domingo, 19 de agosto de 2007

O Canibalismo e o Mal das Asas. E a justiça? (Samuel Rangel)


Até onde devemos ir.

O mundo, de forma geral, tem sido um palco de horrores. Sem o alarmismo sensacionalista, mas sem a passividade alienada, é certo que melhoramos após a morte de Drácula, evoluímos com o final das Cruzadas, crescemos com os Direitos Humanos e nos desenvolvemos após a Revolução Industrial. Porém, há algo na humanidade que insiste em nos remeter ao primitivo.

Os Canibais que habitavam estas terras brasileiras, alimentavam-se de seus inimigos, imaginando que ao ingerir seus cérebros, absorveriam os conhecimentos das vítimas. De certa forma a burrice já era de pronto revelada, pois o vencedor queria absorver a inteligência do perdedor. Se a sua inteligência fosse tão valiosa assim o perdedor não acabaria em uma fogueira.

O Canibal de hoje em dia, é aquele que alimenta suas vitórias das derrotas alheias. O funcionário que provoca a demissão de seu superior almejando o seu cargo. O profissional liberal que remete o valor de seus serviços ao irrisório para ganhar a concorrência.

Muito parecido com isso foi o que aconteceu recentemente com a Varig, quando as outras empresas fizeram despencar o valor das passagens aéreas abaixo do transporte rodoviário de luxo. A empresa mais antiga não ia bem das “asas”, foi armado um complô para acabar de botar a Varig na panela. E foi mesmo. Mas como vimos na tragédia fresca em nossas memórias, um canibalismo que fez com que poltronas fossem amontoadas em aviões superlotados, que não podiam parar sequer para a manutenção necessária e aconselhável. Mas a justiça brasileira é acostumada a estipular pequenas indenizações nesse tipo de ocorrência. Para tanto basta ver o acidente da mesma empresa acontecido a quase uma década.

Aliás, justiça brasileira que concede o direito à liberdade aos juízes que estão sendo julgados pela prática de venda de sentenças, consultoria ao narcotráfico, e mais todo o tipo de maracutaia que boa parte dos brasileiros não ousaria fazer sequer nos tempos de escola.


O Poder Judiciário este que já foi encabeçado por Jobim. Não, não o maestro Jobim. Um advogado que em seu pulso firme na condução das velas que pretendem alumiar o apagão aéreo, como primeiro ato, determina menos poltrona por avião, pois o nosso Ministro é “grandalhão”. Seria para reduzir o núemro de vítimas do próximo acidente?

Mas vamos olhar pelo lado bom. Vendo esse ministro assumir a pasta (com ou sem dólares só o tempo irá dizer), pensando em si ao assumir o comando coletivo (do coletivo), mostra-nos bem a situação do país.

Seria mais ou menos o seguinte. Em um dia chuvoso, você embarca no ônibus Vicente Machado, em plena praça Zacarias, no centro de Curitiba. Paga a passagem sem perguntar o nome do motorista, e logo na primeira esquina vê ele fazer um conversão inesperada à esquerda. Como todo bom passageiro, você até questiona ao cidadão ao lado o que esta acontecendo. E assim irá por uma quadra, duas, três, até que quando todos estão pescoceando para tentar descobrir o que acontece, você, em um dos raros momentos que toma a liderança, vai até o motorista e indaga-o sobre o que esta acontecendo. Ele simplesmente lhe responde: - Vou passar na casa de Mônica.

Após algum tempo você percebe que embarcou no ônibus do Renan Calheiros, que como todos os dirigentes deste país maravilhoso, desta nação razoável, mas deste Estado de Merda, que todos dirigem as coisas de acordo com os seus objetivos, e jamais pensaram ou pensarão em comunidade. Indignado você desce e procura outro ônibus, e vai passando por vários motoristas. “Reiquião” quer visitar Chaves (o da Venezuela, não o do SBT), Lula quer ir ao churrasco do futebol e precisa pegar o time do sindicato, desembargadores querem ir para o Graciosa, Juízes nem querem andar, promotores querem ir para a televisão, advogados querem ir para o Banco $$$$, mulheres querem ir ao shopping (gastar o dinheiro dos advogados), homens querem uma Ferrari, crianças querem ir ao cinema assistir Transformers.

E assim vamos. Ou melhor, não vamos

Samuel Rangel

SÓ PARA MULHERES (Samuel Rangel)

Seu relacionamento não vai bem? Siga essas dicas.


Pois bem.

Sabendo que homens e mulheres têm dificuldades de compreender uns aos outros, e como esta rodando pela internet um email que da conselhos para o homem saber agir diante da TPM, aqui vai um conselho para as mulheres salvarem o relacionamento.

Seu marido não falou contigo o dia todo?
Vá até o mercado e compre uma caixa de cerveja Skol gelada!
Ele não fala com você há uma semana?
Compre a cerveja e passe na banca e compre a Playboy!
Não fala contigo há um mês?
Compre a cerveja em dobro, assine a revista e compre o pacote da Brasileirão!
Ele falou que quer a separação?
Compre 3 caixas de cerveja, assine a revista, compre o brasileirão e diga para ele que ele esta precisando sair com os amigos para arejar a cabeça!
Ele esta saindo de casa já?
Pergunte para ele quem vai tomar toda essa cerveja, ler a revista, assistir o jogo quando ele não estiver mais em casa!

Se isso não der certo, troque o marido, mas sabendo que os problemas continuarão sendo os mesmos.

Se os homens são todos iguais, por qual maldito motivo é que as mulheres escolhem tanto?
E por que as mulheres escolhem tanto, se quando se casam querem mudar o homem inteiro?
E por que querem mudar o homem inteiro para depois dizerem "Você não é mais o mesmo"?
E por que acharem um amante se o homem mudou tanto que nem parece mais o seu marido?

Bom, se alguém tivesse respostas para essas perguntas, receberia cumulativamente os prêmios Nobel da Paz e da Ciência.

Pare e pense...

Não exija tanto do seu marido. Você pode estar transformando ele numa fruta.
Se ele gosta de ir em Shopping, repara no seu cabelo, baixa a tampa quando sai do banheiro, entende tudo que você fala e respeita sua TPM, elogia seus vestidos, prefere os dramas aos filmes de ação, CUIDADO MULHER!!!!!!! Você já pode estar dividindo o apartamento com uma amiga.

Se possível repasse esse e-mail para alguém que precisa de ajuda, e se não tem marido, pode comprar a cerveja para o Samuca aqui mesmo. O brasileirão da Série B também vai bem.

SAMUEL RANGEL

AO MEU FILHO por Samuel Rangel

Ao meu filho

Por ter me ensinado tanto em troca de tão pouco
Por simplificar a vida enquanto as paredes despencavam
Por ficar acordado enquanto eu durmo
E dormir enquanto cuido de seu sono

Agradeço a você meu filho
Agradeço enquanto engrandece minha alma
Por ter nesse seu olhar
A mais completa devolução de tudo aquilo
que achei que a vida tivesse me tirado
A vida apenas guardou enquanto você não chegava.

Samuel Rangel

A PROSTITUIÇÃO por Samuel Rangel




A Prostituição

Indicada por alguns como a profissão mais antiga do mundo, a prostituição sempre foi cercada de olhares reprovadores. Alguns códigos penais a classificaram como crime. E na história antiga surgem inúmeros relatos de que prostitutas eram apedrejadas publicamente.

Passaram-se dois mil anos e nas esquinas das grandes capitais, é fácil encontrar inúmeras garotas com suas roupas vulgares e sensuais. E a prostituição ganhou seus novos adeptos do sexo masculino, alguns com sexo indefinido e outros que nem se pode dizer que têm sexo, diante de sua tenra idade.

Mas dentre as novas prostitutas, existem as piores. Existem aquelas que realmente merecem o apedrejamento moral, em vias públicas, e perante toda a sociedade, para que algum dia quem sabe, possamos retornar a algum momento mais feliz da humanidade.

A diferença entre as novas prostitutas, é que as velhas meretrizes cediam seu corpo por um punhado de moedas, mas as novas, que ingressam no mercado paralelo, são aquelas que vendem a alma por qualquer dinheiro, por qualquer vantagem. O dinheiro lhes é tão encantador que são capazes de tudo.

Em breve saberemos quem são as prostitutas de corpo e alma. Não se sabe se são aquelas que permitem que um avião danificado embarque quase duas centenas de passageiros para não obstruir lucro nos negócios. Não se sabe se são aquelas que desviam as verbas de obras públicas ( e a pista de Congonhas é Pública?). Não se sabe se são aquelas que sob as luzes da política, aproveitam todo e qualquer poder para negociar vantagens e cargos, e tudo para embarcar em um carro luxuoso, ou dar aos incompetentes endereços em bairros nobres.

Pois bem. Se nobre é a palavra, falta algo de nobre às prostitutas. Quem sabe nem tanto a aquelas que emprestavam seu corpo, mas com toda certeza a essas que transformaram sua alma um pacote de macarrão instantâneo que se pega no mercado.

Qualquer um de nós tem a opção de se prostituir ou não. Advogados, médicos, empresários e etc.

O que você fez pelo dinheiro hoje ?

Fim de Festa (PAN)

30 de julho de 2007 23:10 23:10
assunto: Fim de Festa


Acabou o Pan-Americano.

E eu quase nem percebi, pois havia esquecido minha televisão largada na Globo, e o Faustão, como ninguém, mais que todo mundo, havia dispensado a transmissão da festa de encerramente para divulgar o belo trabalho cultural da Banda Calypso, encabeçada às cabeçadas por uma cantora que diz ser a "cantora mais completa do Brasil".

Tirando a completa imbecilidade do tema, já que a festa acabou, nós, os brasileiros que tentaram alguma alegria nas medalhas que conquistamos, devemos começar a limpar o salão.

Mas antes convido a todos a uma reflexão.

Então, como nos fins de festa, sentamo-nos a mesa abrindo a última cerveja. Acho que é de sentir algum orgulho pelos jogos e pelo desempenho de nossos atletas. Fomos compententes o suficiente para conviver durante esses dias com um Rio de Janeiro um pouco melhor. Quem sabe por que os traficantes pararam para ver os atletas descobertos nas favelas, ou mesmo, por terem emprestado as baterias das Escolas de Samba. Mas quem sabe por que mil e quinhentos voluntários tenham vindo em grande parte dos morros cariocas.

Não sei se realmente o Rio ficou melhor, ou se a Globo resolveu abafar o caos, mas como a cobertura do acidente da Tam foi completa, acredito que realmente o Rio tenha melhorado um pouco nesses últimos dias.

E se aconteceu, quem sabe isso seja fruto da união de alguns interesses e esforços. A iniciativa privada, o poder público e a população, uniram-se com o objetivo de candidatar o Rio às Olimpiadas de 2016. Parabéns.

Mas já que estamos limpando o salão, é de se aproveitar e jogar todo o lixo fora.

Se limparmos bem esse grande salão verde e amarelo, quem sabe possamos mandar embora aqueles que nos impedem de gritar "Eu sou brasileiro, como muito orgulho, com muito amor'. Vamos limpar deste salão aqueles que não são brasileiros de verdade, aqueles que ofendem o orgulho desse país, e principalmente aqueles que não tem amor pela pátria e pelo povo brasileiro.

Vamos convocar os novos voluntários para um Brasil melhor.

Samuel Rangel

31 de julho de 2007 12:00 12:00



Ponto para o Amigo
Desde que fui a Cuba, em 1998, passei a nutrir um especial respeito pelo povo cubano, e de certa forma, foram pelo chão todos os conceitos imperialistas sobre Cuba. Tive a oportunidade de discutir abertamente (em que pese em voz baixa) o regime socialista imposto em Cuba, e dos cubanos tive críticas e elogios. Mas percebi que o regime se sustenta por vontade do povo Cubano.

Essa minha admiração por aquele povo (tirando nos momentos das partidas de volei feminino, onde o ódio ronda minha alma), fez-me um simpático torcedor do esporte cubano. Nós, da imensa terra brasileira, lutamos muito para ficar em terceiro, pois já era certo que Cuba não seria ultrapassada, e muito menos os xerifes americanos.

Em um bate papo de churrasco, onde o Sidney era o anfitrião, discutindo com o Parolin, sobre Pan-Americano e sobre esporte, sobre Cuba e sobre a terra brasileira (onde não se aconselham vôos), mais uma vez nos braços da cerveja me empolguei. Comecei a defender Cuba de forma incisiva. Cheguei a dizer que Cuba era melhor que o Brasil (ok, agora peço desculpas). E lá pelas tantas dei o exemplo da cultura do povo cubano, da sua saúde pública, e de seu desempenho nos esportes.

Então, Parolin que não é novato nas artes do sarrismo, olhou bem para mim e perguntou: E na natação? Você viu o desempenho dos cubanos?

De pronto respondi que Cuba não tem bom desempenho na natação.

E ele logo arrematou: Claro. Em Cuba não tem nadador. Os que sabem nadar já estão em Miami.

Ponto pro amigo.

Mas ainda que caindo ao solo, nocauteado por tão fantástica observação eu pergunto:

E se arrastassemos o Brasil para não mais que cento e cinquenta milhas náuticas de Miami. O que aconteceria?

Pois bem...

Acho que não teríamos presidente.

Um abraço a todos

Samuel Rangel

FASES por Samuel Rangel

Pois bem gente. Não é sempre assim, mas as vezes acontece.

A vida é feita de fases.

Tenha certeza que as coisas vão acontecer quando você mais precisa. Porém, não seja tolo de achar que vai aparecer o que você mais precisa.

A vida é essa criança piadista que te oferece cigarro mas diz que não tem fogo. Ela te compra uma geladeira mas diz que acabou a cerveja.
A vida é um moleque travesso que adora te apresentar para a mais gostosa quando você ta sem um puto no bolso.
Para as mulheres ela coloca sentado na mesa um "deus grego" bem no dia que desponta a TPM.

Vida é assim mesmo, e por isso, devemos aprender a fazer comédia.

A vida é tão criativa que nos tempos atuais ela tomou por regra os absurdos. O inacreditável virou provável. O inusitado agora é popular.
Falam muito daquela tartaruga sindicalista e barbuda em cima do poste. E isso virou piada.

Então, já que é assim, e se de fases rola a vida, temos nossa fase minguante, nova, cheia e crescente.

Em nossa fase ninguante, se chove dinheiro, o cofre cai em nossa cabeça. Se a nossa fase é nova, nem a mãe mais preocupada enxerga o filho. Se a fase é crescente, desconfiamos o tempo todo. Ué, aí vem coisa. Isso aqui é uma pegadinha?

Até que um dia ... a fase é tipo lua cheia. Uh Uh Uh

Aproveite meu, por que é um dia só. No dia seguinte a coisa começa a piorar.

Mas quando a fase é de lua cheia, chove mulher, chove dinheiro (nem toda fase muda de 28 em 28 dias), chovem amigos e etc.

Nesta fase, nos sentimos a última bolachinha do pacote. A gente se sente como bandeja de brigadeiro em aniversário de pobre. A gente é um golzinho mil mas com rodas de Audy. Uh Uh Uh.

Calma gente. É só uma fase.

Descobri essa semana que quando muitas mulheres andam atrás da gente, e não é por pensão, não devemos nos sentir a última bolacha do pacote. Na realidade hoje em dia as pessoas não estão mais acostumadas com aquelas bolachas com recheio.

Um abraço e boa fase

DIA DOS PAIS – 12 DE AGOSTO DE 2007

Depois que tive a graça de um filho, aprendi que o bom mesmo é ser pai.
E na alegria estonteante de ser pai, não raras vezes me flagrei sorrindo mais largo, perdendo a noção.

Foi a paternidade que me tirou dos limites do bom senso e trouxe-me ao universo do bem sentir.

Ainda que aos olhos dos outros, o pai a milanesa que rola na areia com o filho seja um palhaço, as gargalhadas do filhos feliz o conduzem a uma dimensão paralela. A dimensão do amor verdadeiro, gratuito e natural. Ainda que aos ouvidos dos outros, a voz do pai que agrada ao seu filho perca um pouco de seu poder e autoridade, o portal que se atravessa ao fazer isso nos revela que a dimensão da paternidade transcende a própria vida.

E por mais que outrora eu tivesse algum preconceito ao ver um homem beijar outro homem, descobri que o pai, ao beijar o filho, deposita no destino mensagens eternas de carinho, e o futuro abrirá caixas de lembranças que levarão ao meu filho, mensagens de hoje, atuais em um longínquo amanhã, quando as intempéries da vida açoitarem a alma do filho amado.

E ser pai é um desafio. Um desafio aos próprios limites da alma. Carrega um medo que se pode confessar como homem, e uma sensação indescritível. Carrega o sal do tempero com os açúcares dos dias. Traz-nos a alegria de envelhecer ao ver que o menino cresce.

E ser pai é muito mais do que ter um filho. O "ter" vem em certidões pequenas, em cores cinzas, ao passo que o "SER" vem em diplomas que carregam alguns tons indescritíveis. E o Diploma de pai não se compra. Só a vida entrega.

Por isso, esperando que um dia eu mereça esse diploma, hoje quero outorgar o Diploma de Pai a todos aqueles que fizeram do seu filho uma parte indispensável ao mundo.

Em especial ao meu pai, por tudo e tanto que palavras não bastariam, mas apenas reconhecendo que é perdendo o chão que se ganha um pouco dos Céus, e por isso, é ao amar um filho que descobrimos o quanto podemos amar e ser amados.

Obrigado meu Pai

SAMUEL RANGEL

ENTRE OS GIGANTES DA ADVOCACIA - por Samuel Rangel

Recentemente, surgiu um manifesto de uma das chapas que aspira a próxima gestão da Seccional da Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil. Neste manifesto, elaborado sob o argumento de combater uma eventual partidarização da OAB, pode-se destacar alguns pontos muito preocupantes. Entre acusações de narcisismo, inexperiência, e vaidades pessoais, o texto fala ainda de “raposas felpudas”, “novatos”, “inocentes úteis”, “manipuláveis” e “autênticos gigantes da advocacia paranaense”.


Seria interessante que o texto revelasse quem são as raposas, tivesse alguma sinceridade para apontar os novatos, ou mesmo alcançasse o condão de orientar os inocentes úteis, isto, dentre outros esclarecimentos que qualquer texto bem intencionado traria. Mas não se encontra neste texto tão nobre conteúdo.


E o ponto que mais me chama a atenção, é onde se fala em “gigantes da advocacia paranaense”. Estariam eles nos escritórios bem dispostos em mansões e belos prédios? Seriam eles aqueles com contas vultuosas em bancos no Brasil e no exterior? Ou seriam aqueles que contratam inúmeros recém formados por míseros valores, aproveitando-se do atual mercado deplorável da advocacia?


Não se pode vislumbrar exatamente a identidade destes “gigantes”, mas desde a tenra infância, sabe-se que eles promovem o medo e o caos. Não é difícil imaginar os gigantes destruindo cidades, pisando sobre pequenos homens comuns, abusando da vantagem do seu tamanho desigual. E exatamente aí que a questão invoca a atenção de todos, para fazer com que se pense não em advocacia de gigantes, mas na advocacia de homens comuns.


É importante que a próxima gestão esteja inserida na realidade da advocacia, composta por pessoas que conhecem o martírio de jovens advogados que ingressam no mercado, inexpressivos em face de sua pouca história, mas gigantes em seu heroísmo de manter-se em pé em meio aos pés dos gigantes.


É preciso lembrar quantos se foram e não mais advogam, pois sucumbiram ao mercado inóspito.


É preciso lembrar de quantos talentos perdeu a advocacia para os concursos públicos, e imaginar o quanto se perde ao ver grande e nobres almas de advogados em togas de juizes, ou gabinetes de promotores. Nem todo grande escritório possui um grande advogado, e nem todo grande advogado possui escritório.


É de fundamental importância que a Ordem dos Advogados do Brasil pare de representar algumas dezenas de escritórios bem sucedidos, para se engajar na defesa de milhares e milhares de advogados que sofrem nesta realidade caótica.


OAB de verdade? Qual é a verdade da advocacia? A dos gigantes da advocacia paranaense, ou a dos homens e mulheres gigantes que, lutando heroicamente, conseguem sobreviver à advocacia?


É exatamente por esta razão que apoiamos a idéia de uma OAB DEMOCRÁTICA, sem dezenas de gigantes, mas composta por milhares de iguais que agora se agigantam na oposição.






PESSOAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS por Samuel Rangel

Entre pessoas e instrumentos musicais – Parte I


Não combina com os meus conceitos a idéia de que pessoas sejam objetos, mas exatamente por existir uma alma, características próprias, traços e detalhes que diferenciam um instrumento do outro, nesse mundão ondem as vezes da vontade de ser um ET, vejo pessoas com dificuldades em se relacionar, de encontrar um parceiro.


Então gostaria de fazer uma comparação, pedindo desculpas pelo humor, mas que ao menos permita fazer pensar em diferenças e desejos.


A iniciação na música não deve começar sem que antes se escolha um instrumento. Muitas vezes, escolhemos o instrumento que esta à mão. Normalmente um violão velho com cordas acabadas. Não raras vezes um atabaque. Mas com o passar do tempo, o contato com a música nos abre os ouvidos e o coração.Então olhamos para o velho violão e descobrimos que ele tem limites.


Em um dia de sorte quando sobra algum dinheiro, vamos então a uma loja e vemos violões novinhos, Fender, Takamine, Tajina, Yamaha. Olhamos encantados aquelas paredes repletas de opções. Essas opções nos deixam em dúvida. Como resolver?


Em que pese parecer um convite à promiscuidade, é de se pedir para afastar qualquer malícia. Se há dúvida, toque, primeiro um, depois o outro, e assim por diante. Se você se permitir a sensibilidade, verá que um se acomoda melhor em seu colo, outro tem cordas mais suaves que não rasgam seus dedos, o terceiro tem um som doce e profundo, mas que é encoberto por sua voz.


E assim você passará uma manhã, uma tarde e quem sabe iniciará a noite sem que a decisão seja tomada.


Pois bem, quando chegar a noite, vá ao seu bar predileto, ouvir o músico que mais gosta. Enquanto ele toca o violão que ele escolheu, passe os olhos para o ambiente. Você verá que cada pessoa tem sua própria alma. Não haverá uma só alma que deixe de ter uma qualidade, mas na perfeita simetria, no outro canto do bar, também não haverá uma só alma que não deixe de ter um defeito.


A questão é simples. As coisas são tão imperfeitas quanto nosso colo, nossa voz e nossa alma.


Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte II






Após aquela noite, como você ainda não tomou a decisão, surgirá a vontade incontrolável de ir à loja e fazer a escolha. E é comum você achar que é aquele violão, tampo claro, braço macio, e som doce, o violão de sua escolha.

Exatamente por ter sofrido muito com isso, arrisco um conselho. Antes de aceitar o ímpeto de ir à loja, coloque em seu colo mais uma vez o velho violão de guerra. Garanto que haverá nele também uma qualidade que você ainda não tinha valorizado. É assim mesmo! Agora a dúvida já ronda também a possibilidade de ficar satisfeito com o velho violão, mesmo sabendo que ele tem limites.

Como dinheiro não é coisa fácil, você resolve não mudar. E passará mais algum tempo com ele, até que um certo dia, o aprimoramento de seu ouvido lhe indicará um defeito grave. Esse violão não afina mais. E agora? É inevitável. Você voltará a loja.

E nas paredes da loja ampliada, você verá novos modelos. A dúvida aumenta, mas o seu crescimento pessoal também exlcui de pronto algumas opções. Aquela marca não é boa, aquele não tem som e aquele outro machuca demais as mãos. E ainda que existam mais violões pendurados, dessa vez você se dedicará apenas a dois ou três. Ao contrário da primeira visita à loja, você não necessitará de mais que duas horas para fazer sua escolha. Pronto. Você escolhe, descobre que é mais caro do que imaginava, mas vai ao caixa com certa alegria.

Abraçado com seu novo companheiro você começa a dar os passos em direção a porta. Enquanto o vendedor esta embrulhando sua escolha, você fica olhando com desdem todos aqueles violões ali. Aqueles violões roubaram sua atenção por tanto tempo, mas agora você sabe que é bem pior do que aquele que você escolheu.

Orgulhoso você recebe a caixa com o seu novo xodó. Agradece o vendedor como se ele fosse um padre que abençoa um casamento. E pronto. Sua alegria esta estampada em seu rosto, e quando você esta saindo da loja.. puta merda. Você passa por um cidadão tocando um piano. Você ouve aquele som encantador.

Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte III






Agora você vai para a casa, feliz com o novo violão, mas não consegue tirar da cabeça o som daquele piano. E ao chegar em casa, lá vai o velho violão para a parede, feito foto de família que conta parte da sua história. Mas o novo violão vem direto ao seu colo. E você começa então a se adaptar às cordas mais leves, ao som mais doce. Seu colo fica feliz com a nova aquisição.

O tempo passará e você e seu violão farão maravilhas juntos. Você então entra em uma nova fase de crescimento. O novo instrumento não tem limites. Permite a você novas interpretações. Sua mãos vão ficando mais rápidas e mais sensíveis. Que fase maravilhosa você está. E assim seguem os dias. Até que um belo dia sua mão fica mais veloz que o violão. Você desempenha e o som não sai. Você faz mas não tem resposta. Você é mais, mas parece menos. Novamente você tem limites que não são seus.

O que fazer nessa hora?

Normalente você tentará reformar o violão antigo. Estranhamente aquele violão que estava abandonado na parede recebe sua atenção novamente. Todo o carinho que você tinha retorna de cinzas antigas. Mas ele ainda terá alguns limites. E você já olha o seu violão atual sem nenhum carinho. Existem pessoas nessa fase que emprestam seu violão, e costumam pedir emprestado dos outros também. Mas é um péssimo negócio, pois intimidade é fundamental para essa parceria. A mesma intimidade que surgiu da alegria com o instrumento que era novo. Agora você sabe que sua satisfação era proporcional aos seus limites. E agora?

Então você volta à loja, e em simples dez minutos você descobre que não tem um violão que te satisfaça. Uma irritação surge em você, e de certa forma você passará um tempo afastado da música. A insatisfação tornará seus dias sem qualquer nota ou melodia.

Você tentará buscar inspiração em outros lugares, mas a música não tem substituto.

E você descobrirá que o violão não te satisfaz por não ter os recursos do piano.

O erro foi ter escolhido o primeiro instrumento que estava ao teu alcance.

Samuel Rangel





Pessoas e instrumentos musicais - Parte IV






Pois é.

Momento de escolha. Quanta responsabilidade ter que decidir algo hoje para nos acompanhar até o amanhã? Dizem que pessoas não mudam, mas embora a madeira mantenha-se parcialmente intacta, a alma cresce, e os limites vão diminuindo. Com limites menores o horizonte é maior. E mesmo a madeira, essa parte sólida que acomoda a alma, por não ser tão sólida assim ela apresenta sinais de cansaço. A tensão das cordas não é a mesma. Existe um certo desgaste que precisa ser aceito como natural. Então não há solução. A escolha depende de sorte?

Não.O instrumento precisa de cuidados, de uma atenção especial, de acordo com sua natureza.

Além disso que é necessário entender é que o tempo passa de forma implacável, e só há uma coisa que perpetuará o relacionamento entre o músico e o instrumento: A MÚSICA. Por mais que o instrumento esteja cansado, e suas mãos sejam mais rápidas do que as cordas do violão, um dia suas mãos ficarão mais lentas. Mas a música não acaba aí. Notas rápidas? Você começará a entender que quanto melhor for colocada a nota, mais tempo ela poderá permanecer na partitura.

É necessário que o seu crescimento não se resuma à agilidade, pois um dia você fatalmente a perderá. É necessário algo mais profundo. A música na relação entre o instrumento e o músico, esta como o amor na relação da pessoa com a vida.

E o que é amor? Onde encontrar? Como identificá-lo?

Não há um só conselho sábio que se possa dar nesse sentido, pois como os instrumentos e os músicos, cada um tem suas próprias características, seu conceitos, qualidades e defeitos que o tornam único. E se único é, como buscar em um sábio algum conselho? Se ele for realmente sábio, o silêncio será a resposta.

Apenas não esqueça da música. Aceite os tons menores como compassos de tristeza. Alegre-se nos tons maiores quando eles surgirem em meio à melodia. Saiba que dissonantes são úteis. As sétimas preparam, mas toda música um dia chega ao fim.

A benção é simples. Ao final... que tenha sido uma bela música.

Samuel Rangel






Pessoas e instrumentos musicais - Agora um pouco de Humor






Ok. Então sem diferenciar homens de mulheres para não realimentar a detestável guerra dos sexos, podemos definir...

TIPO DE HOMENS E MULHERES:

Piano: São clássicos e completos em recursos. Por isso se adaptam muito bem ao novo. São lindos e sólidos. Chamam muito a atenção, mas jamais vão acompanhar você em todos os lugares;

Violão: São populares e companheiros. Têm uma certa simplicidade. O que os torna atraentes é a companhia, isso na medida em que sabe ou não tocar. Ele dependerá de você para agradar;

Sax: São brilhantes e chamam demais a atenção. Mas dependendo da sua embocadura poderão desafinar feio. E um sax desafinando é o segundo pior instrumento que se pode ouvir. Mas afinado sua sensualidade chama a anteção, quem sabe mais do que você queira.

Violino: Chamam a atenção pela sua fragilidade, que não combina com a grandiosidade do som que emitem. Como não são temperados exigem uma cordenação dupla. A mão esquerda precisa saber que como o tom não é exato, terá que ser flexível e variar em um sensível trêmulo. Já a mão direita, que coordena o arco (Não é vara não engraçadinho), terá que ser firme o suficiente para manter o atrito das cordas. Exatamente. É um instrumento que precisa de atrito. E quando desafina, Meus Deus!!! É o som mais irritante no atrito.

Tuba: Ao escolher a tuba você sabe que não vai tocar em banda de rock, mas no lugar certo e na hora certa, ela faz uma bela base.

Gaita de Boca: São companheiros incríveis. Onde você estiver, basta você meter a mão no bolso e lá está ela. O único defeito é que só, ela dificilmente ultrapassará os limites melancólicos do Blues.

Cello: Lindo, profundo e culto, mas é ruim de carregar e é o mestre da melancolia. Você jamais irá a um Pagode acompanhado de uma Cello.

Surdo: Esse sim. Não exige muito de você, apenas que acompanhe o rítmo da música. Exatamente por isso o surdo tem um recurso interessante. Se perdeu? Não sabe o que fazer? Meta a mão que o resto da banda vem atrás.

Um abraço a todos

Samuel Rangel



INFERNO ASTRAL por Samuel Rangel

Inferno Astral.


Dizem que as vésperas do aniversário, todos nós passamos por uma fasE difícil, onde os problemas aparecem aos montes, e as coisas mais fáceis começam a dar errado. Apesar de ter escrito com muito carinho sobre o Centauro”, nunca acreditei em astrologia, e esse lance de signos para mim sempre foi mera brincadeira.

Mas esse ano foi demais. Se eu não acreditava devo começar a rever meus conceitos.

Na segunda-feira, tendo um daqueles surtos de bom filho, peguei meU querido papai e fui leva-lo à farmácia para tomar uma injeção, pois esta com tendinite no braço. Chegando na frente da farmácia ele me pede que estacione o carro ali mesmo pois não iria demorar.

Saí do carro para fumar aquele cigarrinho básico e notei que um Voyage, meio “veiagem”, morreu e não havia diabo que o fizesse funcionar. Logo atrás daquele bólido havia um Fiesta. Enlouquecido pela inércia do paquiderme metálico, o doce condutor do veículo, sem dar aquela olhadela no retrovisor (atitude que deixou de praticar em função de estar mais ocupado com os xingamentos mais clássicos do trânsito) manobrou para a esquerda mudando de faixa sem sinalizar. Em contra partida, uma desvairada psicopata ensandecida que conduzia um belo Audy A3 vinha trafegando em velocidade de autódromo. Quem sabe por não saber qual a função do pedal do meio, a criatura nem freio. Pronto, aquele som característico e após colidir com o Fiesta o Audy desgovernado começa a escorregar, escorregar, escorregar e pronto: demoliu a traseira do Espero. Passados uns cinco segundos é que lembrei que o carro estacionado ali, com a bunda deflorada pelo Audy psicopata, era o meu.


Soltei um Puta que Pariu com as mãos subindo a cabeça. Olhei para dentro do Audy e vi a mulher em pranto. Preocupado com seu bem estar dei-lhe o atendimento necessário. A senhora está bem? Perguntava o ignorante aqui.

Após acalmá-la retirei o veículo dela do meio da rua. Legal. Tudo vai ficar bem.

Depois de correr a semana inteira atrás de orçamento para o concerto do meu bólido, hoje recebi a maravilhosa notícia de que a seguradora da Dona Fulana Fitipaldi, não irá pagar meu prejuízo, pois ela não tinha a menor culpa. Hoje então eu percebi que o culpado sou eu por ter nascido é claro.

Saindo da seguradora, o meu carro ferveu, pois com o choque quebrou o reservatório de água. Cheguei ao estacionamento com uma chaleira daquelas que apitam. Puta que o Pariu de novo.

Chego no escritório e me são apresentadas as contas do mês de novembro. Puta que o Pariu 19 vezes.

Um querido cliente meu me liga e comunica que o pagamento de outubro, que estava atrasado, só virá em fevereiro. Até lá eu dou um jeito de assaltar um banco ou coisa assim. Oitenta Puta que Paris bem sonoros.

Ensandecido com a situação soltei um belo tapa sobre a mesa. Ana a querida estagiária grita bem alto Filho da Puuuuuuuuuta.

Fazer o que?

Como fiquei meio nervoso demais, resolvi mandar este texto só para te encher o saco um pouquinho, porém, gostaria de advertir quanto algumas situações.

1) Se nos encontrarmos no centro por acaso, evite sorrir pois vou achar que você está tirando sarro da minha situação.

2) Quando me encontrar não pergunte se esta tudo bem, pois a resposta poderá ser um tanto quanto ríspida.

3) Ao telefone evite perguntar onde vou, pois meu transporte esta meio comprometido e eu posso achar que você está tirando sarro da minha cara novamente.

4) Na quarta-feira que vem, quando estivermos comemorando o meu aniversário, evite fazer comentários sobre carro, trânsito, seguradoras ou coisas do gênero, pois poderemos ter um problema de relacionamento.

5) Se você tiver um carro novo, evite mostrar para mim. Use o estacionamento mais próximo e não me faça inveja (Pelo Amor de Deus).

E no mais, estou indo embora (de ônibus)



TOLICES E MENTIRAS por Samuel Rangel

Seria tolice dizer que não penso fugir

Apenas preciso entender que você é o caminho

Seria tolice dizer que não tenho medo

Apenas preciso saber o que fazer com ele

Seria mentira dizer que não fico inseguro

Mas é preciso cuidar com o que a insegurança faz comigo.


Seria tolice dizer que sua ausência é nada

Apenas preciso saber respirar o ar sem perfume

Seria tolice dizer que não tenho saudades

Então apenas preciso esperar por você

Seria mentira dizer que você não faz falta

Mas é preciso controlar o que sua falta faz comigo


Seria tolice não aceitar que perdi meu autodomínio

Apenas entender quão bom o domínio da emoção

Seria tolice dizer que não estou entregue

Apenas preciso saber o quanto você quer receber

Seria mentira dizer que não sonho ser seu

Apenas preciso cuidar com o que este sonho faz comigo


Seria tolice negar meus sentimentos

Apenas preciso tolerar e mostra-los a você

Talvez seja tolice pensar que é amor

Melhor apenas deixar de querer entender

Seria mentira dizer que não parece paixão

Então apenas preciso viver o que ela faz comigo


SER PAI por Samuel Rangel


Ser pai, aos olhos tolos de quem jamais será,



É sorrir ao nada e chorar em vão.



A paternidade, se observada pelos materialistas,



É ter algo mais e ver crescer seu patrimônio.



Os olhos brilhantes do pai que admira seu filho, correndo no verde, pisando na areia de uma praia, parecem carregar sonhos e utopias.



O toque meigo de um braço forte, que aconchega em seu peito pequena criatura, demonstra a delicadeza de uma amor arrebatador.



Os joelhos dobrados e os olhos na mesma altura, de um pai que conversa de igual para igual e brinca com seu filho, revela que o amor de pai faz o tempo voltar atrás.



Ora, eu nunca pedi que entendessem essa minha vontade de fazer cócegas em meu filho, ou então essa compulsão de erguê-lo sobre os ombros, deixá-lo de pernas para o ar. Nem eu mesmo entendo tais loucuras, mas posso dizer que embora meu filho não entenda, ele sorri, e muito.



A palavra difícil para um homem– AMOR, na boca de um pai que dirige-se ao filho, é na realidade a prova de que amor de pai vence barreiras ao olhar um filho.



Ainda que eu não fosse pai, queria que Deus me permitisse saber destas coisas, pois quem sabe eu me esforçaria para ter filho antes e mais talvez.



Não posso ver no rosto de meu filho a tristeza da despedida, todo dia, ao deixar a casa de sua mãe.



Não posso expressar o tamanho da saudade daquele pequeno moisés que durante dois meses acomodou o sono do meu filho ao meu lado.



Não se pode falar sobre a falta que faz o toque de seu pequenino dedo nas minhas mãos cansadas, contempladas pelos meus olhos incansáveis.



Ser pai é muito mais do que ter um filho. Nesses tempos onde Ter é mais valorizado do que Ser, Ser Pai é ser ao filho. Muitos têm filhos, mas quantos realmente são pais?



Peço a Deus que me permita ser o melhor pai que meu filho queira ter, e que isto ajude meu filho a ser um grande e bom homem, pois por certo um dia ele também terá seus filhos, e tenho certeza, desejará ser um excelente pai, o melhor que seus filhos possam ter.

SER por Samuel Rangel

Ser capaz ...

... talento que só o tempo tras.

Esse tempo espirituoso e implacável que nos arremete contra a incerteza.


Ser forte ...

. .. benção que só a certeza da insuficiência nos traz.

Essa insuficiência que nos obrigar a ver no espelho os limites que nós mesmo vivemos.


Ser sábio ...

. .. tranquilidade que só a vida nos traz.

Essa vida que não cansa de nos mostrar um rosto duro e ao mesmo tempo maravilhoso.


Ser honesto ...

. .. predicado que só o não nos traz.

Esse não que tanto dizemos e que nos ensina mais ainda quando ouvimos.


Ser confortado ...

... alegria que só o desconforto nos traz.

Esse desconforto que tanto nos agride e ao mesmo tempo nos faz evoluir e superar as dificuldades.


Ser habilidoso ...

...vantagem que só o esforço do despreparo nos traz.

Esse despreparo que nos obriga a olhar com mais atenção tudo aquilo que ainda não conhecemos.


Ser amável ...

...Simpatia que só o nosso lado rouco é capaz de trazer.

Nosso lado rouco que a tantos fez chorar e nos mostra que tanto precisamos conhecer.


Ser autêntico ...

...transparência que só aprendemos na dissimulação.

A dissimulação que tantas vezes impregnava a face daqueles que jurávamos amores.


Ser impulsivo ...

...agilidade de espírito que só aprendemos com a omissão.

A omissão que tantas vezes nos fez chorar ao ver partir aquela pessoa sem ouvir nosso eu te amo.


Ser carinhoso ...

...calor que só aprendemos nas mãos ásperas.

Aquelas mãos ásperas que roçaram nossa alma mostrando o quanto faz falta um carinho.


Ser feliz

...luz que só o destino é capaz de nos trazer.

Aquele destino que tantas vezes nos faz sorrir e depois leva nosso sorriso e nossa felicidade que vai para longe.


Ser amor

...descompasso que só o acaso nos traz.

O acaso que nos põe no lugar certo na hora certa e tantas outras vezes na hora errada, ou no lugar errado.

QUEM SÃO? por Samuel Rangel

Quem são aquelas crianças?

Parecem tão felizes que chegam a causar estranheza.

Parecem brincar e não se vê nada em suas mãos.

Parecem sorrir e não parece haver motivo.


Quem são eles que vêm da vida outros brilhos?

Quem são eles que falam coisas estranhas?

Quem são eles que não se consegue entender?

Quem são eles?


Quem é aquele homem tão guri?

Quem é aquela mulher tão menina?

Quem são aqueles que desafiam o poder do tempo?

Quem são aqueles que não se pode entender?


Como ousam pensar como jovens?

Como ousam beijar como adolescentes?

Como ousam dançar a música que não se ouve?

Como ousam agir desta forma?


Parecem ter encontrado algo que não se procura.

Parecem ter algo que não se compra.

Parecem pisar sem tocar o chão.

Parecem acreditar no amor.


Quem são eles?

PARTINDO por Samuel Rangel

Partindo


Sem a mesma graça que cheguei, eu fui partindo.

Como aquele velho quadro que com o tempo vai perdendo a cor, o brilho que eu tinha nos olhos foi apagando. Como se não houvesse qualquer culpa, eu parti. Não olhei para traz e nem toquei os lábios para lembrar do último beijo. Carregando na alma um gostoso vazio de não ter nenhum compromisso. Carregando aquela velha e tola felicidade de não dever nada para ninguém.


Parti olhando ao longe, como o cavalo árabe que escolhe o campo de seus caprichos. No antagonismo da partida levei tempo para entender.


Percebi que falta-me algo, e nada posso fazer.

Falta-me aceitar dois dias iguais.

Falta-me acostumar-me com o mesmo caminho.

Falta-me gostar da mesma cama e saber cobrir-me com as mesmas cobertas.

Falta-me saber ser o mesmo homem durante dois dias seguidos.


Assim eu parti. Sabendo que logo estarei em outro lugar. E logo depois estarei dando as costas novamente, com o mesmo rosto frio.

Assim eu parti.

Como se gostasse de viver de lembranças.

Como se houvesse a necessidade de acabar para poder avaliar.

Como se o durante fosse pior que o depois.


Percebi que meu jeito de viver a vida é muito parecido com o que escrevo. Só consigo gostar do que fiz após encerrar a última linha. Uma relação doce com o ponto final. Simples e pequeno, o ponto final passou a ter uma bela relação com minha vida.


Ao final de cada verso, de cada poema, um ponto final.

Um triste símbolo do que acabou ...

... o melhor presságio de que algo está por vir.

LEVE-ME por Samuel Rangel


Leve-me a vida, mas deixe-me o meu nome;

Leve-me o sorriso, mas deixe-me minha honra;

Leve-me o conforto, mas deixe-me o respeito;

Leve-me o carinho, mas deixe-me meus valores;


Parta com tudo, mas

deixe-me como sempre fui;

Parta com nosso filho, mas

deixe-me ainda ser pai;

Parta com o amor, mas

deixe-me a sensibilidade;

Parta feliz, mas

deixe-me sorrir e superar a tristeza;


Fique bem, e deixe-me

vencer as dificuldades;

Reencontre o amor, e deixe-me

lembrar que posso amar também;

Receba o que merece, e deixe-me

voltar a merecer algo;

Volte a brilhar, e deixe-me

voltar a enxergar algum brilho;


Lembra-te do que fizemos,

e que o certo se repita em sua vida;

Lembra-te do que erramos,

e faz disso a mais valiosa experiência;

Lembra-te da felicidade,

e busca reencontrá-la;

Lembra-te da tristeza,

e conta comigo para afastá-la de ti.


SEM FADA por Samuel Rangel

Já não vejo mais a fada

Nem ouço o som dos bandolins

Na mesma solidão dos bares

Lembro-me da música que a gente ria


Metade de mim é saudade

Ficou velha a nossa fotografia

Deixado em um planeta absurdo

não se encontra pra aquela folia


Canta uma canção bonita

Como se o planeta fosse explodir

E ainda que não seja como a gente quer

Ainda sou aquele menino


Sem querer falar perfeito

Cuidar do amor exige mestria

Não quero mais ser estrela

Basta-me a beira do mar


As coisas se transformam

Para sempre não é todo dia

Engana essa nossa loucura

Foi essa minha agonia


Com vontade de ser sozinho

Metade homem metade animal

Sem o compromisso estreito

Vou ver o seu sinal

SÓ .... por Samuel Rangel



Estou sozinho...



... não sem ninguém, mas sem algo mais ...



Estou pobre ...



... não sem dinheiro, mas sem riqueza ...



Estou louco ...



... não insano, mas sem paz ...



Estou fraco ...



... não sem força, mas sem vontade de lutar ...



Estou com fome ...



... não sem comida, mas sem inspiração.



Estou com frio ...



.... não sem agasalho, mas sem calor ...



Estou com medo ...



... não sem coragem, mas sem apoio ....



Estou com dor ...



... não no corpo, mas na alma ...



Estou com sede ...



... não sem água, mas sem amor ...



Estou triste ...



... não sem alegria, mas sem você ....



Estou aqui ...



... não onde eu queria, pois queria ao seu lado.