domingo, 30 de setembro de 2007

CORITIBA 1 X 0 IPATINGA – O Mineirinho, o Porquinho e o Radinho de Pilha (Samuel Rangel)

É sexta-feira, dia 28 de setembro de 2007.

O mineirinho está ouvindo a Rádio Ipatinguense Nacional dos Chapadões. Ele mora em uma chácara distante quinze quilômetros da cidade de Ipatinga. Lá tem suas criações, mas muito especialmente, tem amor pelo seu radinho de pilhas pelo qual tem o mundo aos seus ouvidos. Também esta bem feliz com o peso que vem ganhando o seu porquinho.

Torcedor fanático do Ipatinga Futebol Clube, ele acompanha a todos os lances da bela campanha do seu time na Segunda Divisão do Futebol Brasileiro.

O Ipatinga Futebol Clube foi fundado em 21 de maio de 1998. Fica ali na Av. Roberto Burle Marx, no Parque Ipanema da Pacata Ipatinga em Minas Gerais , conhecido como Tigre seu estádio é o Ipatingão, do próprio município (Epaminondas Mendes Brito) com capacidade para 35.000 pessoas, e é sempre apoiado pelas fanáticas torcidas Tigraço e Infatigre.

E você poderia perguntar que clube é esse, mas antes que você cometa tal desfeita, saiba que se trata do Campeão Estadual de Futebol do Estado de Minas Gerais de 2005, quando cozinhou o Galo e colocou a Raposa para correr.

O mineirinho parece estar impaciente. A mulher lhe chama para jantar e ele simplesmente faz de conta que não escuta. Ele simplesmente se cala, permanece ali enrolando seu cigarrinho de palha, deixando os olhos passearam pelo chiqueiro a namorar o pernil do simpático porquinho. O porquinho por sua vez, quando nota a presença do mineirinho, exibe-se logo esperando um punhado de restos.

Nesta sexta-feira, quando marcam oito e vinte da noite em seu velho relógio de cordas sobre a geladeira, o mineirinho liga o rádio de pilhas e vai até a varanda.

Como em todas as transmissões de partidas de futebol neste país, em Ipatinga não é diferente. Entre aquelas balelas o locutor do jogo inicia:

Lindomar. Já temos a escalação do Tigre?

Uma voz meio aguda e com som parecendo sair de dentro de uma lata confirma:

Temos sim Castilho. O Tigre vem de Fred no Gol, Márcio Gabriel, Léo Oliveira, Duílio e Beto. Henrique, Leandro Salino, Augusto Recife e Gérson Magrão. E na frente para infernizar a zaga Coxa Branca vem de Adeílson e Alessandro. O técnico é o professor Emerson Ávila que vem comandar o Tigre.

O locutor prossegue:

E o Coritiba Lindomar?

Vem a resposta:

Edson Bastos no Gol, Anderson Lima, Henrique, Jeci, Diogo, Veiga, Douglas Silva, Túlio, Ricardinho, Keirrison, Hugo. O Técnico é o talentoso professor René Simões, conhecido pelas suas conquistas com times femininos.

Dez minutos depois ele escuta atento o apito que dá o início ao jogo, e lá esta o seu glorioso Alviverde enfrentando o Coritiba. Com os ouvidos no rádio e os olhos no porquinho ali, bem próximo à varanda. O Mineirinho escuta atento a cada lance. Cada avanço do seu time é seguido de uma cuspida à floreira encostada na varanda, após o que vem a tradicional ajeitada no cigarrinho de palha.

Sua mulher o chama para jantar, mas ele não se afasta do rádio.

Ela insiste:

É Codorna com Quirera meu véio.

E ele nada.

Mas mulheres não entendem um homem ouvindo futebol pelo rádio, na mesma e exata proporção que homens não entendem por que devem levantar a tampa da patente para abaixar depois. Quando ela pensa em insistir ele a responde rispidamente, demonstrando claramente que ele não irá jantar antes do final do jogo.

Depois de trinta e cinco minutos de um burocrático futebol, o seu Ipatinga desce ao ataque com mais perigo. O mineirinho continua atento, e a cada lance uma nova cuspida no chão.

Quando o Ipatinga acertou a trave Coxa Branca, o mineirinho foi à loucura. Ali ficava claro de que o Ipatinga realmente tinha condições de vencer o jogo. Animado com o lance, o mineirinho agarra-se a um cajado curto, que ficava encostado ao lado do forno de barro no fundo do quintal.

E a partida foi esquentando até que o juiz resolveu encerrar o primeiro tempo de jogo.

E seguiu o locutor:

Minas Gerais esta brilhando no sul. Com vocês agora os comentário de João Manoel.

Uma vinheta à moda de viola anuncia: "Lá laia João Manoel. Tiririn".

Povo Ipatinguense. O nosso Alviverde esta fazendo uma apresentação maravilhosa no Couto Pereira. Diante de uma torcida de quase trinta mil pessoas que tenta apoiar o Campeão Brasileiro de 1985, o Ipatinga não se faz de rogado. Com facilidade desce rapidamente ao ataque e apresenta-se com perigo à meta adversária. Esta jogando no sistema quatro, quatro dois. A equipe do Coritiba acusou o golpe a partir da metade do primeiro tempo e demonstra-se abalada. Não há dúvida de que o Ipatinga tem condições de levar estes três pontos para Minas Gerais. Foram cinco finalizações do Tigre contra apenas uma do Coxa.

O mineirinho deixa escapar um sorriso maroto.

Levanta-se e começa a dançar uma Catira* ao som de uma viola imaginária, exibindo-se para seu porquinho que, feliz, acha que vai ganhar uma farta porção de alimento. A vitória sobre o alviverde do sul, colocaria seu time na primeira posição do campeonato, e com isso, por certo levaria o tigre à primeira divisão do futebol brasileiro.

Ele então ajeita o cajado e espera o apito do segundo tempo de cócoras, como havia passado o final do primeiro tempo inteiro, momentos em que seu time pareceu ter melhor sorte. Lógico que o mineiro não acredita em superstição, mas seria uma tolice deixar o Tigre perder a partida por mudar de posição.

Então o mineirinho olha para o porquinho gordinho e diz:

Se o Ipatinga ganhar esse jogo, vamos ter que comemorar. Esse jogo define se o Tigre vai subir para a primeira divisão. Se ganhar é o fim de nossa amizade. Você vai para o forno Rabicó.

Soa o apito. O segundo tempo começa burocrático novamente. Então o mineirinho lembra do final do primeiro tempo e fica otimista, antevendo a pressão que o Ipatinga faria no final do jogo.

Vinte, vinte e cinco, trinta, trinta e cinco minutos e nada.

O porquinho enclausurado esta suando frio enquanto o cronômetro do juiz movimenta-se preguiçoso. A criatura quase chega a desfalecer cada vez que o Ipatinga vai ao ataque. Ali parecia surgir o primeiro porquinho pó-de-arroz torcedor do Coritiba nas belas terras mineiras.

Quarenta minutos e Gustavo cabeceia a queima roupa contra a meta ipatinguense, e o porquinho vê suas chances se esvaindo, pois o Ipatinga não iria desistir dos três pontos.

O mirneirinho logo percebe que esse Gustavo é perigoso. Pouco depois de entrar no campo já esta lá dando trabalho para o goleiro da representação mineira. Mas quando aos quarenta e cinco minutos o Juiz expulsa Gustavo do Coritiba, o mineirinho exclama:

“Eita juizinho bão sô.”

O raciocínio do porquinho começa a viajar em uma velocidade inimaginável. Ele começa então a imaginar uma fuga do chiqueiro. Deve haver alguma forma de sair daqui. Agora, sem o atacante Coxa, é certo que o Tigre vai atropelar. O porquinho já começa a imaginar o seu traseiro assado no forno à lenha.

Não houve nem tempo para o porquinho ouvir o “sô” que encerrava a frase, e o Juiz assinala um pênalti contra o Ipatinga.

O mineiro agarra-se no cajado como religião, e começa a pensar positivo deixando fugirem as exclamações:

O goleiro vai pega! Vai pega! Vai pega!

Então a Rádio Ipatinguense Nacional dos Chapadões faz a seguinte narração:

Minas Gerais esta com você Fred! Ipatinga inteira tem certeza de que você vai pegar esse pênalti. O Tigre passa por momentos difíceis na Capital Paranaense.

Então o comentarista faz sua função:

A meu ver não foi pênalti. O atacante do Coritiba projetou seu corpo sobre o zagueiro do Tigre. Mas diz o velho ditado do futebol: pênalti roubado não entra.

Volta o narrador.

Atenção. Está autorizado. Anderson Lima correu para a bola, bateu espaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Fred! Defendeu! Defendeu! Defen... Mas o juiz mandou voltar. O auxiliar esta dizendo que Fred se adiantou. Não valeu! Não valeu! Vai cobrar novamente. O que é isso? Vai fazer voltar a cobrança. Acredite Ipatinga! O juiz mandou voltar a cobrança. Que tristeza povo mineiro.

O comentarista:

Isso é um roubo! O juiz está prejudicando o Ipatinga deliberadamente. Cadê a Comissão de Arbitragem da CBF?

O mineirinho dá uma cuspida no chão e bate o cajado com força no palanque da varanda. Mas ele percebe que há algo escrito nas estrelas. O goleiro vai pegar, ele imagina firmemente.

O narrador:

Vamos Fred! Você consegue novamente. Atenção. O juiz esta autorizando. Anderson Lima olha para a bola, correu, bateu Defendeeeeeeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuuuuuu! Defeeeeeeeeeeeeeendeeeeeeeeeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuuu Fred! Defen... Não acredito. O que é isso meus senhores? O juiz esta mandando voltar novamente. Mais uma vez o auxiliar levanta a bandeira para assinalar a irregularidade. O juiz esta anulando dizendo que Fred se adiantou. O que é isso meu senhor?

Sem que possa se controlar o mineirinho cospe agora no próprio rádio.

Comentarista:

Isso esta virando caso de polícia. O Ipatinga esta sendo operado em terras paranaenses. Não é possível que isso esteja acontecendo.

O mineirinho então olha para o porquinho. O porquinho por sua vez começa a duvidar da capacidade de Anderson Lima bater o pênalti de forma eficiente. Nesta hora o mineirinho se irrita e se levanta. E com o cajado na mão continua a olhar para o rádio e para o porquinho. Mas para o rádio olha com cara de poucos amigos. O porquinho por sua vez, se pudesse estaria fazendo figas.

Não adianta. O juiz mandou voltar.

O mineirinho então começa a lembrar da moda de viola “O Mineirinho e o Italiano”. Pensa então no castigo. E por mais que a lógica o desafie, pois é difícil acreditar que um goleiro colocaria a mão na bola do pênalti por três vezes consecutivas, ele agora pensa:


Vai bater para fora.

E lá vem o narrador:

Atenção. Pela terceira vez vamos para a cobrança da penalidade máxima. Nunca se viu nada igual. Aqui é até aprender seu Anderson Lima. Atenção. Esta autorizado. Anderson olha fixamente para a bola. Atenção correu para a bola, bateu espaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Fred!Defendeu! Defendeu! Defen... Gol. Gol. Gooool. É o que o juiz queria.

O mineiro começa a espancar a coluna de madeira da varanda com seu cajado, e nem percebe que o Juiz mandou voltar novamente a cobrança. O porquinho nessa hora começa a pensar no juiz paulista que estava a garantir o frescor do seu traseiro. Será que el mudou de lado?

O porquinho então fica mais tranqüilo, pois já passam dos cinqüenta minutos do segundo tempo. Por mais que o Coxa não faça o gol, não haverá tempo para um gol do Ipatinga.

O mineiro então se concentra na torcida:

Vai errar. Vai bater para fora. O Fred vai defender.

Mas parece que pela forma com que as coisas estão acontecendo em Curitiba, não haverá um final feliz. É quando o narrador volta:

Senhores ouvintes. Não me recordo de situação semelhante. Pela primeira vez na vida vi um juiz anular três cobranças de pênalti seguidas. Isso é uma vergonha. Eu quero ver o que vão dizer os senhores cartolas da CBF.

E assim ficam por alguns minutos trocando opiniões e externando sua revolta com a situação. O desabafo é repentinamente interrompido quando:

Atenção. Correu, bateu. É gol. Lamenta ....

A transmissão é interrompida pelas cajadadas do mineirinho, que ali, em frente ao porquinho, revela ao animal o quanto violento seria o seu final.

Mas o Coritiba havia conquistado a vitória aos cinqüenta e dois minutos do segundo tempo. O porquinho estava salvo. E nessa hora o porquinho já ousa zombar do mineiro. Foi tomado por uma tranqüilidade tal que interrompeu os seus trabalhos de escavação do túnel que havia programado para a sua fuga.

O porquinho fica ali a admirar o surto psicótico do mineirinho contra seu rádio, até que o mineirinho cansa os braços e entra.

Sobre o chão da varanda apenas os pedaços do rádio e quatro pilhas. Uma para cada cobrança da penalidade que definiu a derrota do Tigre. Eram duas da marca Everedy, uma Nacional e uma Duracel. Então o porquinho ouve o mineirinho atender o seu celular nokia:

Eia sô! Que timinho heim? Ocê ta de brincadeira comigo. Foi roubado sim sinhô. Não adianta fala que não.

O porquinho então começa rir em silêncio, como se estivesse pensando: Mineirinho desgraçado. Queria me matar? Agora agüenta aí o Coxa tirar uma com a tua cara.

E continua a ouvir a conversa:

Puizé! Eu acho que num foi pênalti não. Num foi não.

E seguiu a conversa:

Ahãm. Ahãm. Ahãm. Não sinhô. Uai? Não sinhô. E foi. E foi. Uai?

Repentinamente o mineirinho fala;

Ta bão. Ta bão. Eu reconheço. Perdi a aposta. Pode passar aqui buscar o porquinho que te prometi. Ocê vai levar vivo ou quer levar morto?

FIM

Peço desculpas pela brincadeira e mando um abraço para o povo mineiro, esperando profundamente que Coxa e Ipatinga realmente se mantenham nessas posições e estejam na primeira divisão em 2008.

OS NOMES SÃO DE CRIAÇÃO DO PRÓPRIO AUTOR, NÃO CORRESPONDENDO A NENHUMA EMPRESA OU PESSOA.

E como torcedor Coxa Branca, em reconhecimento pelo belo futebol apresentado, fui pesquisar a história do Ipatinga.


“A HISTÓRIA DO IPATINGA.

Devido à grande demanda de jogos em Ipatinga, de Atlético e Cruzeiro em competições nacionais e internacionais, surgiu-se a necessidade de se criar um clube profissional em Ipatinga, para representar a cidade e fazer uso do terceiro maior estádio de Minas Gerais, o Ipatingão.

No início de 1998, o empresário Itair Machado, ex-atleta de Atlético e Cruzeiro, e até então patrocinador do Social F.C., clube da cidade de Coronel Fabriciano (cidade vizinha de Ipatinga no Vale do Aço), resolveu então criar o Projeto Ipatinga Futebol Clube.

Itair Machado saiu atrás de parceiros, para tirar do papel o projeto. Juntamente com Gercy Mathias, até então presidente do Novo Cruzeiro Futebol Clube (clube amador do bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga), e Cosme Mattos, um antigo desportista da cidade, com o apoio do Dr. Rinaldo Campos Soares (presidente do Sistema Usiminas), Dr. Ronaldo Monteiro de Souza (presidente do Usisaúde), o Sr. Francisco Carlos Chico Ferramenta Delfino (prefeito de Ipatinga), o projeto nasceu grande e ousado.

O primeiro passo foi profissionalizar o Novo Cruzeiro Futebol Clube, que até então era um clube amador da cidade. O clube foi registrado na Federação Mineira de Futebol e, no dia 21 de maio de 1998, a FMF concedeu ao Novo Cruzeiro Futebol Clube o registro de clube profissional, passando a se chamar Ipatinga Futebol Clube, o qual recebeu o nome e cores da cidade.”

(FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ipatinga_Futebol_Clube )

sábado, 29 de setembro de 2007

EXTRA! EXTRA! CAPITÃO DO BOPE MATOU TAÍS (Samuel Rangel)

QUEM MATOU TAÍS? FOI O CAPITÃO NASCIMENTO!

Depois de tanto mistério, a verdade vem a tona. Quem matou a jararaca de Paraíso Tropical foi o Capitão Nascimento.

Exatamente. Aquele Capitão do BOPE, do tão polêmico filme TROPA DE ELITE.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE SE FODER (Samuel Rangel)




Mensagem enviada no orkut em 15 de maio de 2007.

Pois é...
...lá vou eu novamente.
Como todos sabem, estamos trabalhando em uma nova peça. Já tivemos 3 ensaios e o elenco continua trabalhando.
De acordo com o elenco, eu estou escrevendo um texto específico para cada personagem, e por isso, os ensaios começaram antes mesmo do texto estar fechado.

Nesta madruga veio uma inspiração fantástica, e o texto que já contava com quase 30 páginas foi crescendo, crescendo. Ora pincelando humor em um personagem, ora em outro, e assim foi a madrugada inteira. Fui dormir quando começava o Globo Rural de hoje. Dei uma bela olhadela naquela morenada e fui para a cama.

Hoje, acordei animado, e fui logo ligando o computador. Opa. Ele já estava ligado. Mas como. Eu lembrava claramente que havia desligado ao final do texto.

Quando comecei a buscar o texto cadê. Cadê o maldito texto. Onde é que ta. Sumiu. Porra sumiu a merda do caralho do filha da puta do texto.

Aos berros comecei a gritar com ninguém. Achei que fosse vírus. Meu técnico veio, viu e disse que não.

Ao final de uma conversa onde ele me falou da necessidade de um tal backup, lembrei-me que sofro de sonambulismo. Caralho. Fui eu que apaguei

Descobri então que o "Eu que dorme" não gosta do "Eu que escreve", ligou a máquina, foi lá e apagou tudo.
Pensando agora cheguei a seguinte conclusão:

Se o Eu que dorme fodeu com o Eu que escreve, na realidade temos então um fato onde Eu fode com Eu.

ESTE É O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA FRASE ME FODI.

É uma ode ao Se Foder.

Um abraço a todos.

Ps.: Acho que todos lembram da minha frase: Se for para alguém te foder, foda-se você mesmo. Acho que o eu que dorme levou isso a sério demais. rsss

APAV (Samuel Rangel)

Você conhece a Associação Paranaense Alegria de Viver?

No natal do ano passado fizemos um evento lá. Hoje recebi da Drica o texto que escrevi na época. Espero que ele convença você a fazer a mesma visita.

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Relatório da Festa da APAV
de: Samuel Rangel
para: meus amigos
enviado: 11 de dezembro de 2006 17:55
Quanto à festa da APAV no sábado?
Na realidade eu estava errado. Não são crianças. Na realidade são mestres em miniatura. São professores de vida que nos ensinam muito. E eu, imaginava que iria fazer algum bem. Que tolice. Na realidade qualquer atitude minha não tem a menor relevância perto do que vi.
Sobre o abraço, essas crianças me ensinaram que não se trata de tocar o outro, mas de trocar calor e emoção. O abraço é mágico, pois ao mesmo tempo em que nos esvazia, ele nos inunda. É então o abraço a exata magnitude do binômio dar e receber, revelando que ao nos entregarmos evoluímos e descobrimos novas reservas. Descobrimos que somos muito maiores do que imaginamos.Sobre o olhar, essas crianças me ensinaram que olhar não é observar, mas sim enternecer, brilhar e cativar. Quando observamos aprendemos, mas quando olhamos amamos, quando olhamos passamos dos limites de nossas retinas e invadimos almas, renovamos o espírito.
Sobre o agradecimento, essas crianças me ensinaram que é mais do que uma retribuição. Na realidade ao agradecermos verdadeiramente alguém, fazemos um bem maior que o primeiro, pois se a fraternidade é uma benção, o reconhecimento é algo que pode tomar proporções bem mais amplas.
Sobre a felicidade, essas crianças me ensinaram que devemos esgotar nossas energias para tirar da vida todo o proveito. Devemos entender que a vida é um presente milagroso que não se ganha duas vezes, e como todo bom presente, simples... É um presente único que leva a Assinatura de Deus e traz bem escrito o nome de cada um, com os caprichos que só um Pai pode dedicar.E sobre a vida?
Ah, sobre a vida!!!
Elas então extrapolaram qualquer expectativa.
Essas crianças mostram a qualquer um que a vida, por mais que tenha suas tristezas, por mais que doenças nos afetem, por mais que a vida tenha um fim, não se pode esquecer do meio, e é exatamente pela vida que conquistamos o poder de entender seu valor. Sublime lição que esses pequenos mestres nos dão, gratuitamente, sinceramente, alegremente e fraternamente.
Caridade é o que essas crianças fazem por nós, que ao envelhecermos, nos achando muito experientes, acabamos esquecendo de muita coisa fundamental. E por vezes ainda nos achamos no direito de reclamar. Achamos-nos no direito de dizer que a vida é uma merda, que a vida é ruim.
Pois bem. Se assim o é, aconselho a estes adultos tolos que se dispam de suas arrogâncias e ao menos uma vez sentem nos bancos daquela escola, para que esses pequenos mestres nos apliquem as devidas lições.
Um abraço a todos e muito obrigado pela oportunidade de participar da festa na APAV.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

SENHOR TENDE PIEDADE DE NÓS (Manoel Manhães)

Não publico textos que não são meus, porém, ainda que não tenha certeza de quem é o texto, pela sua criatividade e colaboração com a análise do momento atual desse país, sinto-me obrigado a deixa-lo aqui como manifesto.

BEM BOLADO
Pelo projeto político do deputado Clodovil
Pelo "espetáculo do crescimento" que até hoje ninguém viu
Pelas explicações sucintas do ministro Gilberto Gil
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo jeitinho brejeiro da nossa juíza
Pelo perigo constante quando Lula improvisa
Pelas toneladas de botox da Dona Marisa
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo Marcos Valério e o Banco Rural
Pela casa de praia do Sérgio Cabral
Pelo dia em que Lula usará o plural
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo nosso Delúbio e Valdomiro Diniz
Pelo "nunca antes nesse país"
Pelo povo brasileiro que acabou pedindo bis
Senhor, tende piedade de nós!

Pela Cicarelli na praia namorando sem vergonha
Pela Dilma Rousseff sempre tão risonha
Pelo Gabeira que jurou que não fuma mais maconha
Senhor, tende piedade de nós!

Pela importante missão do astronauta brasileiro
Pelos tempos que Lorenzetti era só marca de chuveiro
Pelo Freud que "não explica" a origem do dinheiro
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo casal Garotinho e sua cria
Pelos pijamas de seda do "nosso guia"
Pela desculpa de que "o presidente não sabia"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela jogada milionária do Lulinha com a Telemar
Pelo espírito pacato e conciliador do Itamar
Pelo dia em que finalmente Dona Marisa vai falar
Senhor, tende piedade de nós!

Pela "queima do arquivo" Celso Daniel
Pela compra do dossiê no quarto de hotel
Pelos "hermanos compañeros" Evo, Chaves e Fidel
Senhor, tende piedade de nós!

Pelas opiniões do prefeito César Maia
Pela turma de Ribeirão que caía na gandaia
Pela primeira dama catando conchinha na praia
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo escândalo na compra de ambulâncias da Planam
Pelos aplausos "roubados" do Kofi Annan
Pelo lindo amor do "sapo barbudo" por sua "rã"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela Heloisa Helena nua em pêlo
Pela Jandira Feghali e seu cabelo
Pelo charme irresistível do Aldo Rebelo
Senhor, tende piedade de nós!

Pela greve de fome que engordou o Garotinho
Pela Denise Frossard de colar e terninho
Pelas aulas de subtração do professor Luizinho
Senhor, tende piedade de nós!

Pela volta triunfal do "caçador de marajás"
Pelo Duda Mendonça e os paraísos fiscais
Pelo Galvão Bueno que ninguém agüenta mais
Senhor, tende piedade de nós!

Pela eterna farra dos nossos banqueiros
Pela quebra do sigilo do pobre caseiro
Pelo Jader Barbalho que virou "conselheiro"
Senhor, tende piedade de nós!

Pela máfia dos "vampiros" e "sanguessugas"
Pelas malas de dinheiro do Suassuna
Pelo Lula na praia com sua sunga
Senhor, tende piedade de nós!

Pelos "meninos aloprados" envolvidos na lambança
Pelo plenário do Congresso que virou pista de dança
Pelo compadre Okamotto que empresta sem cobrança
Senhor, tende piedade de nós!

Pela família Maluf e suas contas secretas
Pelo dólar na cueca e pela máfia da Loteca
Pela mãe do presidente que nasceu analfabeta
Senhor, tende piedade de nós!

Pela invejável "cultura" da Adriana Galisteu
Pelo "picolé de xuxu" que esquentou e derreteu
Pela infinita bondade do comandante Zé Dirceu]
Senhor, tende piedade de nós!

Pela eterna desculpa da "herança maldita"
Pelo "chefe" abusar da birita
Pelo novo penteado da companheira Benedita
Senhor, tende piedade de nós!

Pela refinaria brasileira que hoje é boliviana
Pelo "compañero" Evo Morales que nos deu uma banana
Pela mulher do presidente que virou italiana
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo MST e pela volta da Sudene
Pelo filho do prefeito e pelo neto do ACM
Pelo político brasileiro que coloca a mão na "m"
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo Ali Babá e sua quadrilha
Pelo Gushiken e sua cartilha
Pelo Zé Sarney e sua filha
Senhor, tende piedade de nós!

Pelas balas perdidas na Linha Amarela
Pela conta bancária do bispo Crivella
Pela cafetina de Brasília e sua clientela
Senhor, tende piedade de nós!

Pelo crescimento do PIB igual do Haití
Pelo Doutor Enéas e pela senhorita Suely
Pela décima plástica da Marta Suplicy
Senhor, tende piedade de nós!

Para que possamos ter muita paciência
Para que o povo perca a inocência
E proteste contra essa indecência
Senhor, dai-nos a paz !!!

QUEM MATOU TAÍS? (Samuel Rangel)

Dia 20 de setembro de 2007 – Primeiro Dia

10:08 - Como nesse país a Polícia vai mal das pernas, a Justiça anda dando seus tropeços, o Ministério Público troca farpas com o governador, e as vítimas vão se enfileirando, e sabendo ainda que este fato não passa de mais uma das intrigas de uma novela global, resolvi assumir o cargo de Delegado das investigações para desvendar o mistério: Quem matou Taís?

10:09 - E na presidência do Inquérito Policial Fictício, usando dos poderes que só a dramaturgia pode me conceder, vou tentar nomear minha escrivã a maravilhosa Daniela Cicarelli (http://www.daniellacicarelli.hpg.ig.com.br/). Por que dessa nomeação? Se como todos os inquéritos de políticos no Brasil, esse não der em nada, ao menos a presença dela é certeza de boas gargalhadas, além do que, ao final, quem sabe a gente possa pegar uma "praínha".

10:30 - Como boa parte dos delegados, assumo o caso bem depois do ocorrido, e como normalmente acontece, não sei de nada. Opa!!!! Preciso então de um informante. Mas como os informantes ganham dinheiro no Brasil? Essa resposta seria censurada. Então, apesar de posteriormente ter certeza de que serei acusado de nepotismo, é melhor chamar para informante minha tia. Ela não perdeu um capítulo dessa maldita novela.

10:31 – Parada para o almoço. Na porta da sala coloco a placa “Volto as 15:30”. Sempre tive esse sonho.

15:55 – Chego à delegacia um pouco atrasado. Descubro que a viatura não tem gasolina. Mando buscar. Descubro que viatura esta sem motor. Mando buscar. Descubro que a viatura esta sem rodas. Mando buscar. Descubro que a viatura esta sem lataria. Mando buscar.

16:00 – Embarco em uma viatura montada com o auxílio dos desmanches de Curitiba. Vou até a casa dela, minha tia, em companhia de minha escrivã de mini-saia, pois fazia bastante calor em Curitiba naquele dia (coloquei isso no texto pensando em romances policiais americanos). Consegui várias informações, mas minha escrivã não anotou nenhuma. Na delegacia estamos sem papel, sem caneta, sem policiais, sem vergonha e tantos outros “cem”, se é que me entenderam. Como forma de pagamento para a minha tia, ofereci a ela uma parceria. Eu repasso a ela as informações que vou levantando no inquérito e ela vende para a imprensa. Daí então racharemos a grana.

17:00 - Volto para a Delegacia e fecho a mesma. Como estamos sem policiais deixamos a chave da carceragem com um preso de confiança, apesar de que, não confio tanto assim nele.

Fomos jantar, e essa parte não interessa.

Dia 21 de setembro de 2007 – Segundo Dia

10:00 – Chego a Delegacia e solicito todas as anotações do inquérito. A pasta chega à minha mesa vazia. Apenas alguns números anotados. Como investigador perspicaz, comecei a ligar para os números.

10:47 – Daniela vem me convidar para um almoço, e muito simpática me indaga sobre os avanços da investigação. Então disse a ela que não havia tido progresso, pois aqueles números estariam em código. Então Daniela me informa que eram seus palpites para o Jogo do Bicho. Como não podia dar sinal de fraqueza, disse a ela que seria uma grande idéia interrogar o bicheiro após o almoço.

15:55 – Cheguei um pouco atrasado na delegacia em função do trânsito curitibano da hora do almoço. E recebo a péssima notícia. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículo havia apreendido minha viatura por se tratar de uma montagem de cinco veículos roubados.

15:56 – Lembrei então que sou eu quem escreve esta merrrrrrda deste texto. Aparece um Audi TT (http://www.audi.com.br/home/index.aspx) em frente a Delegacia. Daniela olha para mim e diz: Vamos em seu carro mesmo então.

16:00 - Embarquei no conversível e fomos até o Bicheiro. Lá chegando ele me informa que já havia pagado o mês, mas como assumi o personagem há só dois dias, acho que o outro delegado ficou com essa parte. Fui logo tirando minha pistola que estava maior do que nunca. Daniela suspirou.

Perguntei ao Bicheiro: Confesse que foi você que matou Taís. Assine aqui. Vamos!

O Bicheiro me pergunta: Qual Taís?

Fiquei confuso e liguei para minha tia. Ela esclareceu, e eu então disse a ele: A gêmea má!

E ele perguntou: Da novela?

Eu disse: Isso!

Então ele se fez de desentendido: Mas a gêmea má não era a Rute?

Eu então falei: Essa era outra novela que poucos leitores vão lembrar. Vamos! Confesse!

Então o bicheiro me sugere que eu vá investigar isso no Rio de Janeiro, onde ficam os estúdios da Globo, onde se passa a novela e tal e coisa.

16:06 – Pensei que seria uma bela oportunidade de ir à praia com Daniela. Compramos passagens para o dia seguinte, pois não sou obrigado a viajar fora do expediente.

22 de setembro de 2007 – Terceiro Dia

10:00 – Com minha sunga com elástico "extra-forte" na mala, chego ao aeroporto para embarcar no meu vôo, mas ele atrasou. Eu e Daniela ficamos no saguão do aeroporto conversando e rindo do nervosismo das pessoas (não fique irritado comigo, pois lembre-se que eu sou só um delegado da minha própria novela. Não posso fazer nada com a Anac).

16:55 – Embarcamos em um Airbus 300 seguindo para o Rio de Janeiro, e o que faço fora do expediente não é de interesse público.

23 de setembro de 2007 – Quarto Dia

10:00 – Saímos da Praia e fomos direto para a rede globo. Lá, eu que já estava armado (entendeu?), fui logo falando para o Autor da Novela: Quem foi que matou Taís?

Ele então me disse que não sabia ainda.

Então eu falei para Daniela que deveríamos ficar de olho nele. Ele apenas me passou o nome de alguns suspeitos: Ana Luísa, Antenor, Belisário, Cássio, Daniel, Eloísa, Hermínia, Ivan, Lúcia, Marion.

10:55 – Voltamos para a praia.

15:59 – Fomos à Central Globo de Produções e começamos a Investigar os suspeitos. Comecei por Antenor. Quando o vi transitando pelos jardins da Globo, fui logo pegando minha pistola de calibre grosso. Pulei em cima dele e perguntei: Confesse! Confesse! Confesse que foi você que matou Taís.

19:00 – Acordei no Hospital Souza Aguiar. A Segurança da Globo me havia colado o brinco e eu havia desmaiado. A última coisa que lembro é que quando eu gritava confesse, o cara dizia: Eu sou o Toni Ramos. O Toni Ramos. Eu havia achado ele tão parecido com Antenor. Meu faro policial havia falhado.

24 de setembro – Quinto Dia

10:00 – Voltei aos estúdios da Rede Globo, mas não consegui entrar, pois a muleta não passava pelo detector de metais. Eu e Daniela então voltamos para a praia. Daniela atenciosamente segurava minha muleta enquanto eu me banhava no mar carioca.

25 de setembro – Sexto Dia

10:23 – Voltei aos estúdios da Rede Globo, mas não consegui entrar, pois a segurança tinha ordens de me manter afastando de Toni Ramos. Então eu e Daniela não desistimos. Resolvemos ir à praia e voltar no dia seguinte.

21:45 – Naquela noite, quando menos esperávamos, estávamos sentados em um bar em plena Copa Cabana, vimos o Autor da Novela entrar no bar. Expliquei a ele a situação. Ele riu, mas sentou-se comigo. Então ele começou a me dizer o que realmente estava acontecendo.

Ele me contou que Paula era uma das principais suspeitas, pois já havia declarado várias vezes que o único jeito de ela resolver seus problemas seria com a morte de Taís, que já havia lhe prejudicado demais e havia inclusive tentado a matar.

Ouvi-o com atenção. Então perguntei: Tem mais gente envolvida!!!!

E ele me falou de Olavo, pois tinha interesse de se livrar de Taís ao descobrir que ela era amante de Ivan, seu irmão, que estavam envolvidos em crimes.

Balancei a cabeça e continuei ouvindo. Então ele desatou a falar como se estivesse no “Pau de Arara”:

Quem sabe tenha sido Marion, pois ela estava sendo chantageada por Taís. Marion havia lhe negado ajuda para fugir para Paris e Taís disse que revelaria a Urbano que a socialite lhe roubou o colar de esmeraldas. Mas quem sabe possa ter sido Lúcia, que ao descobrir que Antenor tem um envolvimento com Taís; Outro provável suspeito é Ivan, ainda com ciúmes por Taís ter transado com Olavo. Em outras hipóteses. Mas até mesmo Hermínia que prometeu a Zé Luíz, traumatizado com o seqüestro, que a Taís não faria mais nenhum mal a ele e nem a Paula. Não se pode descartar ainda a possibilidade de ter sido Eloísa decida em vingar-se de Taís pela morte de Evaldo.

Nesse momento fiquei perdido. Quem é Evaldo? Liguei para a minha tia que não atendeu. Liguei novamente e fui informado pela minha prima de que ela estava dando uma entrevista coletiva sobre a morte de Taís.

Eu me senti sozinho. Então olhei para Daniela e não me senti mais tão sozinho. Quando vi Daniela me olhando com aqueles belos olhos eu senti .... Estou pronto. Vou pegar. Deixa comigo que eu estou dentro e sou durão. Vou resolver esse mistério.

O Autor continuou: Pode ser Daniel, que queria colocar Taís na cadeia. Lembre-se que Daniel acha que é o único jeito que ele conseguiria ter paz com sua mulher Paula. E mesmo Cássio é um suspeito, pouco provável é verdade, mas ele e Taís tiveram um caso mal resolvido no início da novela.

Tentei ligar para a minha tia novamente e ela ainda estava na coletiva de imprensa.

O Autor continuou a falar: E Belisário? Ele não havia se conformado com o fato de ter sido enganado por Taís. E Ana Luísa? Sensibilizada com o desespero de Paula e Daniel.

E então falou a frase que esclareceu tudo: Pode ter sido Antenor. Ele decide se livrar de Taís. Lembra que ela o chantageava para não revelar que o empresário havia lhe oferecido dinheiro para separar Daniel e Paula.

Lembrei-me dos sopapos que havia levado dos seguranças quando abordei Antenor. Lembrei dos momentos peludos que passei no hospital por causa daquele tal de Toni Ramos. Eu não voltaria para os Estúdios de jeito nenhum.

Neste momento saquei de minha pistola, que depois de três dias na praia com Daniela já não era mais tudo isso, e dei-lhe voz de prisão.

Quem matou Taís foi você!!!!! E se não foi você sozinho, você mandou matar!!!!

O senhor não era o autor? Não poderia ter evitado? De onde saiu a idéia do personagem de matar a Taís? Foi da sua cabeça. Logo, foi o senhor, ou é Autor, ou é partícipe, ou é co-autor.

Coloquei as algemas nele e encerrei o caso. Portanto, não adianta assistir a novela das oito que passa às 21 horas, pois o Autor esta preso, e as algemas não lhe permitem escrever o final da história.

Caso resolvido.

Despedi-me de Daniela e voltei a Curitiba.

Dia 26 de Setembro de 2007

10:00 – Resolvi escrever este texto lembrando com algumas conclusões básicas.

A) Desde Salomão Raiala, passando pela clássica Odete Reutman, e chegando mesmo a Taís, quem mata o vilão sempre é o Autor.
B) Novelas da Globo são mesmo todas iguais.
C) Neste país tão carente de VERDADES, a “verdade” só aparece nos últimos capítulos das novelas, e sempre com o padrão Globo. Imaginem que na Globo, os culpados vão para a Cadeia. Será que isso é para saciar o desejo de justiça do povo?
D) Tem muita gente de verdade morrendo, sem que a Polícia, com expediente em algumas delegacias das dez às onze horas, e depois das quinze as dezessete, descubra quem foi.
E) Se o povo brasileiro gosta de novela, que ao menos preste mais atenção ao drama que esta vivendo.

O ARCANJO (Samuel Rangel)

Em face da minha atuação perante o Tribunal do Júri durante mais de uma década, tive contato com a forma policial de gerir seus inquéritos, algumas técnicas de investigação, alguns conhecimentos técnicos de Medicina Legal, Psicologia Forense, Criminologia, Vitimologia e Perineocroscopia. Então resolvi começar a trabalhar neste livro.

Segue o início:
____________________
O Arcanjo (de Samuel Rangel)

Capítulo I – O CRIMINOSO

Eu na conseguia dormir. Depois da discussão que tive com Ana eu fumava um cigarro após o outro, e o sono cada vez mais distante. Estava tão nervoso que sentia minha respiração irregular. Parecia estar sofrendo uma crise de taquicardia. Há muito tempo meu casamento não estava bem, e nos últimos tempos eu havia visto as coisas se agravarem cada vez mais. Cada solução tentada acabava por provocar uma crise agravada. Já há algum tempo eu havia perdido todo o interesse pela minha mulher, quem sabe até por não ver qualquer libido em seu comportamento. Nossos dois filhos eram o grande motivo de minha preocupação e de minha insistência em um casamento visivelmente falido.

Nos dois últimos meses eu vinha enfrentando sérios problemas profissionais. Havia se instaurado uma guerra entre gangues e o IML recebia cerca de quatro corpos por dia. Eram vítimas de homicídios bárbaros. Mutilações e torturas eram as marcas comuns nos corpos que chegavam a mim para fazer a necropsia. Cada cessão chegava a durar cinco horas, diante dos incontáveis ferimentos e da difícil detecção da causa mortis.

Para aumentar meus problemas, a desestruturação do departamento de perineocroscopia, que fazia os exames de local de morte, havia incumbido os médicos de legistas do trabalho de campo. Meu trabalho que antes se resumia a uma sala fria e instrumentos cirúrgicos que desvendavam coisas sobre a morte, agora dividia-se também com o trabalho de campo.

Quando passei a ter contato com o local de morte, a situação se agravou muito, e fui acometido por uma depressão profunda. Era bem mais tranqüilo trabalhar com o corpo frio e já lavado de todo o sangue, mas comparecer ao local do homicídio, era o triste testemunho da falência humana. A constatação mais dramática do sofrimento de um ser humano e seu calvário.

Eu me tornara então o testemunho vivo do caos. Era acometido por pensamentos ruins e pesadelos constantes. Já há algum tempo parecia ter medo de dormir, pois não raramente, sonhava com os corpos desmantelados e a imagem terrível de ver neles o semblante de parentes meus. Nem o álcool nem os remédios que enfeitavam a cabeceira da minha cama eram capazes de me proporcionar algum descanso. Minha esposa parecia estar tão perto de tudo e não percebia nada. Meus filhos já não buscavam meu colo e amigos e parentes achavam que eu havia ficado louco.

A única pessoa com quem eu conseguia conversar e parecia realmente me entender era Vera. Uma residente de medicina que há seis meses fazia estágio no Instituto Médico legal, e diante das alterações do quadro, também passara a fazer exame de locais de morte comigo. Ambos parecíamos entender-se mutuamente, pois só nós vivíamos os nosso drama.

Eram quase três horas da manhã, quando o telefone tocou, e Vera me informa que há mais uma morte, desta vez, na favela do Parolim. De forma mórbida e sem qualquer constrangimento vesti minhas calças sem sequer lavar o rosto. Despenteado e com um cigarro já aceso entrei no meu carro rumando para o local. Chegando lá, a Polícia Militar me entrega uma Ficha de Atendimento a Ocorrência sem qualquer testemunha, sem qualquer esclarecimento. Para complicar mais ainda as coisas, o local não fora isolado. Ainda tive a oportunidade de ver um jovem arrancando o par de sapatos do cadáver e sair se embrenhando pelas vielas da favela.

Aproximando-me do corpo, levantei os jornais, e para meu espanto, não havia uma gota de sangue sequer. Revirei o corpo e não encontrei qualquer ferimento. Examinei superficialmente o couro cabeludo e não havia qualquer sinal de agressão. Vera chamou a atenção para uma marca de óleo na testa da vítima, em forma de cruz, parecendo ser uma unção. Pedi aos policiais que coletassem tudo ao redor do corpo e encaminhassem ao IML, pois não parecia ser homicídio. Apesar de tratar-se de um indivíduo de boa compleição física, parecendo gozar de boa saúde, como não havia sinal de violência tudo indicava morte natural. Eu faria os levantamentos necessários na necropsia.

Vera então pediu que eu a deixasse em casa. No caminho, conversamos sobre o caso, e diante de meu abatimento e da forma desligada que eu dirigia, ela perguntou-me se tudo estava bem. Diante da intimidade que nosso sofrimento nos proporcionou, passei a contar a ela sobre meus problemas. Chegando em seu apartamento, ela me convidou a subir. Destampamos a velha garrafa de Chivas e continuamos nosso lamento. Ela me revelou estar ficando deprimida diante da situação e durante longas horas conversamos.

Apenas me recordo que acordei no sofá de sua sala, e já passavam das três horas da tarde. Eu finalmente havia conseguido dormir. Vera já havia saído, tomando o cuidado de deixar-me uma garrafa de café e alguns pães sobre a mesa. Eu havia acordado disposto e me sentia melhor. Olhando em meu celular não havia registro de qualquer chamada. Resolvi então buscar meus filhos na escola. Fomos ao parque e conversamos muito. Eu tive ali os melhores momentos dos últimos tempos, pois parecia que eu estava os reconquistando. Na verdade, há muito tempo eles não viam seu pai descansado, e naquela tarde eu estava lhes dando o carinho que sempre senti. Ao final da tarde voltamos para a casa. Ana não falou comigo e eu permaneci com meus filhos. Assistimos a televisão e jogamos videogame. Eu me sentia extremamente bem, e após coloca-los para dormir, procurei conversar com Ana. Ela passou a chorar e eu lhe dei alento. Sem conseguir falar nada a puxei para o meu ombro, e ali, ainda sobre as cobertas ela dormiu. Durante um bom tempo passei admirando Ana, e perguntando-me como nosso casamento havia se transformado naquela crise sem volta.

Como era de costume nova ligação rompeu o silêncio da madrugada antes mesmo que eu pudesse dormir. Era Vera, e ela me chamou a ir até o IML. Era sobre o corpo da favela. Não havia nexo causal na morte daquela vítima, e a família já causava tumulto em frente ao IML pedindo a liberação do corpo. Daquela vez eu neguei o pedido de Vera e disse estar mais preocupado com meu casamento. Rebelando-me de forma descontrolada passei a gritar ao telefone. Eu pedia minha vida de volta. Perguntava a Vera até onde iriam me explorar. Eu havia esquecido que Vera também sofria com a situação. Meus gritos foram interrompidos quando Vera, chamando-me carinhosamente de professor, disse que tinha certeza tratar-se de homicídio.

Então fui até o IML. Na sala de necropsia, vi Vera com toda sua beleza roubada. Pálida, ela remexia as entranhas do corpo da vítima tentando descobrir a solução de tão grande mistério. Fui recebido por ela com certa apatia, e compreendi que assim foi diante de meu desabafo no telefone. Passando levemente a mão em sua cabeça lhe pedi desculpas, e como resposta, vi um choro compulsivo.

- Professor, Desde as três horas da tarde eu reviro este corpo e não encontro nada. Será que além deste serviço ser uma merda eu ainda sou incompetente?

Causa natural. Respondi com ares de mestre e tentando dar um descanso a pobre moça.

- Não Professor. Suicídio, Sem duvida alguma. Veja a carta que foi encontrada sobre as roupas da vítima.

Ela exibiu-me então um pedaço de papel de linho que trazia escrito em letras desenhadas: “Confesso a Deus”. Abaixo, em letra cursiva uma série de relatos de crimes que a vítima havia cometido. Roubos, homicídios e estupros. Ao final, o texto bíblico da confissão e o pedido de perdão.

Realmente o caso era atípico. Tudo parecia indicar um suicídio, porém, na havia sinais físicos de tal prática. Engajei-me nos trabalhos com afinco, e nenhuma resposta parecia lógica. Analisando o aparelho respiratório o sistema cardiovascular do corpo, cheguei a conclusão de que a morte havia sido provocada por uma parada cardiorespiratória súbita. Era definitivamente o que eu precisava. Um caso único em toda a história da medicina legal. Como alguém poderia cometer suicídio desta forma? Conversando com a família da vítima, em frente ao IML, mostrei a eles a carta de confissão. De forma surpreendente eles confirmaram a caligrafia de Micke. Era o nome da vítima. Eles também afirmaram ter conhecimento de que seu filho havia se embrenhado pelo mundo do crime, todavia, há duas semanas encontrava-se deprimido e amedrontado.

Essas informações causaram ainda maior interesse meu, e conversando com a família eles permitiram que eu tivesse acesso a sua casa e aos pertences da vítima. Voltando a favela em companhia de Vera, entramos em um pequeno barraco coberto com folhas e lona. Era uma família muito humilde. Apontando para os fundos do terreno, eles mostraram-me outro pequeno barraco e informaram que era lá que Micke morava. Entrando no barraco, tivemos uma surpresa muito grande. Uma enorme televisão e um DVD encostados na parede. No chão um pequeno cobertor. Vários aparelhos de som e vídeo. Realmente Micke havia tirado bons frutos de seus crimes.

Vera remexia naquele material e notou uma carta deixando dados para que fossem encontrados os donos dos objetos. Anotamos os indicativos do que parecia ser um endereço que se encontrava na carta e nos dirigimos para lá. Era uma casa grande e de arquitetura impecável. Conversando com os proprietários narramos a situação e fomos informados de que haviam sido sim vítimas de roubo. Informando as características físicas de Micke, eles informaram serem compatíveis com a do assaltante que meses antes havia roubado sua televisão.

O caso então tomou um rumo misterioso. Micke havia cometido suicídio, deixando uma carta de confissão e arrependimento, tomando os cuidados para que os produtos de seus crimes fossem restituídos aos proprietários.

Vera não se conformava que após tanto tempo de estudo ainda ficasse sem resposta a forma com que Micke havia se matado. Misturando a comemoração de ter algo especial nas mãos e a tristeza de não poder desvendar o caso, fomos até o Braz Hotel, sentar na sacada e tomar nosso velho e bom chope. Lá conversamos novamente sobre o caso que parecia nos absorver integralmente. Depois de horas de conversa, quando o chope já nos havia provocado gargalhadas involuntárias, Vera perguntou-me sobre minha situação com Ana. De súbito, percebendo que há mais de 30 horas eu havia saído de casa sem dizer nada, e que meu telefone havia ficado carregando na cabeceira da cama, deixando o dinheiro da despesa sobre a mesa eu sai sem dar-lhe qualquer explicação, recebendo como resposta de Vera um sorriso e um aceno com a mão.

Chegando em casa, Ana já estava dormindo. Repetindo o gesto com o qual eu fizera ela dormir duas noites antes, ela despertou. Olhando-me com muita tristeza disse não haver mais condições. Tentei explicar a ela tudo o que eu havia pensado e fui interrompido pelos seus gritos de desespero. Eu ainda tentava acalma-la com minhas palavras, mas seu estado era desesperador. Agredindo-me ela me colocou para fora do quarto. As crianças acordaram. Fiquei perdido sem saber o que fazer. Ela desceu a escada e mandou que eu saísse, pois tudo havia acabado.

Perdido, voltei ao hotel e Vera não estava mais lá. Liguei para Vera que compreendeu a situação e resolveu emprestar-me o sofá novamente. Chegando lá, sobre a mesa de centro, a garrafa de Scotch Whisky, Chivas, o meu preferido e um copo com gelo. Vera já estava dormindo. Fiquei ali sentado inerte. Horas depois Vera veio até a sala, e abraçando-me como mãe que abraça seu filho deu-me o colo que eu precisava. Companheira e compreensiva ela ficou ali em silêncio, e mais uma vez eu dormi. Vera parecia ter algo muito especial com o qual me fazia relaxar.

Acordei determinado a concertar a minha vida, e centrando-me principalmente em meu trabalho fui direto ao IML. Lá fizemos vários exames antes de liberar o corpo de Micke. Tudo concluía por uma Morte por Inibição. Trata-se de uma morte causada por um choque que atinge o nervo vago, o qual domina os movimentos involuntários de respiração e batimento cardíaco. O exemplo acadêmico é aquele da bolada no estômago. O caso mais famoso é o trote que acadêmicos do curso de Medicina davam em seus calouros em uma faculdade na Inglaterra . Com o terrorismo típico destes trotes, os calouros eram levados a salas escuras, e lhes era dito que teriam a cabeça cortada. Com uma toalha molhada um golpe era dado na parte posterior do pescoço dos calouros. Ao final do trote, quando se acenderam as luzes, um deles havia falecido – morte por inibição.

Se assim era, e respeitando a necrologia como ciência justificada, como Micke havia provocado inibição e um suicídio bem sucedido?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

TEM MONGE BUDISTA PERDENDO A CALMA (Samuel Rangel)

Neste mês de setembro, publiquei alguns textos aqui neste blogue, dentre os quais, não raramente falei de coisas que retratam um mundo doente. No texto “EU SEGUNDO ESSE IDIOTA - MINHA AUTOBIOGRAFIA”, falei dos nossos conflitos internos. No texto “ESTAMOS DOENTES” falei de conflitos entre pessoas de bem. Falei da loucura de nosso dia a dia em “SEM TEMPO”. Não esqueci de falar da “VERGONHA DE SER BRASILEIRO”, como se tentasse ratificar o que havia falado no texto “Já Havíamos Falado de Calheiros”. Tentei fazer uma homenagem a Juan Mann em “FREE HUGS”. Irritei-me com perguntas sobre políticos no irreverente “Há quem goste de piiii, mas há aqueles que preferem...” E assim por diante.

Mas não pude pintar com todas as cores a loucura que vejo no mundo. Também pudera. Quem preveria o insólito?

Hoje percebo que Ahmadinejad, o Presidente do Irã discursa na Universidade de Columbia em plenas dependências da “Delegacia do Mundo”. E isso só aconteceu em função de um convite provocativo do não tão magnífico Reitor daquela Universidade. O pior é que e o mal educado ainda é o Reitor, apesar de uma porção de besteiras no discurso. Mas o presidente do Irã não perde a oportunidade de pedir para visitar o lugar onde “ficavam as Torres Gêmeas”. O presidente Venezuelano começa a parecer uma mistura de “Lorde Inglês” com “Escoteiro” nessa situação.

Tentamos nos desvincular do mundo político, e como bom brasileiro, penso em futebol, mas sem saber ao certo como comentar as denúncias contra Dualib.

E vendo o Calheiros rosnar agarrado ao osso da cadeira da Presidência do Senado, fico sem ter as palavras certas para definir este quadro que aí esta, olhando para os brasileiros em silêncio.

Como agora, para ser empacotador das lojas Renovar já é necessário ao menos um curso de especialização para os bacharéis em direito, vejo que o povo não tem tempo de se manifestar. O povo brasileiro não tem condições financeiras de se irritar. Ele precisa se dedicar ao seu desenvolvimento profissional para continuar com seu subemprego, seu subsalário, agüentando aquela mercadoria de subchefe achar que tudo que ele "subfaz" está super errado, mas para ao menos continuar subsistindo neste "subpaís" de "submerda".

Mas isso pode mudar.

Tem gente aí que tem que botar as barbas de molho.

A passividade desse povo brasileiro só era comparada à paciência de um Monge Budista.

Se entre as suas maracutaias algum político teve tempo de assistir, que reflita. Se não teve, que leia agora.

Hoje assisti o inacreditável, em plena tela de minha televisão de canal aberto: Manifestações de Monges Budistas no Myanmar, antiga Birmânia . Dentre as suas reivindicações esta a soltura de Aung San Suu Kyi, a vencedora das primeiras eleições no país, que está detida há 11 anos. Esta senhora aí, não é nada mais nada menos que a vencedora do prêmio Nobel da Paz.

Em minhas conversas de boteco com meus amigos, sempre que quis definir a paciência em sua máxima existência e proporção, referia-me à “paciência de um monge budista”. Pois não é que até eles perderam a paciência. E assistimos isso como se fosse apenas mais uma matéria de um dos tantos telejornais diários.

Não. Pelo Amor de Deus não!!!!!!

Não se trata de apenas mais uma notícia. Pare e pense, quando foi que você imaginaria uma fila de mais de mil e quinhentos monges puxando a revolta de uma multidão de mais de cem mil pessoas.

Isso!

Um monge.

Aqueles que vestem aquela roupa laranja.

Exatamente!

Aqueles carequinhas que em todos os filmes aparecem fazendo “AHUMMMMMMMM AHUMMMMMMMM AHUM !!!!!!

Quem sabe o mundo esteja perdendo a paciência.

E o mundo não vai bem.

Quando o prêmio do Nobel da Paz vai para a prateleira de alguma cadeia (ainda que seja domiciliar), até monge budista se revolta.

A continuar a passividade desse povo brasileiro, quem sabe um dia os monges liderem uma revolução moral neste país.

É isso Renan Calheiros?

É isso Lula?

É isso Dualib?

sábado, 22 de setembro de 2007

NOITE DE AMOR (Samuel Rangel)

É sábado. Os amigos se reúnem para uma costela e um torneio de truco. Não pude ir, pois meus compromissos com os textos da peça, e o jogo do Coritiba e Ceará, impediam esse vivente de se fazer presente na chácara do amigo.

Então, pouco antes do apito que iniciou o jogo, cheguei ao Bar do Ítalo, para ver meu glorioso verdão se virar nos dois a zero contra a equipe do nordeste. Mas valeu muito a pena, apesar das tolices desse e daquele jogador.

Ao final do jogo, chacoalho as calças para me retirar do recinto, pois a turma da noite começava a chegar. Não acho que deve enfrentar outra maratona como a de ontem, onde gravando o CD a cerveja havia me acompanhado durante a noite inteira. Então, pelo juízo, vou-me embora para minha casa, pois lá sou amigo do dono, terei em minha cama as cobertas que escolherei.

Quando estou ao balcão, chega a turma do churrasco. Meu Deus!!!!!! Parecia uma bandinha entrando no circo. Um mais torrado do que o outro. E antes que eu pudesse parar de rir, me convidaram então a sentar-se à mesa. Era difícil conversar dentre tantas gargalhadas. Quando perguntei quem ganhou o torneio, não souberam me responder. Então vi que o caldo tinha menos galinha do que eu imaginava. Francamente, a coisa foi feia. Nunca havia visto alguns deles em tal condição.

Então um deles, após me contar que a maratona havia começado na padaria as oito horas da manhã, diz que vai embora. Como educado, perguntei sobre sua esposa, e ele me disse que estava tudo bem. Perguntei então se ela estava viajando.

Essa pergunta foi sim reflexo da experiência que tenho em relação aos meus amigos, pois quando suas esposas viajam, eles ficam mais risonhos, mais soltos, e normalmente, mais embriagados. E ele me disse que ela não havia viajado. Ela estava em casa, esperando.

Sem que pudesse segurar, soltei o meu famoso “Meu Deus”.

O amigo então questionou o motivo de tal frase. Como a sinceridade me conduz, inclusive nos momentos que eu adoraria que ela me abandonasse, disse a ele: E você vai chegar em casa nesse estado? A noite não vai ser Fácil.

Então comecei a rir em conjunto com algumas testemunhas que se dizem meus amigos.

Ele então disse: Nada. Vou para a casa e ter uma longa noite de amor.

A resposta pareceu saltar da minha boca antes que eu pudesse pensar.
Realmente, vai ser uma noite de amor.
Sua mulher vai passar a noite dizendo:
Amor, pare de roncar!
Amor, não mije na geladeira!
Amor, eu acho que você exagerou!
Amor, teu bafo esta de matar!
Amor desista, isso não vai funcionar!
Amor, pare de cantar essa música. A letra não é assim!
Amor, se você passar a mão na bunda do cachorro mais uma vez eu vou ficar brava!

Então, na minha filosofia pequena e despretensiosa, descobri que o tanto de vezes que uma mulher te chama de amor, não significa o quanto ela te ama. As vezes esta mais relacionado ao número de cervejas que você bebeu e a paciência que a sua “Madre Tereza” tem com a sua criatura.

As mulheres são complicadas, e isso é bem verdade, mas também não podemos lhes fazer as críticas de costume, pois se elas tivessem alguma razão, não gostariam de homens.

Ao ouvir um “Meu Amor”, tente olhar para os olhos dela para saber o que isso significa. Nem sempre quer dizer "Eu te amo".

Entendeu? Não?

Então leia amanhã quando acordar.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

EU SEGUNDO ESSE IDIOTA - MINHA AUTOBIOGRAFIA (Samuel Rangel)

JUSTIFICATIVA DO TEMA

Há algum tempo tenho me dedicado a uma autobiografia traçada a humor, que diante dos rumos tomados, agora também assume as formas do projeto de uma peça teatral.

Esta autobiografia não busca contar uma história, até porque seria presunção achar que esta minha história seria interessante o suficiente para convencer um leitor a passear pelas páginas desse livro.

O objetivo maior é propor, de forma irreverente, um questionamento sobre essa nossa ambição de possuir uma imagem de sucesso. Quem sabe exatamente em função desta ambição, não nos permitimos aceitar nossas vergonhas. Tentamos obstinada e incessantemente ser a expressão do correto, do bom, do belo e de tudo o mais que habita o nirvana do sucesso.

Assim, quando ficou definido o título da obra “Eu segundo esse idiota”, esta a se tentar fazer observar quão normal são nossas desvirtudes e nossas assimetrias físicas, psicológicas e morais.

Não tenho certeza se aqui o músico fala do advogado, ou o homem fala da criança que não lhe abandona o peito.

Quem sabe um romântico falando de um cafajeste, ou mesmo o pai falando do filho.

Quem sabe seja o tímido falando do desinibido, ou o gago falando do orador.

Quem sabe seja o católico falando do pervertido ou o sóbrio falando do bêbado.

Não se sabe e nada se pode definir, pois as vezes será a simbiose de tudo isto, ou mesmo o produto final de uma obra mau acabada,

Esta simbiose, e somente ela, reflete o que somos, não a imagem projetada em retinas desatentas que não penetram nos recônditos de nossa alma.

Somos não o que vêm, e nem mesmo o que gostaríamos de ser.

Não somos o que tentamos projetar, não somos nada a mais do que metades assimétricas que juntam-se em busca de receber um nome, viver uma vida, escrever uma história, nem sempre tão bela, nem sempre tão pura, nem sempre tão verdadeira quanto se pensa.

Somos o dobro de uma metade que nos revela, e que nos identifica, e a outra metade escondida, não deixa de ser a verdadeira expressão de nós.

Quem sabe nessa metade não revelada, exista mais sobre nós do que conheçam nossos familiares.

Quem sabe nessa metade misteriosa, residam o charme que cativa nossos amores, e nos torna atraentes além do que se vê.

Essa metade misteriosa, não confessada, proibida de receber visitas, que mantemos tão protegida, é responsável sim pelos nossos atos, nossos passos, nossas decisões e todo e qualquer vestígio de história que traçamos sobre a terra em que vivemos.

E tantas vezes negada, ela sobrevive em nós.

A nossa metade engraçada, que nos traz vergonha e fracasso, nos convida às lágrimas. Uma metade proibida de se mostrar, mas que nos tenta dar o bom dia todas as manhãs, quando acordamos com nossa cara amaçada.

A nossa metade calada, que não sabe para onde dirigir os olhos enquanto estamos sentados na louça do banheiro.

A nossa metade que ri em silêncio quando tropeçamos na subida ao palco, mas que é escorraçada pela metade vaidosa.

A nossa metade que tentamos esconder tanto, mas que tanto quanto à nossa imagem, define tudo em nossa vida, inclusive para onde vamos.

E falo sobre o tema com alguma tranquilidade, pois cansei de ser indagado como um músico risonho e bobão sobe ao palco no bar, para no dia seguinte estar de beca perante um júri.

O tema me é agradável quem sabe por ter me apaixonado tantas vezes, e em quase todas, correr aterrorizado de um amor.

Ah essa minha metade silenciosa, eloquente em meus atos, tagarela em meus sorrisos, que destitui com toda a classe do mundo minha metade austera e sisuda que sonha com o poder, que tenta projetar a imagem do que não sou.

Quando a sua metade menos bela lhe der bom dia, ao final do livro que ainda estou escrevendo, ou mesmo no dia seguinte à peça, espero que você a abrace.

Quando nossa alma carregar as duas metades de nossa história pela mão, como dois filhos realmente amados em igualdade, é por que teremos aprendido a nos aceitar, como somos, imperfeitos na perfeição, ou perfeitos na imperfeição.

E então, que o idiota não critique o eu, e que o eu, aprenda a rir com o idiota.

Quem é o idiota e quem sou eu?

É CEDO PARA SE PENSAR EM NATAL? (Samuel Rangel)

Hoje recebi um convite, para participar da campanha que o Correio realiza todos os anos.

E agora cabe a mim, a você a qualquer um decidir se é cedo ou não para se falar de Natal.

Setembro solta seus últimos dez suspiros, a primavera desfila em nosso jardim, e outubro, novembro e dezembro, passarão pelas nossas vidas com a incrível velocidade de nossos compromissos e responsabilidades.

Então, resolvi deixar aqui no blogue o convite para você também:

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" Queridos amigos.

Que tal fazer algo diferente, este ano, no Natal?

Sim ... Natal ... daqui a pouco ele chega ...

Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai ou Mamãe Noel delas?

Fui informada de que tem cada pedido inacreditável. Tem criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó...

Deixo a idéia lançada.

É só pegar a carta e entregar o presente numa agência do correio até dia 20 de Dezembro. O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.

-DIVULGUEM PARA CONHECIDOS-

Na vida, a gente passa por 3 fases:

- a primeira, quando acreditamos no Papai Noel;
- a segunda, quando deixamos de acreditar e
- a terceira, quando nos tornamos Papai Noel!!!"
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Esse último comentário me fez lembrar do texto que escrevi para o Natal de 2005, e acho que ele cabe bem aqui, como uma luva, quem sabe, vestindo de razão o convite que chega dois anos depois.

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Acredite em Papai Noel

E nossa vida se revelou para nós, de forma lenta mas implacável, fazendo-nos perder o medo do escuro, mas também nos revelando algumas verdades amargas. E foi assim que em algum dezembro, deixamos de lado aquela nossa ansiedade infantil, que ao pé de um pinheirinho iluminado, passava e repassava os detalhes de nossa cartinha, o relatório de nosso comportamento.

E agora acreditamos em que? Não acreditamos em Papai Noel e acreditamos em alguns políticos, em repartições públicas e no nosso compromisso moral de pagar as contas do final do mês. Então, humildemente, eu arrisco dizer - Acredite em Papai Noel.

Se você não conseguir acreditar, olhe mais além, e procure ao invés de um velhinho de barbas brancas, um bom coração. Garanto que você o encontrará. Se ainda não conseguir, olhe mais acima, e esqueça daquela roupa vermelha. Garanto que você encontrará alguém demonstrando um carinho especial por alguma criança. Ainda não? Então olhe mais abaixo. Esqueça de trenó e renas. Olhe com atenção e você verá alguém com profundas dificuldades financeiras dividindo seu quase nada. Mas você ainda acha difícil. Você ainda não quer acreditar. As amarguras que lhe trouxe a vida enrudeceram seus olhos? Ou você ainda não superou o trauma criado pela revelação de que o Bom Velhinho não viria?

Seja como for, você pode acreditar. Olhe então para dentro de você. Você encontrará uma vontade de fazer bem, de presentear a todos, de atender aos pedidos. E provavelmente você não verá trenó voador, mas verá as mágicas que fez na vida para tentar fazer alguém feliz.
Eu acredito em Papai Noel. Apenas não acredito que ele era como falavam em minha infância. Mas eu acredito, e apesar de todas as suas dificuldades, eu sei que ele se fará presente mais esse ano.

Acredite.

Feliz Natal, e que no ano de 2006, você possa acreditar mais, para ir mais longe e fazer o mundo entender que você é um grande presente.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ESTAMOS DOENTES (Samuel Rangel)

Em função da advocacia, deixo meu carro no estacionamento próximo ao fórum há pelo menos dez anos. Em função disso, fiz amizade com os funcionários e com os advogados, juízes e promotores que deixam o carro no mesmo lugar.


Ontem, convidando a tomar ciência de um despacho, fui ao fórum. Ao entrar no cartório, fui recebido por funcionários cansados, sem a menor boa vontade. Atendido de forma ríspida, respondi com bom humor: Espero que vocês tenham uma tarde melhor a partir de agora. E após muito insistir nesse bom humor, acabei logrando êxito em fazer brotar um sorriso em alguns funcionários da Vara. Não foi fácil, mas consegui inclusive ser atendido com certa eficiência.

Após isso, aguardando o cliente no saguão do fórum o tempo foi passando. E passou rápido. Era dia de receber honorários, mas quando a data é para tal finalidade, os clientes não são tão rápidos quanto seus telefones pelas madrugadas da urgência. Então sai e fui ao estacionamento, fumar um cigarro enquanto esperava o cliente. E nada!!!! Mais um cigarro, e nada. E outro, outro ...

Repentinamente fui surpreendido com gritos e palavrões.

Pelo nível dos palavrões, julguei estar nas arquibancadas de um Campo de Futebol. Ainda estonteado pelos palavrões, tentei observar o que acontecia. Era uma discussão entre um advogado e uma funcionária do estacionamento.

Como é de meus princípios, tentei apaziguar os ânimos, mas não havia jeito. Naquele momento imaginei meu filho ali me perguntando o significado dos palavrões que caiam das bocas nervosas. Eu não conseguiria responder e acho que se desenhasse, eu faria meu filho pular toda sua infância em menos de dez rabiscos.

Então, outras pessoas começaram a intervir, e os palavrões foram se multiplicando, mais e mais. Chegou a um ponto tal, que para me sentir em um campo de futebol, bastaria organizar as camisas dos Ensandecidos e dos Filhos da Ira. O placar dos palavrões era digno de uma partida de Basquete. Ensandecidos 102, Filhos da Ira 103.

Então alguém chama a polícia. Opa, uma atitude inteligente. O policial chega com toda a calma do mundo (e depois dizem que a polícia é truculenta) e desvenda o mistério daquela batalha. O advogado pretendia pagar o estacionamento com uma nota de cinquenta Reais, ao passo que a menina do estacionamento não tinha troco. O policial então, ainda com a voz serena, disse a menina que se não tinha troco, deveria liberar o automóvel independentemente do pagamento.
Ela ficou ainda mais nervosa, e seu palavrões adora eram para o policial, que simplesmente virou as costas e saiu do local.

O advogado, com o carro liberado, sai gritando. A menina, sem receber os dois Reais, continuava gritando, e meu cliente nada.

Passei ainda mais um tempo por ali, e testemunhei um outro advogado passando os dados para a menina sobre o advogado que lhe havia ofendido. Nesse momento entendi que o mercado realmente anda mal para os advogados. Ali estava um angariando um causa de dois reais, que provavelmente permutaria por mensalidades no estacionamento.

Após muito tempo, quando eu já desistia de meu cliente, fui até meu carro para ir embora. Quando estava a caminho dele, vi que as gritarias recomeçavam. Quando olhei para trás, descobri que dessa vez era comigo: “ Por que vocês advogados são .... e vocês .... seu bando de ..... eu vou .....”

Eu não acreditei, mas rodando os olhos à minha volta, descobri que era sim comigo. Agora os funcionários do estacionamento despejavam a ira contra mim. Eu não respondi.

E fui até o rapaz que sempre me atendeu bem e perguntei o que estava acontecendo. Ele então me disse que não sabia. Perguntei aos outros funcionários qual o problema. A menina ensandecida, funcionária nova do estacionamento, disse que eu não era mensalista. Então eu ri. Ela ficou ainda mais nervosa.

Olhei para o rapaz e perguntei se eu não era mais mensalista. Então ele me disse que na segunda-feira houve uma reunião e eu não era mais mensalista. Pois bem, um contrato rompido unilateralmente e eu realmente estava em outro estacionamento, pois aquele não é mais o que me abrigou durante dez anos.

Uma das meninas grita: E se você aparecer aqui com essa merda novamente eu vou quebrar todos os vidros. Mais uma vez eu ri. Ela ficou ainda mais nervosa, e eu atônito. Ela veio em minha direção como se fosse me agredir. Como me foi ensinado pelo meu pai, não se levanta a mão para uma mulher.

Quando ela percebeu que apenas virei de costas para ela, continuou gritando os palavrões de campo.

E eu ali, tentando entender o que acontecia.

Vi quando a outra menina disse: Ele tentou defender aquele f.......

Então eu ri, olhei bem para ela, e perguntei: Escuta, pela paz, será que está todo mundo de TPM aqui?

Vi que algumas pessoas riram, mas as duas ensandecidas não. Simplesmente ficaram ainda mais bravas.

Então eu paguei novamente os R$ 2 que julgava ter pago na mensalidade, e resolvi ir embora.
Mas agora, aquele sorriso que tinha no rosto se desfez. Foi com tristeza que percebi que estamos doentes, pois o nível de estresse das pessoas é tão grande que pequenas coisas se tornam questões de polícia.

Quando pessoas de bem começam a agir assim, é momento de refletir.

Quando pessoas educadas começam a usar um linguajar que não lhe é próprio, é momento de refletir sobre o que esta acontecendo.

As pessoas se perdem em desilusões, se afundam em realizações fúteis, se afastam de seus apoios familiares, assumem cursos e concursos que lhe sugam toda a dedicação, enquanto os filhos são educados pela televisão.

Então a mulher percebe que o filho beija a tela da televisão quando uma suposta rainha aparece, ao passo que não beija a sua própria mãe há muito tempo.

O homem agora percebe que o herói de seu filho é o Homem Aranha, e não vê o menor vestígio de admiração nos olhos de seu filho.

A mãe não faz mais os bolinhos, e nem o pai sabe mais pescar. A mãe as vezes esta mais na babá e na cozinheira, enquanto o pai, sem substituto, deixa o filho, desde a tenra infância, tirar da vida suas próprias conclusões.

Estamos doentes, e precisamos nos tratar.

Se em meio suas tarefas diárias tiver ao menos um tempinho, pense nisso.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

QUEM SOMOS? (Samuel Rangel)

Essa eu dedico à Nanda Ribeiro.

Somos um punhado de sentimentos esperando afoitos para se tornarem palavras.

Um sentimento a todos

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

MEU FILHO É UM FILÓSOFO (Samuel Rangel)

Outra sobre o piá !!!!

1) Há algum tempo, quando eu perguntava ao meu filho de quatro anos se poderia namorar fulana, após cinco minutos em que seus olhos giraram o mundo todo, ele me responde:

- Pode Pai!!! É só ela não estressar com você.

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2) Indagando meu filho de cinco anos sobre a briga que tinha ocorrido na escola, ele me diz:

- Não sei pai, não lembro.

Então com a ponta dos dedos no cinto eu disse a ela que era melhor lembrar, quando recebo a seguinte resposta:

- Sabe o que é pai? Posso falar um coisa? As coisas ruins eu prefiro esquecer!!!

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3) A carta ao Papai Noel.

No Natal de 2004, quando eu perguntei sobre a cartinha ao Papai Noel, meu filho ainda com cinco anos, disse que ainda não havia feito.

Então, para colaborar com a carta, enquanto ele ditava, uma amiga escrevia sua carta.

Começou assim:

- Eu quero um Mega Man .... etc.

Eu então lhe disse que ele deveria introduzir o clássico "Caro Papai Noel, eu fui um bom menino patati patata.

Ele então diz: - Boa idéia pai. Ponha aí então"Caro Papai Noel, Eu fui um bom menino, e me comportei ....

Parou, pensou um pouco e corrigiu: - Não Não. Melhor assim, Ponha aí "Caro Papai Noel, eu fui um ótimo menino durante o ano todo e tive um excelente comportamento e não desrespeitei minha mãe, nem meu pai, nem as professoras ...

Diante do exagero, achei melhor interrompe-lo dizendo: - Filho. Fale a verdade, o Papai Noel vê tudo.

Então ele me respondeu: - Se ele ve tudo por que eu tenho que escrever esta carta?

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Moral da história:

Tenha filhos, isso causará um grande avanço em seus argumentos.

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Ontem, após o tradicional "todinho", coloquei meu filho na cama.

Após suas orações (Santo Anjo do Senhro, meu zel....), ele pediu que eu lhe contasse algo sobre Jesus.

Como todo bom advogado, inverti a questão: Fale-me você filho o que sabe de Jesus.

Então ele respondeu:

- Pai, eu sei que eles (provavelmente se referindo a Maria e José)

não tinham onde dormir. Então eles falaram com ela (deveria ser a dona da pensão - nome que eu desconheço), e ela permitiu que eles ficassem lá onde ficam os animais.

Foi ali que Jesus nasceu.

Respondi orgulhoso com um sonoro muito bem.

Perguntei: E o que mais você sabe.

Após um silêncio ....Os Reis Magros (realmente eram esbeltos) seguiram a estrela guia e aí descobriram onde Jesus estava, daí, eles pregaram ele na cruz.

Atônito pelo esclarecimento que mudou meu conceito acerca dos reis magos, perguntei: Onde você ouviu isso filho?

Na aula de informática !!!!!!............................Moral da história:

1) Por mais que você tente simplificar uma história, evite pular trinta e três anos dela;

2) Nunca coloque a responsabilidade pela educação religiosa do seu filho em um computador;

3) Não ande por aí olhando atento as estrelas, pois a Polícia (com essas mega operações) poderá pegar você e prender por homicídio torpe, por meio cruel, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima (triplamente qualificado);

e o mais importante...

4) Quando for ouvir seu filho falar, antes de mais nada, diga a ele que tem bastante tempo;

Um abraço a todos

ENTREGANDO O AMIGO (Samuel Rangel)

Não adianta ligar, mandar email, entrar com ação declaratória ou o raio que o parta. Eu não vou contar quem foi o cara, mas que aconteceu e aconteceu. Poupo seu nome até pela sua coragem de ter me contado a história, e os limites éticos bem postos me impedem de revelar o nome do cidadão que confiou em meu silêncio.

Apenas peço a ele desculpas, por que disse que não contaria a ninguém, mas essa história é de fundamental importância para que outros atletas do sexo se preservem em tão inusitada situação. E não revelando o nome, é como nem tivesse revelado nada.

Um amigo meu, em meio a esta mania de todo mundo ter mais que um celular, imaginando-se em alguma espécie de filme romântico, ao perceber uma bela morena em um Pálio parado no sinal ao seu lado, resolveu atirar seu celular pela janela do carro da garota.

Ela sorriu, o sinal abriu e cada um fez seu caminho.

Ao chegar no escritório, meu amigo resolveu então ligar para o seu celular.

Chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu.

Passou a tarde tentando, e nada.

Ao final do dia, em uma última tentativa ligou novamente, quando para sua surpresa uma voz feminina, mas terrível atende:

Ela - Alô.

Ele - Oi, sou eu.

Ela - Quem?

Ele - Sou eu, o rapaz do sinal!

Ela - Qual sinal?

Ele - O dono do telefone que você está falando.

Ela - Ah, achei sim, está comigo aqui.

Ele - Como assim?

Ela - Estava no lixo da Praça Zacarias, bem pertinho de onde eu tennho meu carrinho de pipoca. Tem gratificação? Pode vir buscar.

Conclusão: Não adianta ser só romântico, tem que ser pegável.

Um abraço a todos

Já falei!!!! Não adianta telefonar que eu não vou contar quem foi.

LEIA IMAGINANDO A CENA

COMO EXERCITAR SUA INSANIDADE!

I - NO ELEVADOR

1) Quando houver só uma pessoa no elevador, dê um tapinha no ombro dela e finja que não foi vc.

2) Aperte os botões do elevador e finja que eles dão choque. Sorria e faça de novo.

3) Se ofereça para apertar os botões para os outros, mas aperte os botões errados.

4) Deixe cair sua caneta e espere até alguém se oferecer para pega-lá, então
grite: "Ei, é minha!"

5) Leve um Banco Imobiliário e pergunte para as pessoas se elas querem
jogar.

6) Quando a porta se fechar, fale: "Tudo bem. Não entrem em pânico. Ela abrirá novamente".

7) Mate moscas que não existem.

8)Grite: "Abraço grupal", então force-as.

9) Faça caretas dolorosamente enquanto bate na sua testa e murmure: "Calem aboca, todos vocês, calem a boca!".

10) Abra sua pasta ou bolsa, e enquanto olha dentro, pergunte: "Tem arsuficiente aí dentro?"

11) Fique quieto e parado no canto do elevador, encarando a parede.

12) Encare outro passageiro por um tempo, e grite com horror: "Você é umdeles!", e recue devagar.

13) Ausculte as paredes do elevador com seu estetoscópio.

14) Faça barulhos de explosão quando alguém apertar um botão.

15) Encare outro passageiro por um tempo, e fale: "Estou usando meiasnovas".

II - NO TRABALHO

1) No seu horário de almoço, sente-se no seu carro estacionado, coloque seusóculos escuros e aponte um secador de cabelos para os carros que passam.Veja se eles diminuem a velocidade.

2) Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer quefritas acompanhem.

3) Encoraje seus colegas de sala para fazer uma dança de cadeiras sincronizada com você.

4) Coloque a sua lata de lixo sobre a mesa e escreva "Entra" nela.

5) Sempre que alguém lhe falar alguma coisa, responda com "isso é o que você pensa".

6) Termine todas as suas frases com "de acordo com a profecia".

7) Ajuste o brilho do seu monitor para o que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insista com os outros que você gosta desse jeito.

8) Sempre que possível, pule em vez de andar.

9) Mande e-mails para o resto da empresa para dizer o que você está fazendo.Por exemplo:"Se alguém precisar de mim, estarei no banheiro, na cabine 3".

10) Coloque uma tela de mosquitos ao redor do seu cubículo. Toque um CD comsons da floresta durante o dia inteiro.

11) Faça seus colegas de trabalho lhe chamarem pelo seu apelido, "Duro na Queda".

12) Fale para o seu chefe "não, são as vozes na minha cabeça".

III- NO DIA A DIA

1) No canhoto de todos os seus cheques escreva "Ref. favores sexuais".

2) Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamente depois queelas responderem.

3) Com cinco dias de antecedência, avise seus amigos que você não pode ir àfesta deles porque não está no clima.

4) Ligue para o CVV e não fale nada.

5) Quando sair dinheiro do caixa eletrônico,grite.

6) Ao sair do zoológico, corra na direção do estacionamento gritando"Salve-se quem puder, eles estão soltos!".

7) Na hora do jantar, anuncie para os seus filhos: "Devido à nossa situaçãoeconômica, teremos de mandar um de vocês embora".

8) Todas as vezes que você vir uma vassoura, grite "Amor, sua mãe chegou!"

9) E o último jeito de manter um nível saudável de insanidade: Mande issopor e-mail para todos na sua lista de endereços, mesmo que eles tenhammandado para você ou tenham pedido para você não mandar e-mails como este.

O ENCONTRO (Samuel Rangel)



Hoje, finalmente consegui.

Vou sair com aquela mulher maravilhosa.

Esta gravata combina?

Será que ela gostará de me ver todo de preto?

Esta é uma das frases nunca ditas e jamais confessadas pelos homens, porém ficam pulando na cabeça masculina de forma descompensada.

E para ser sincero, eu mesmo demorei tempo para encontrá-la em meio aos meus sólidos preceitos machistas, mas descobri que ela está lá.

Por outro lado, em meio às cervejas tomadas em goles largos com minhas grandes amigas, percebi que a insegurança não tem sexo.

É um ente imaginário que faz um tremendo carnaval animado pelo bumbo da loucura que sem nenhuma maestria rege a vida moderna.

Um descompasso delicioso, mas que não confessamos.

Uma insegurança gostosa.

O melhor presságio de que o desconhecido está por se revelar.

E como somos eternos escravos deste menino arteiro que se chama destino, ele nos prega peças.

Acabamos conhecendo aquela pessoa que tanto esperamos em uma batida de trânsito, e em meio ao grito de que a culpa é sua, pronto, a mágica, um olhar diferente transfere a discussão para o restaurante e o acordo acaba sendo firmado em uma linda e maravilhosa noite no motel.

Quantas histórias interessantes nós conhecemos nesse tom?

Mas não adianta.

A escolha do perfume e as horas que as mulheres passam sentadas à frente do guarda-roupas.

Ou mesmo os três pares de sapato lado a lado no chão e o cabelo que leva tempo para se acalmar.

Então que sejam os olhos atentos no retrovisor do carro e a escolha entre chegar antes ou depois.

Mesmo a escolha da mesa e depois do cardápio, tudo isso faz parte de um encantado desencontro entre homens e mulheres.

Então se fossemos merecedores, uma voz lânguida viria dos Céus e nos falaria: - Acalmem-se meus filhos.

Tudo vai dar Certo!

Mas enquanto essa voz não ecoa pelos vales terrestres, continuamos de tempos em tempos, homens e mulheres, vendo os descompassos de nosso peito enquanto a garganta seca.

Pasmados com nossas mãos trêmulas, vamos ao encontro com o desconhecido.

Uma nova história começa, por vezes curta, outras vezes longa, e tantas vezes perpétua.

Vamos então em busca de algo que nos tire a lógica do peito, e que encha nossa cabeça de sonhos e romance, buscando transbordar nossa existência, e confessando que apesar de nunca nos entendermos perfeitamente, somos a parte mais encantadora deste adorável conflito entre homens e mulheres.

AMAR A SI ATRAVÉS DO OUTRO (Samuel Rangel)

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Amar a si através do outro

O quadro não é belo, nem nos traz qualquer alegria.

Em cores acinzentadas vemos as pessoas perdidas pelo mundo em anomia mórbida.

Os sorrisos não são sinceros e os abraços não transferem nada.

Não se sabe exatamente por qual razão, mas homens e mulheres se perderam dentro de sua própria alma.

Ensimesmados, buscam prazeres torpes e levianos, que não condizem com a profundidade e grandeza da alma.

Deixam seus dias correrem rio abaixo buscando alguma alegria no sucesso, no dinheiro, na vaidade, nos belos carros, e em todos aqueles tristes pecados capitais.

Pobres homens e mulheres que não se amam.

Sim.

Tudo começa pelo amor próprio.

Vemos tantas pessoas mendigando emoções e carinhos, subjugadas à realidade imposta por valores globalizados, como se a felicidade verdadeira fosse artigo de luxo exposta em uma vitrine de uma fina loja de artigos destinados a uma elite da humanidade.

E tudo começa pelo amor próprio, pois não é possível amar ao outro sem antes amar a si próprio.

Precisamos, inevitavelmente, ter no próprio peito um carinho extremo pela nossa vida.

Precisamos urgentemente ter a capacidade de admirar nossas atitudes.

Precisamos ser o primeiro da fila dos fãs de nosso próprio caráter. Pronto.

A partir do momento que isso acontece, estamos prontos para o amor.

Estamos então habilitados para amar ao outro.

E quando ganhamos este presente maravilhoso da vida, sentimento maior pelo outro, de forma inesperada e absolutamente mágica, percebemos que amar ao outro é um jeito muito especial e sensato de amar a si mesmo.

Ao amar profundamente o outro, veremos em nossas atitudes algo tão belo e encantador que seremos capazes de perder o fôlego de tanto amor próprio.

Na dignidade de nossas atitudes, passamos a nos ver como o grande cavalheiro em trajes de aço, sempre altivo e pronto para enfrentar os dragões do mundo.

Na nossa sinceridade, perceberemos em nosso olho o brilho que só as vestes dos anjos carregam.

Em nossa mão mais carinhosa e companheira, deitaremos o orgulho de conseguir ser pai, mãe, irmão, filho, esposo e esposa, amigos dos amigos.

Então, perguntaremos nessa reflexão: Quantas vezes a expressão eu te amo saiu de nossa boca hoje?

Quantas vezes nossa mão amparou ao outro?

Quantas vezes ouvimos o grito mudo de um irmão, socorro que não foi pedido, e instintivamente, montando o cavalo de nosso coração partimos em socorro das pessoas que amamos?

Vamos refletir, e recebamos todos o convite para ser um herói.

Não o herói que voa ou que tem a força de parar o trem com o sopro, mas o herói humano, o mais real e belo dos heróis.

Um herói que aprendeu que a melhor forma de amar a si, é amando ao outro, amando ao próximo, amando ao Ser humano.

Levantemo-nos dessa sarjeta moral e alcancemos os Céus da vida.

E não há dúvida de que é o amor que nos diferencia das outras criaturas.

Um grande abraço a todos

MINHA ESTRÉIA NO MSN (por Samuel Rangel)

Há mais ou menos um ano eu estreava no MSN. Quer saber como foi? O texto é da época.

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Depois de muito tempo ouvindo meus amigos e amigas perguntarem sobre meu msn, no horário de almoço no escritório, finalmente resolvi estrear nessa aventura.

Digitei www.hotmail.com, vi logo ali em cima Messeger, cliquei em cima e pronto, um dowload lento e preguiçoso começou.

Ao final de uma porção de quadros, e clicar um monte de avançar, avançar, avançar, finalmente eu consegui.

Havia baixado o programa necessário para entrar nesta nova aventura.

Digitando então meu hotmail, após dois ou três segundos, começou a minha loucura.

O computador começou a fazer Tgun, Tgun, Tgun.

Enquanto isso surgiam uma imensidão de janelinhas dizendo, fulano isso, ciclano aquilo. Mariazinha pede sua atenção. Pipoko.

Em virtude de ser por índole meio atencioso, tentei responder as mensagens, mas elas foram crescendo, crescendo, crescendo, sem contar uma porrada de pessoas perguntado: quem é você?

Comecei a ver meus dedos digitando em uma velocidade astronômica, e ainda que não tenha acontecido, parecia que ia sair fumaça do teclado. Mas para o meu desespero o computador não parava TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN Socooooooooorro TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN Eu quero descer TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN alguém me ajude TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN

Alguém então falou para que eu desligasse a caixa de som. Uma grande idéia, porém as pessoas ficavam chacoalhando aquelas janelinhas infernais, enquanto o tolo aqui tentava responder todo mundo.

Tive a idéia de clicar naquele “x” e desligar o trem, porém, as janelas continuavam surgindo do nada, e eu jurando para mim mesmo que nunca mais entraria naquela mercadoria.

Tentei trabalhar o dia inteiro com aquelas janelinhas surgindo. TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUN TGUNAo final da tarde uma amiga, rindo largo e ficando sem fôlego me liga e me passa a informação: Samuca, KKKKKK, faz o Seg KKKKK seguinte KKKKKK, abre o programa KKKKKK, vai em arquivo KKKKKK, desce até sair KKKKKK e clica em cima. A ligação caiu logo em seguida.

Putzzzzzz! O silêncio e a paz finalmente voltaram ao meu escritório. Graças a Anne. Após conseguir recuperar as pontas dos meus dedos nos encontraremos no msn.

Um abraço a todos

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

SEM TEMPO (Samuel Rangel)

Dia louco, feroz, vindo aos tapas e empurrões.

Hoje é um daqueles dias que os minutos se empurram de encontro ao fim do dia, e com certeza, será uma daquelas noites em que atravessaremos a cidade para conseguir estar onde precisamos e no momento certo.

Hoje é um daqueles dias que eu não poderei escrever algo mais profundo, pois mil sons de tic-tac me tiram a inspiração dizendo que eu estou atrasado e que não vai dar tempo.

Hoje é um daqueles dias que o abraço que tanto gostaria de dedicar, terá que ser um pouco mais apressado, pois até os segundos em que nosso corpo brinda à amizade estão contados como impostos.

Hoje é um dia daqueles.

Mas já que passarei voando pela vida de todos, apenas deixo um abraço a todos, esperando que entendam que por mais loucos que sejamos, nossos pés ainda não abandonaram o chão.

Então toma aí um abraço forte.

Se você não me conhece toma dois, pois no início do tratamento é bom reforçar a terapia.

Tenham todos um bom dia.

Samuel Rangel

Ps.: Imagine ao menos que ao ponto final deste texto, eu abracei demoradamente meu filho.