quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Já Havíamos Falado de Calheiros (Samuel Rangel)

Pena Alternativa
de: S@mu&l R@ng&l
para: meus amigos
enviado: 3 de julho de 2007 09:17
Existem momentos para sorrir, mas existem momentos para se fazer silêncio.E os piores momentos destes em que deveríamos fazer silêncio, é aquele que a indignação não nos permite ficar calados. Acredito que não seja o único, mas as imagens daquele cidadão que morreu diante das câmeras a espera de uma ambulância, pouco além do movimento de greve de alguns funcionários da saúde pública, não permite o silêncio.De pronto, a mesma tela de televisão que mostrava os últimos e agonizantes momentos de vida daquele cidadão (dito semelhante a mim e a você fique, bem claro), faz lembrar das histórias de como a de Calheiros. E nós nem conseguimos nos recuperar dessas lembranças, lembramos em seguida de Juízes e Ministros envolvidos com a venda de sentença ao narcotráfico. Mas falando em Juízes a gente acaba lembrando daquele caso em Curitiba onde um infeliz togado, um pobre ignorante de beca, ignora que o rapaz que esta a sua frente não tem sapatos para participar da audiência que lhe é capital, determinando um adiamento daqueles que só os deuses (com o devido perdão pois Deus só existe um) podem decidir.E nossa lembrança passa a ser a parte ruim da retrospectiva de fim de ano, com imagens curtas e rápidas, mas fortes e profundas que lotam nossa cabeça de indignação.Pois bem, então falando em juízes e julgados, ministros e autoridades imorais, e sem esquecer os já esquecidos, vamos falar de condenação.De que adianta mandar Calheiros e essa Trupe Criminosa Judiciária para a cadeia, se o menos esclarecido já sabe que lá terão direito a apartamento especial, telão, telefone e tantas outras coisas que aquele pé de chinelo jamais viu.Quem sabe a pena alternativa fosse a melhor (mas sei que estou superestimando a sensibilidade desses vermes).Acho que se lhes resta alguma sensibilidade, deveriam assistir a 16 horas por dia, a reprise dos últimos minutos de vida daqueles que mataram, com direito a tomadas no olhar de quem sabe que vai morrer. Nas outras oito horas poderíamos deixa-los com os pesadelos de sua consciênciaNão mataram? Não atiraram, mas tiraram e mataram.Lamento
Samuel Rangel

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