfrentavam a força policial em meio as preces fanáticas dedicadas aos monges. Hoje, os abandonados, tal qual os revoltosos, são aqueles que se dão contas dos autos salários que alguém recebeu em seu nome.

Hoje os revoltosos são os estudantes que invadem a Assembléia, derrubando as grades que o povo paga, sem entender exatamente a diferença entre a instituição e esse ou aquele que contra ela teve o ato indigno.

Os revoltosos hoje têm nas mãos o título de eleitor, e por certo não pouparão da degola os que atentaram contra a moral e a dignidade do exercício do poder público.

Mas enquanto isso a Assembléia aguarda, complacentemente que algo aconteça. As vésperas do dia do trabalho, a Assembléia não consegue trabalhar, e nem mesmo, dar uma respostas aos trabalhadores que tanto quanto qualquer deputado sério, assustam-se com salários fantásticos, benevolências de relações escusas, concedidos a fantasmas.

O momento exige trabalho, e um trabalho sério.

É o que se espera, e já é tempo de encerrar essa espera, pois tarda uma postura contundente e realmente digna de restaurar a imagem da instituição da Assembléia Legislativa. Não há só um deputado que possa renunciar ao interesse do povo para atender um interesse pessoal.

Aos que erraram, que corajosamente se afastem, e cuidem de suas próprias vidas. Que dediquem-se ao tempo necessário para elaborar suas defesas e tentar oferecer suas razões. Pois que fiquem então, tão somente aqueles que defendem a Assembléia. Que fiquem tão somente aqueles cuja dignidade e trabalho legitimam sua postura dentro desta instituição.

E se ainda assim, aos envolvidos no escândalos que insistirem em aquartelar-se nas trincheiras do poder, que se erga uma legião de deputados conscientes do momento em que o Paraná atravessa, para através de todo e qualquer procedimento previsto no regimento, proponha não só o afastamento, mas também o ostracismo dos que insistem em sufocar a Assembléia.

Ainda há esperança.

Será que passados cem anos, também estas palavras serão resgatadas por alguém?

Resta saber em que parte da história estará essa passagem. Quem serão os nomes a serem relembrados, e qual a dignidade que cada um revelou pelos seus atos.