Seria interessante que o texto revelasse quem são as raposas, tivesse alguma sinceridade para apontar os novatos, ou mesmo alcançasse o condão de orientar os inocentes úteis, isto, dentre outros esclarecimentos que qualquer texto bem intencionado traria. Mas não se encontra neste texto tão nobre conteúdo.
E o ponto que mais me chama a atenção, é onde se fala em “gigantes da advocacia paranaense”. Estariam eles nos escritórios bem dispostos em mansões e belos prédios? Seriam eles aqueles com contas vultuosas em bancos no Brasil e no exterior? Ou seriam aqueles que contratam inúmeros recém formados por míseros valores, aproveitando-se do atual mercado deplorável da advocacia?
Não se pode vislumbrar exatamente a identidade destes “gigantes”, mas desde a tenra infância, sabe-se que eles promovem o medo e o caos. Não é difícil imaginar os gigantes destruindo cidades, pisando sobre pequenos homens comuns, abusando da vantagem do seu tamanho desigual. E exatamente aí que a questão invoca a atenção de todos, para fazer com que se pense não em advocacia de gigantes, mas na advocacia de homens comuns.
É importante que a próxima gestão esteja inserida na realidade da advocacia, composta por pessoas que conhecem o martírio de jovens advogados que ingressam no mercado, inexpressivos em face de sua pouca história, mas gigantes em seu heroísmo de manter-se em pé em meio aos pés dos gigantes.
É preciso lembrar quantos se foram e não mais advogam, pois sucumbiram ao mercado inóspito.
É preciso lembrar de quantos talentos perdeu a advocacia para os concursos públicos, e imaginar o quanto se perde ao ver grande e nobres almas de advogados em togas de juizes, ou gabinetes de promotores. Nem todo grande escritório possui um grande advogado, e nem todo grande advogado possui escritório.
É de fundamental importância que a Ordem dos Advogados do Brasil pare de representar algumas dezenas de escritórios bem sucedidos, para se engajar na defesa de milhares e milhares de advogados que sofrem nesta realidade caótica.
OAB de verdade? Qual é a verdade da advocacia? A dos gigantes da advocacia paranaense, ou a dos homens e mulheres gigantes que, lutando heroicamente, conseguem sobreviver à advocacia?
É exatamente por esta razão que apoiamos a idéia de uma OAB DEMOCRÁTICA, sem dezenas de gigantes, mas composta por milhares de iguais que agora se agigantam na oposição.
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