domingo, 23 de março de 2008

O GRANDE PALPITEIRO (Samuel Rangel)

Cuidado! Eles estão por toda parte! E estão só esperando você começar a fazer algo para te atacar. Se você for pintar a parede de sua casa, um despencará do lustre. Se você for fazer churrasco, um vai ficar em pé sobre a grelha mandando você virar a maldita carne. E não pense que se você for cortar a grama, não vai parecer um daquele que vai dizer que você está fazendo errado.

Os palpiteiros se classificam em várias espécies, mas sem dúvida, a pior delas é o chefe. A única que se assemelha em pentelhação é o irmão mais velho. E é de se convir, que ao se tornar pai ou mãe, você acaba se tornando um palpiteiro também. Mas fazer o que? É da natureza!

Na realidade, enquanto cortava a grama e via uma multidão de vizinhos olhando, eu começava a perceber que ia sofrer um ataque de um palpiteiro. A angústia estava crescendo, e eu sabia que a qualquer momento eu seria uma vítima. Provando que ainda sobrevive no homem um “q” de animal, meu instinto estava certo. E lá veio o vizinho dizendo que eu gastaria muito nylon daquele jeito. Eu tinha que deixar a roçadeira paralela ao chão.

Olhei para ele indignado, até porque, era a grama dele que eu estava cortando. O cidadão podia vender “crédito carbono” com a floresta de mato que deixou levantar ao lado da minha casa. E vez por outra, eu via um mendigo dormindo feliz na filial do Congo que estava ao lado da minha casa. Quando percebi que aquilo colocava em risco a segurança de minha família, juntei os cacarecos e fui cortar a grama do cidadão.

Depois de duas horas suando as cataratas do Iguaçu, o cidadão me aparece no muro dizendo que eu estava fazendo errado. Naquele momento percebi que sou capaz de desenvolver uma surdez seletiva, e o barulho da máquina ainda me ajudava a esquecer do meu querido vizinho, que é meu amigo, mas não corta a grama, e ainda é palipiteiro.

E não é só vizinho. Quando fiz o Cartaz de Analice em Busca do Homem Perfeito, fui feliz da vida mostrar para o elenco. Logo apareceu alguém para dizer: Não gostei. Depois de quatro horas depositadas naquela merda de Paint Brusch (sei lá se é assim que se escreve, mas não venha me dar palpites), a minha melhor amiga, usando de sua sinceridade, vem dizer que não está bom?

O interessante mesmo, é que só não aprece um palpiteiro quando estamos fazendo cagada. Aliás, é exatamente no banheiro, quando despejamos nossa pútrida existência no vaso, é que estamos livres dos palpiteiros. Imaginou a cena? O Palpiteiro dizendo: Vai! Agora! Força!

Aliás, tenho que encerrar o texto aqui, por que meu sobrinho veio ler o que estou escrevendo e vai dar palpite. Meu Deus!!!! Maria José!!!! Me salve dessas criaturas.

E se você não gostou do que eu escrevi, ou acha que poderia ter escrito melhor, cuidado. Você pode ter sido abduzido pelos alienígenas palpiteiros do inferno.

Como meu sobrinho se foi, acho que ainda posso dizer.

Palpiteiros são aqueles lazarentos que embora digam que fazem melhor que você, nunca se escalam para fazer em seu lugar. São pessoas carentes, que de alguma forma, precisam mostrar para eles mesmos, que nossos erros são maiores que os deles.

Mas quer erros? Se eles não fazem nada!

Fecho com a máxima do teatro que aprendi com o grande e talentos diretor George Sada:

NÃO FALE! FAÇA!

sábado, 22 de março de 2008

ESSAS MALDITAS FILMADORAS (Samuel Rangel)

Não me recordo de ter conhecido alguém, que sequer uma vez por outra, não gostasse de cartear fotos antigas, viajando em lembranças de tempos e pessoas, momentos e eventos dos quais fizemos parte com mais ou menos brilho. E lá estavam as máquinas fotográficas espalhadas pelas mais diversas mãos e diante dos mais variados olhos para eternizar aquele momento.

E dentre estas fotos, encontramos aquelas mais belas, e com muita freqüência, algumas engraçadas que até nos fazem rir. Quando usávamos o cabelo da moda, ou a calça que nem pano de chão não é mais.

Sou um destes, mas hoje venho protestar contra a tecnologia. Fotos? Eu sou um admirador de carterinha desta invenção do homem. Porém, quando o assunto passa a ser “filmadoras”, minha opinião muda um pouquinho.

E a minha revolta paraguaia contra essas máquinas infernais, vem das reuniões de domingos. Quando o assunto então são as filmadoras do tipo “grandes fitas VHS”, ainda é mais grave, pois se temos o vídeo, o domingo terá uma capacidade de nos remeter à uma crise de depressão. Qual o motivo?

Domingo é dia de juntar a família, e normalmente se faz isso já antes do almoço. Após a Lasanha da Vovó e alguns goles de vinho, sentam-se todos na sala e colocam-se a conversar. Normalmente um dos presentes acaba se irritando com uma assunto recuperado do arquivo morto, mas são apenas pequenas brigas de família que adormeceram inofensivas após uma semana de reflexão. Quando o consternado foi para a casa, então alguém traz a caixa de horrores. Uma pequena embalagem de Fita VHS. Os olhos atentos miram aquela coisinha que parece inofensiva. Todos se sentam e olham atentos a televisão, que após o clássicos chuviscos do tracking, começa a exibir um filme de terror. E este texto não foi pensado em outro momento que não aquele quando a vergonha me corroia.

Sim. Eu passei por uma seção de tortura destas.

Quando a imagem vem, aparece já nos primeiro trinta segundos, uma imagem de um rapaz magro com calça branca, que a cintura atingia a altura do peito. Olhando acima da calça que parecia não ter fim, via-se uma camiseta que azul com escritos laranjas. Não é fácil descrever a camisa, pois realmente ela fica entre o modelo de um padre e um o de um surfista.

E segue a minha observação da imagem. Quando chega a cabeça do rapaz, vejo um cabelo que alto, tipo capacete, que logo se vê que está dividido ao meio. Naquele momento pensei: Como uma dia isso já foi moda?

Mas a tortura começou quando o cidadão virou de frente. Era eu! Sim. O rapaz vestido de uma versão romântica do Palhaço Goiabada, era eu!

Quando percebi que não havia movimento de ar na sala da minha casa, ainda envergonhado, olhei para os lados, e apreciei uma multidão de vermelhos, segurando a gargalhada que decretaria o final da reunião dominical.

E o povo tentou se segurar, mas não conseguiu.

Vindo da terceira geração da família, o sobrinho engraçadão que até então tinha admiração pelo tio aqui, solta a gargalhada seguida da pergunta: É você tio? Fala para mim que não é você!

E a resposta vem pelas gargalhadas coletivas. Uma multidão de rebeldes que soltam uma gargalhada que não ousariam se estivéssemos sozinhos.

E a seção de horror continua.

Quando numa daquelas entrevistas engraçadinhas que surgiram quando criaram essas malditas câmeras, o meu irmão me dirige algumas perguntas, que para o meu desespero, eu resolvi responder. Quando ouvia a minha voz e meu jeito de falar no passado, surgiu-me então a vontade de teclar um “control+alt+del” no meu domingo. E as gargalhadas voavam soltas pela sala.

A minha vergonha ia crescendo a cada movimento de pingüim do meu passado. E toda vez que olhava aquela calça, tentava lembrar quem fora o maldito que um dia teria escolhido aquele pano em uma loja.

O pior é que essa minha memória boa revelou que havia sido eu mesmo. Lembrei-me do dia em que escolhi aquela calça em uma das araras da C&A. Pensei como aquela loja poderia vender tal insulto aos olhos, e branco ainda.

E a revolta foi tanta que virei o jogo para a vingança.

Quando aparece o mesmo sobrinho, em frente à filmadora, cantando “Abre a Porta Mariquinha” da dulpa Sandy e Junior, foi minha vez de gargalhar. E então eu vi o sobrinho tendo a mesma vontade que eu. Pagando o Gorila do Ano, o sobrinho vê as mulheres da sala rirem alto do rapazinho que agora jura que é pegador.

Mas a vez das mulheres também chegou. O cabelo da época, era algo de realmente inusitado. Entre o volume do cabelo e o couro cabeludo da mulherada, deveria haver ao menos vinte centímetros de fios enrolados. Uma versão penteada do cabelo Black Power.

E quando elas começaram a reparar nas roupas, então a coisa ficou pior.

Era um festival de “Calça Cacharrel”, Calça Gola Olímpica, Calça Tomara que Caia, e tantas outras coisas de pescoço, que todos na sala se colocaram a pensar em quem fora o malditos estilistas que num súbito ataque maníaco, achou que a cintura das pessoas era no pescoço. Interessante mesmo é imaginar o porque de uma camisa, de uma blusinha, se a própria calça cobria o peito?

Após aquela seção de tortura, revoltei-me e como a televisão é minha, desliguei o aparelho e sugerir outra atividade familiar, do tipo lavar a louça, discutir quem faz o que no próximo almoço. E eles relutaram. Então pensei. É hora do golpe fatal. Vamos falar sobre a conta do almoço?

Lentamente a casa foi se esvaziando e eu pude ficar só com minha vergonha novamente, mas para o meu terror, meu irmão levou a fita. Ele me tem como refém.

Por isso, volto a perguntar: Quem inventou essas malditas filmadoras portáteis?

Não sei. Realmente não sei.

Mas nas fotos nos suportamos, pois não nos movimentamos, e não falamos. E as feias? Jogamos fora. Mas nas filmagens a coisa é diferente. Testemunhas insensíveis do que já fomos.

E neste sentido vem o lado bom. Se por um lado envelhecer causa preocupação, por outro nos faz muito melhores do que éramos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

SIM! EU SOU ESTRELINHA E IMPERTINENTE – Mais uma história insólita do bar (Samuel Rangel)

Por mais que pareça inacreditável, acredite! Realmente aconteceu!

O Álcool é realmente o maior catalisador do incrível.

Amigos são aquelas criaturas que Deus coloca em nossas vidas, para podermos ouvir dos outros, aquilo que nem nossa autocrítica tem coragem de nos dizer. Exatamente por isso, há dois cuidados que devemos ter com os amigos. Um, e o maior, é o cuidado de agirmos de tal forma para não perder esses anjos malvados. O outro, é o cuidado que devemos ter com as perguntas que faremos a eles, pois os amigos nos darão as respostas independentemente de estarmos preparados para ouvi-las como efeito da pergunta.

E os amigos são assim. Essas bênçãos.

Porém não se culpe se um dia você ouvir do teu amigo a resposta para uma pergunta que não fez. Mal entendidos são comuns para pessoas que convivem bastante.

O tema me traz com certo frescor a lembrança em uma das noites que eu estava tocando no Ponto Final. Eu estava substituindo o Riad que havia sido violentamente atacado por um feroz cão da raça Pintier. Lembrei-me do Ronaldo Bacellar como amigo e companheiro de violão, que como ninguém poderia tocar as bossas durante a noite. Comecei a noite e Ronaldo ainda não havia chegado. O bar relativamente vazio.

Pessoas foram entrando, até que repentinamente um cidadão com os pés redondos vem cambaleando em direção ao palco. Como cansei de levar pancada de microfone na boca, quando os bêbados esbarravam no pedestal, me afastei um pouco e comecei a cantar um pouco mais alto, protegendo assim a minha integridade bucal.

O “pudim de cana” sentou-se logo ali no pé do palco. E ali ficou durante toda a primeira seleção. Quando eu ainda aguardava Ronaldo, apareceu um rapaz que canta muito bem, pedindo-me para dar aquela canja básica. Claro que sim foi a resposta. Tão logo desci do palco Ronaldo chegou e nos cumprimentamos, e pedi licença para ir até o banheiro devolver a cerveja.

Ali no banheiro, num daqueles momentos em que o homem não sabe para onde olhar (se olha para baixo é por que está apaixonado pelo próprio instrumento, se olha para os lados é uma "bichona", logo, só resta olhar para cima), concentrei-me no meu serviço, mas fui interrompido com uma entrada do Pudim, que ao abrir a porta, deu-me com o trinco nas costas.

Tudo bem, eu pensei. Acontece.

Enquanto o Pudim procurava seu “bilau” para remove-lo das calças, percebi que realmente a situação era feia. O cidadão balançava muito, a ponto de quase cair dentro do mictório coletivo (isso eu vi uma vez no Botequim). Então percebi que ele estava mal mesmo, porém, como não tenho menor interesse em ajudar um cara com as coisas para fora da calça, fui lavar as mãos, e como argumento absolutório, pensei que já tinha visto gente em pior estado do que aquele (uma vez um amigo meu pensou que estava com o bilau para fora da calça e acabou mijando para dentro das calças mesmo – e tenho testemunhas, pois pergunta para o Cícero).

Enquanto lavava as mãos percebi que o cara começou a girar em movimentos maiores, como se fosse uma vara de bambu em dia de vento forte.

Em uma dessas rodadas, puder ver quando o cidadão bateu com a cabeça na parede do banheiro, desmoronando no chão, sem contudo, ter o reflexo de interromper o fluxo urinário ou mesmo de guardar a mangueirinha. Então eu vi o cidadão deitado no chão, urinando para cima sem perceber que o chafariz lhe inundava o próprio peito.

Quando vi aquela cena, lembro-me de ter pensado: É Samuel. Só faltava essa mesmo. Acho que isso prova que está na hora de você deixar a noite para lá.

O Pudim levantou, e ao levantar, olhou para mim e perguntou se eu era o músico que estava tocando. Respondi que sim. Então ele disparou a frase clássica:

- DOGA BAGARAI!

Entende que aquilo deveria ser um elogio ao meu desempenho musical, agradeci.

Então o Pudim Respondeu:

- DA UM ABRAÇO!

Quando percebi que ele já vinha na minha direção, coloquei o pé na barriga dele e apenas respondi que abraço eu não queria. Naquele momento o bêbado mudando de cara umas quatro vezes antes, disparou:

- NÃO SE PODE ELOGIAR. JÁ VIROU ESTRELINHA.

Sai do Banheiro e fui até a mesa do Ronaldo. Quando eu ia contar para ele o que estava acontecendo, percebi que havia alguém se aproximando. Era o pudim. De longe já veio gritando:

- E DAÍ, OH ESTRELINHA? VAI ME DAR UM ABRAÇO OU NÃO VAI!

Eu apenas respondi que não, mas acho que minha resposta não foi convincente, pois Pudim continuava a insistir no tal abraço.

Após um tempo, Ronaldo então interveio em favor do Pudim.

- O que está acontecendo Samuel? O que custa cara? O cidadão ali só quer um abraço! Ele é teu fã! Não custa nada!

Respondi ao Ronaldo que não iria dar o abraço, e que ele aguardasse, pois não sabia o que estava acontecendo. Mas como Ronaldo é um amigo daqueles cuja convivência faz irmão, ele insistiu, até que realmente ficou irritado comigo:

Samuel. Você está impertinente! O que custa dar um abraço no cidadão ali?

Naquele momento, irritado com a pressão, disse a Ronaldo que se eu estava impertinente eu simplesmente iria embora.

Ronaldo não entendeu muito a situação, mas aceitou minha decisão como um amigo faria, acreditando que eu estava em um daqueles maus momentos em que não adianta conversar.

Ao chegar em casa, pensei um pouco no assunto,mas logo dormi.

Acordei com Ronaldo ao telefone:

- Alô! Samuel? Poxa cara, eu pensei bem e acho que te devo desculpas. Eu chamei você de impertinente ontem.

Apenas respondi que estava tudo bem.

- É Samuel. E você tinha razão. Aquele cara é que realmente era impertinente.

Perguntei a Ronaldo o motivo da mudança de opinião.

- Depois que você foi embora, eu subi para cantar. O cara ficou lá puxando meu saco. Quando eu estava indo embora, um dos clientes veio me cumprimentar e me abraçou. Então o Pudim começou a fazer umas gracinhas. Perdi a paciência e mandei o cara embora do bar.

Respondi a Ronaldo que ele deveria ter me escutado, perguntando se muita gente tinha testemunhado o desentendimento. Ronaldo respondeu:

- Não! Isso foi bem no final da noite. Até então ele estava se comportando bem. Vinha elogiar o jeito que eu tocava.

Nessa hora então comecei a rir e apenas perguntei:

- Mas você Ronaldo, abraçou ou não abraçou o cara?

Ronaldo respondeu que sim.

O telefone foi interrompido. Ronaldo ligava e eu não conseguia falar. Após umas três tentativas dele, então contei para o Ronaldo sobre o que havia acontecido no banheiro.

Segundo os vizinhos de Ronaldo, viram-no juntando roupas do chão com um cabo de vassoura, e logo após, jogando-as diretamente no lixo do prédio.

AGRADECENDO À HOMENAGEM (Samuel Rangel)

Acordei hoje recebendo, surpreso, uma homenagem do amigo Ítalo Bovo Junior, meu comparsa de The Best Big Beautiful Black Brooklin Brothers Blues Band, que em seu blogue escreveu o texto “alma de sonhador” ( para ler o texto, http://italo-jr.blogspot.com/2008/03/alma-de-sonhador.html).


Agradeço a homenagem prestada pelo amigo, irmão e comparsa Ítalo, em seu blogue. Depois dessa semana de retorno da CABO, fica difícil falar, pois o cansaço é enorme, mas agradecer é obrigação, e obrigação é coisa de se cumprir.

Para não deixar sem palavra esse agradecimento, prestado gratuitamente, repito a você Ítalo o que disse ao elenco. E o faço pela quantidade de arte guardada no violão e na garganta, que embala histórias da boemia já há sete anos em Curitiba.

Aproveito e repito ao elenco:

“É PELO BRILHO DE PESSOAS COMO VOCÊS,

ÍTALO JUNIOR,
RONALDO BACELLAR,
VANESSA PAMPOLINI,
DÉIA TRUPPEL,
MÔNICA BEZERRA,
JANAÍNA PEREIRA,
EVELISE MIRANDA,
MICHELLE RODRIGUES,
FÁBIO ALLEGRETI,
OLIVER HAUTSCH
FLAVINHO BANDERAT,
JOÃO CARLOS JARDIM,
BRUNO MIGUEL,
CLAYTON AMORIN,
GUSTAVO STELLA

É COM CERTEZA PELO BRILHO ÍMPAR DE PESSOAS COMO VOCÊS.

É COM ESSE BRILHO MÁGICO DE VOCÊS QUE A VIDA SE DESCORTINA A CADA DIA, TRANSFORMANDO-SE EM UM GRANDE ESPETÁCULO”.

Não existiriam sonhadores se o sonho fosse crime. Mas sonhos não seriam visíveis se não houvesse uma legião de anjos boêmios para realiza-los perante o público.

Obrigado mesmo

Na página da Companhia agora você tem cultura em todas as formas. Textos, músicas, fotos, agenda e notícias. Acesse http://www.companhiaanjosboemios.blogspot.com/

Conheça o Cristaleira e baixa as gravações dos músicos Curitibanos

quinta-feira, 6 de março de 2008

É HOJE, E O BICHO VAI PEGAR!!!


Quinta-feira, 6 de Março de 2008

BOLETIM 01/2008

Primeira Parte – OPERAÇÃO PIAÇAVA –

O Ilustríssimo Comandante do Batalhão de Operações Ferozes e Estressados, determina e manda cumprir, a operação denominada Piaçava, que deverá ser realizada nesta quinta-feira, dia 06 de março de 2008, no Ice Beer Hot Bar, na Rua Rocha Pomba 243, as 21 horas;

Segunda Parte – OBJETIVO DA OPERAÇÃO –

Localizar, prender e conduzir às barras do cárcere o perigoso meliante de alcunha PIAÇAVA, no sentido de auxiliar as investigações que tem por finalidade a prisão do Sujeito Alfinete, que comanda as operações no Morro do Cachorro Cego.

Terceira Parte – EFETIVO –

Para a realização da Operação ficam de serviço Vanessa Pampolini, Déia Truppel, Janaína Pereira, Mônica Bezerra, Andréia Wennin, Fábio Allegreti, João Carlos Jardim, Flavinho Banderat, Oliver Hautsch, Samuel Rangel e Clayton Fortes

Quarta Parte – SOLDO – Fica estipulado o soldo de R$ 10,00, na entrada, ficando liberados os recrutas que cursam a Academia Cena Hum de Artes Cênicas, em função da parceria deste comando com aquela conceituada escola.Aos seis dias do mês de março de 2008, publico e determino a leitura na formatura da tropa

.________ X ________
Companhia Anjos Boêmios
apresenta

TRUPE DE ELITE

Segunda Temporada!

Ainda mais Ferozes, e ainda mais Estressados!!!

Roteiro e DireçãoSamuel Range

lhttp://www.companhiaanjosboemios.blogspot.com/

Para adicionar a Trupe de Elite no Orkut e receber informações diretamente no seu emailacesse

http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=771520101293293602

QUER FAZER TEATRO AMADOR?http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16230372372131874947

terça-feira, 4 de março de 2008

POLÍTICOS? SEM PALAVRAS (Samuel Rangel)

Ouvindo esse clipe dos Titãs, não pude me conter ...

Exatamente como uma ferida que pensávamos estar curada, eles voltam, se reagrupam, se reelegem, trocam favores e cargos de confiança. E não raramente encabeçam listas tríplices e outras tantas listas de preferências que nada guardam de relacionamento com o desejo, quase famélico, do povo.

Deveria se pedir desculpas pelo "palavrão", mas diante dos fatos que os provocam, eles são como lírios do campo, ou verdadeiros versos na poesia do insuportável.


segunda-feira, 3 de março de 2008

PIZZA SOMBREIRO, TRÊS CERVEJAS E A SOLUÇÃO PARA O CRIME ORGANIZADO (Samuel Rangel)

Domingo, e o amigo que faz aniversário pede a presença do meu violão. Como amizade é coisa cara, não se deve negociar tal presença, mas como já havia cantado no sábado, usei a tática do atrasado. Deixo todos se cansarem durante duas horas de espera e depois chego com ares de salvador da festa.

Quando entrei no bar, deu tempo de pegar alguns pedaços da Pizza Sombreiro, com pelo menos cinco dedos de altura em função do excesso de cobertura. Violão no colo, não precisou mais de três músicas para que esquecessem de mim. Então fui baixando o volume de violão até me permitir o silêncio.

Em silêncio comecei a coletar material para este blogue. Os bares tradicionais de Curitiba não nos deixam sem motivos para despejar letras no Word.

Numa mesa ali, um casal não consegue esconder que está em crise, mas acho que crise de casal é coisa muito comum para ocupar as páginas deste blogue, exceto aquelas onde ocorre o flagrante da traição. Daí o assunto deixa de ser crise de casal para virar reações explosivas do Ser Humano.

Pensei em escrever sobre o Eloy, garçom que já faz Bodas de Prata com a noite de Curitiba. Este é um assunto ao qual pretendo me dedicar, mas como Eloy merece um grande texto, julgo-me ainda despreparado para escrever sobre o “Herói da Noite”.

Busquei tanto e todas as mesas que me esqueci de olhar para os próprios amigos. Para ser bem sincero, essa minha turma lembra muito uma projeção no tempo da turma do Cebolinha, somada aos outros personagens de Maurício de Souza, porém, entre os quarenta e cinqüenta anos. Uma verdadeira comédia urbana.

Quando voltei minha atenção para a minha mesa, o texto surgiu gratuito e simpático.

Sei que muitos acham que papo de boteco para homem, se resume às curvas das mulheres, carros, futebol e outras amenidades. Sim, eu não seria tolo de tentar alegar que tais assuntos não são freqüentes na mesa do bar, mas exatamente por serem normais, deixariam de merecer registro. O que realmente é digno de registro, são os assuntos inusitados, as filosofias ousadas, e as soluções para os problemas do mundo.

E a seção “vamos salvar o Brasil” apareceu ontem.

Depois da segunda cerveja, percebi claramente que um assunto se apoderou da conversa: Qual a solução para o Crime Organizado?

Como jargões são mais fáceis, aqueles que já viravam o taxímetro marcando 3 horas de boteco, vez por outra soltavam as máxima: a) Bandido bom é bandido morto; b) Equipar decentemente as polícias; c) adoção do “Tolerância Zero”; d) Mandar prender os advogados (neste momento me veio um nó na garganta); e) Investimento no Judiciário.

Ali, naquele papo de boteco, eu pude ver exatamente o que acontece com o estado tentando resolver o problema do Crime Oganizado.

Primeiro por que, embora o assunto dominasse a mesa, no fundo no fundo os debatedores estavam mais preocupados é com a demora da cerveja, com a caipirinha que veio com o limão com casca, e é lógico, vez por outra, deixavam o assunto de lado e contemplavam silenciosos o terço posterior da moça de vestido de verão que ia ao banheiro para retocar a maquilagem.

Esse desvio do foco é perceptível também na política criminal adotada pelo, pois o poder executivo, assume o poder e leva um ano para se acomodar na cadeira. No segundo ano, ajeita a máquina de acordo com os seus interesses. No terceiro, programa soluções para os problemas sociais. No final do terceiro ano, quando vai começar a mapear as soluções, tentando colocar em prática algum projeto, é interrompido bruscamente, pois já está na hora de pensar na sucessão para as próximas eleições.

O segundo ponto em onde encontrei semelhança, é que exatamente pelo fato do assunto provocar tantas interpretações diferentes, não há um só maestro que afine essa banda.

O terceiro e último, é que realmente tanto os “botequeiros” quanto o Estado, hoje se sentem menores que o crime organizado.

Então, já com o violão ensacado e pronto para vir embora, uma daquelas luzes de néon que dá brilho ao letreiro do boteco, iluminou esse meu pensar. Não sei se em função de tomar o primeiro gole da terceira cerveja, ou por que os deois pedaços da pizza me haviam feito relaxar.

Vejo o Estado meio atordoado, tentando organizar operações para desestruturar o crime. Exatamente aí é que está o erro. A solução para o crime organizado é simples.

O Crime Organizado vai acabar quando o Estado organizar o crime.

Exatamente!

Uma medida corajosa, mas extremamente eficaz. O Estado deve infiltrar administradores e profissionais de todas as áreas no crime organizado, exatamente com a intenção de que eles organizem o crime, como fizeram com o Estado.

Você pode até indagar achando que isso realmente é uma idéia de boteco, mas como nosso país é administrado com o mesmo zelo do Bar Barroca, está aí a solução sim.

Imagina só algumas situações:

1) Questões administrativas – Com o crime organizado, teremos então a Tesouraria, o Almoxarifado, como teríamos também o Contas a pagar e o Contas a receber. Aí teríamos infiltrado um verdadeiro TROJAN no Crime Organizado.

2) Compra de Armas – o Morro precisa de armas, faz licitação. Com certeza alguém iria tentar um superfaturamento, e com armas custando o dobro do preço, o moro teria a metade de armas.

3) Burocracia 1 – O Soldado do Morro do Sagüi Vermelho de Orelha Azul, para não deixar a polícia subir o morro, ia ter que pegar no batente uma hora antes, pois teria que passar no almoxarifado e pegar munição. Teria que preencher o requerimento em quatro vias azuis, dizendo o motivo, justificando todas as outras munições que havia gastado, e colocando a turma em que concluiu o curso de tiro.

4) Questões Trabalhistas – Com o crime organizado, os Chefões do tráfico teriam que registrar seus funcionários. Isso significa dizer que eles também teriam que comparecer com freqüência ao Fórum Trabalhista para se defender nas ações canibais que a CLT rege. Quando esles descobrissem o quanto custa um funcionário, teriam que reduzir o quadro para reduzir despesas. Sem contar que, a cada condenação da Justiça Trabalhista, menos armas e menos crime nas ruas.

5) Burocracia 2 – Com a organização, os Criminosos teriam que tomar decisões administrativamente corretas, como por exemplo decidir de onde comprariam o próximo carregamento. A tesouraria teria que ver a disponibilidade em caixa e preencher o memorando. O Almoxarifado teria que ver a possibilidade de armazenamento. A Logística teria que analisar os custos de transporte. E o conselho do morro teria que fazer uma reunião de um mês para decidir qual a melhor estratégia. Pronto, como no filme Independence Day, o vírus foi entregue.


Imagina só o Crime Organizado, tão flexível, falível e lerdo quanto o estado.

Imagina o Crime Organizado pensando em reduzir seu quadro de funcionários para reduzir custos, e sofrendo o mesmo tipo de achaque que sofrem os empresários do ramo direito do mercado.

Tenta imaginar o Crime Organizado perdendo tempo com estas questões, e veja seu fim chegando.

Sei que pode parecer uma solução um tanto ousada, ou mesmo que alguns podem achar que isso é fruto da terceira cerveja (outros vão achar que foram bem mais), mas na realidade é tão (ou mais) adequada e eficaz quanto as soluções que hora se tentam dar a esse problema.

Pense nisso.

Em tempo: Esqueci de colocar o que é de máxima importância. A filosofia administrativa que deve ser implantada neste projeto, para dar certo, deve ser a mesma do poder público, tornando o Crime Organizado o espelho dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Parece que consigo até imaginar a votação do orçamento do morro para o ano que vem, a greve dos fogueteiros, os escândalo da carga superfaturada, e mais ainda, o morro tendo que pagar as despesas dos cartões corporativos dos gerentes das bocas de fumo.

domingo, 2 de março de 2008

A BICICLETA DO CONDENADO - última apresentação hoje




A BICILETA DO CONDENADO
ou A TRAGICOMÉDIA HUMANA
ÚLTIMA APRESENTAÇÃO HOJE.
Teatro José Maria Santos
19 horas
R$ 5,00
Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo
TEXTO DE FERNANDO ARRABAL
DIREÇÃO MAURICIO VOGUE
ELENCO
GIOVANA DE LIZ
JÉSSICA BEATRIZ
MARIANA GÓMEZ
ISIDORO DINIZ
ROGÉRIO HALILA
Um belíssimo espetáculo, que nesta montagem possui um tratamento estético único, mostrando toda a capacidade destes talentosos curitibanos.







O CASAL (Samuel Rangel)

Quando escrevi “Analice em Busca do Homem Perfeito”, meio que tentando amenizar esses meus tantos defeitos, falei da desventura humana na busca do par ideal, da sua metade da laranja, ou mesmo de uma parceria para a vida. A base do texto é meu testemunho de uma multidão de errantes que perambulam por becos escuros, tentando achar um alguém.

Mas ontem, após assistir a peça “A Bicicleta do Condenado” da Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo, apresentada no auditório José Maria Santos, o Riad me convidou para aquela canja n Ponto Final.

E este bar, o Ponto Final, mesmo após a reforma de 2005, guarda dentre suas paredes o mesmo espírito que lhe deu vida no início dos anos 90, pois continuando sendo freqüentado pelas boas almas que procuram boa música e um bom papo. O Ponto Final é algo muito maior do que um “bar de modinha”, ou uma vitrine de “ficantes”.

Depois de cantar meus clássicos do Zé Ramalho, sentei-me à mesa com minhas amigas Drica e Babi, falando de nossa apresentação do dia 06 de março. Enquanto falava, deixava os olhos correrem pelo bar, como se buscando algum novo argumento para que eu possa usar em minha peças de teatro. Foram tantas as inspirações que apareceram por ali, que não seria surpresa ser visitado mais uma vez pelo insólito, pelo inacreditável, pelo absurdo.

Mas ontem, vi algo raro, como uma floreira única de uma casa de arquitetura alemã, teimosa que insiste em resistir em meio à sobra doss arranha-céus de vidros negros das grandes cidades.

Um casal.

O que me chamou a atenção, é o semblante, diferente de tudo que se vê.

Enquanto todos carregam nos olhos cicatrizes e ressentimentos de experiências inglórias com as coisas do amor, o casal tinha algo de infantil no olhar. Uma alegria que vez por outra transbordava em forma de beijos e abraços, uma simples alegria de “estar junto”. Diferente daqueles casais que se devoram em desejo, via-se algo mais que hormônios, algo mais que uma simples excitação. Era na realidade uma comemoração da união. Esse comportamento logo me demonstrou que não era união de poucos meses ou quase ano.

Como é de costume, não em contive e fui conversar com o rapaz, que me era familiar das mesas do Ponto Final. Conversando com ele ouvi tratar-se de um relacionamento de quase uma década. Sete anos lentos se passaram preguiçosos antes que se casassem, e mais outros já somavam em bodas.

Confesso que me fez bem aquela imagem.

Eu testemunha cética das carências e anseios de tantos, estava lá assistindo o improvável dançar alegre em minha frente. Ainda existem aqueles que se permitem construir floreiras teimosas onde o concreto era provável. Ainda existem pessoas que cuidam dos jardins da alma, e neles deixam soltas as crianças dos sentimentos brincarem de roda, ou mesmo correm atrás de borboletas coloridas, com uma ingenuidade invejável.

E se ainda existem pessoas assim, não ouso duvidar que um dia mais duas delas se encontrem, ou mais quatro, ou mais tantos.

Essa imagem não me faz mudar de idéia ou abdicar de meus conceitos, principalmente aquele tão sólido quanto o fato de que “um mais um, só é fácil na matemática”. Enquanto expressão aritmética é a mais simples das somas, mas no que se refere ao relacionamento, é uma verdadeira equação extremamente complicada, repleta de variantes e incógnitas, que tornam o resultado imprevisível.

Sem mudar os meus conceitos, sei que é complicado, mas ainda existe.

Então percebi que a nossa capacidade de “ACREDITAR”, depende muito de para onde miramos nossos olhos.

sábado, 1 de março de 2008

ESCLARECIMENTO -

A primeira vista, a comédia Trupe de Elite poderia parecer a ridicularização da Autoridade Policial Militar, porém, para todos aqueles que assistem às apresentações, fica bem claro que a intenção é totalmente diversa.

A Companhia Anjos Boêmios, usa do humor como forma de diálogo com o público, e não é diferente com este espetáculo também. Uma vez estabelecida a comunicação da Companhia com o Público, a Companhia Anjos Boêmios se permite colocar no papel de catalisar o pensamento social.

Em relação à Trupe de Elite, o espetáculo tenta propor ao público a representação da realidade policial, tornando claro que debaixo de cada farda, existe um Ser Humano, com seus anseios, expectativas, necessidades, e dificuldades que afetam todos que estão inseridos na dura realidade social.

O fato de usar o humor como linguagem de comunicação, apenas serve como atrativo para o público, não deixando em nenhum momento de ser uma forma de representação que possibilita uma análise e uma reflexão sobre os problemas atuais.

Desta forma, a Companhia Anjos Boêmios vem de público manifestar seu respeito pela Instituição da Polícia Militar, seja ela do Paraná ou de qualquer outro estado, bastando apenas relembrar que em todos os seguimentos da sociedade, existem bons e maus profissionais.

Não se pode fazer desrespeitar uma instituição, por ter em seus quadros profissionais indignos. Se assim fosse, estaríamos a beira do caos, pois seja Magistratura, Ministério Público ou mesmo os inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, seja o Poder Executivo, ou mesmo o Legislativo, sejam empresas, associações ou agremiações, não há só uma que não tenha sido afetada por um ato de um componente indigno.

Assim, a Companhia ainda coloca em pauta a reflexão de que, A PERDA DE RESPEITO POR INSTITUIÇÕES, E PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO À AUTORIDADE, CONSTITUI EM VERDADEIRO CONVITE À ANARQUIA, A ADOÇÃO DO CAOS, E O VERDADEIRO ABANDONO DO DIREITO E DA JUSTIÇA COMO ÚNICO MEIO DE REGULAR A VIDA EM SOCIEDADE.

Neste sentido, e abraçando a causa dos bons policiais, a Companhia Anjos Boêmios faz questão de veicular a Carta Aberta do Coronel Paul da Polícia Militar do Rio de Janeiro, sabendo esta ser uma manifestação da vontade de todas as Polícias Militares do Brasil.



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Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008

COMANDANTES GERAIS DAS POLÍCIAS MILITARES DO BRASIL - CARTA ABERTA

RIO DE JANEIRO

21 de fevereiro de 2008

Eu, Paulo Ricardo Paúl, cidadão brasileiro, natural do Rio de Janeiro, nascido em 27 de julho de 1957, Coronel de Polícia do serviço ativo, incorporado em 26 de fevereiro de 1976, lotado na Diretoria Geral de Pessoal, sem função e tendo como última função a de Corregedor Interno, publicamente, solicito aos Coronéis de Polícia do Brasil, no exercício da função de Comandantes Gerais, que desenvolvam as seguintes providências, em respeito à honra pessoal, ao decoro da classe e ao pundonor Policial Militar:

1. Reúnam os Comandantes, Chefes e Diretores de todas as Organizações Policiais Militares e leiam essa Carta Aberta;

2. Determinem que cada Comandante, Chefe ou Diretor reúna os Oficiais sob suas ordens e leia essa Carta Aberta;

3. E que os Oficiais reúnam todos os Praças sob suas ordens e leiam essa Carta Aberta.

“A gloriosa e heróica Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, gênese de todas as Polícias Militares do Brasil, se encontra sob "intervenção" do Poder Executivo Estadual.Uma "intervenção" que tem por objetivo manter excluídos da cidadania os Militares de Polícia, que percebem salários famélicos e que trabalham sob as piores condições possíveis.Essa foi a resposta dada à mobilização cívica promovida pelos “Coronéis Barbonos” e pelos “40 da Evaristo”, que cobravam o resgate da cidadania do Policial Militar, através da concessão de salários dignos e de adequadas condições de trabalho.O Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro arrisca a sua vida diariamente em defesa do cidadão fluminense, recebendo menos de R$ 30,00 (trinta reais) por dia, metade do que recebe uma diarista para limpar uma residência de classe média.O Chefe do Poder Executivo, diante das justas reivindicações feitas para o resgate da cidadania do Policial Militar - que recebe o segundo pior salário do Brasil -, responde com a inércia própria dos que esquecem as promessas, o que faz com que a mobilização cívica ganhe as ruas e receba o apoio da Sociedade Fluminense.Atos cívicos ocorreram ordeira e pacificamente, comparecendo Oficiais e Praças, todos de folga, em trajes civis e desarmados.A população aplaude os nossos pleitos.Os nossos direitos constitucionais estavam sendo exercidos sem causar qualquer transtorno ao cidadão fluminense.Impotente para reverter o maciço apoio da Sociedade Fluminense, surge o autoritarismo e o arbítrio, como tentativas de enfraquecer a nossa mobilização cívica.O nosso digno e competente Comandante Geral - Coronel de Polícia Ubiratan de Oliveira Angelo - foi “arrancado” da função no terrível dia 29 de janeiro de 2008.Sob um “regime intervencionista”, a troca do Comando Geral ocorreu sob as vistas do Secretário de Segurança e entre quatro paredes, longe da tropa, da população fluminense e da mídia, impedida de cobrir o evento.Um ato de autoritarismo sem precedentes na história brasileira e na heróica história das Polícias Militares.No auge do exercício de uma postura antidemocrática, é imposto como Comandante Geral da PMERJ um dos Coronéis Barbonos, coronel que desde o início da mobilização cívica participou de todos os atos e assinou todos os documentos, inclusive o compromisso de não assumir o Comando Geral, em nenhuma hipótese.Ele assume e simultaneamente fere de morte a sua honra pessoal, o que determina a sua indicação para submissão à análise ética do Conselho de Justificação, na conformidade da lei, o que não ocorrerá nesse período de exceção.E a partir desse dia, com a imposição de um comando sem qualquer legitimidade junto aos Oficiais e aos Praças, temos assistido toda a sorte de arbitrariedades e de oportunismos, interna corporis.A honra pessoal foi posta de lado, como se pudesse ser guardada no armário do alojamento.Tenham certeza, Policiais Militares do Brasil, temos lutado contra tudo isso, com todas as armas que a legislação permite e que a dignidade exige.Temos buscado o Judiciário e o Ministério Público, além de todos os recursos administrativos.Porém, essa é uma luta muito difícil, uma luta contra o poder!Um poder que tudo pode na sua onipotência.Um poder que faz e desfaz decretos segundo os seus interesses pessoais, com o claro objetivo de constranger os Oficiais mobilizados civicamente.Ameaças passam a fazer parte do vocabulário castrense, com o objetivo de cercear a nossa cidadania.E a palavra “traição” passou a habitar a caserna.Lutamos uma “guerra” contra a opressão civil, uma verdadeira “ditadura de terno e gravata”.Lutamos e continuaremos lutando, pois não conhecemos derrotas.E continuaremos lutando até o restabelecimento da honra institucional e da nossa honra pessoal, não tenham dúvidas sobre isso.As ofensas dirigidas publicamente a Coronéis de Polícia, citados como chatos, sindicalistas, irresponsáveis e que não desejam trabalhar, não ficarão sem respostas a altura, tenham certeza.Realizaremos tantos atos cívicos quantos forem necessários para mobilizar toda a sociedade fluminense – o cliente dessa insegurança pública – na luta pelo resgate da cidadania do Policial Militar.Por derradeiro, esclareço a motivação dessa “Carta Aberta”: o pedido para que tomem todas as providências cabíveis para evitar que os dias de terror vivenciados na gloriosa e heróica Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro nunca ocorram na Polícia Militar que vocês escolheram para servir, para amar e para morrer, se preciso for!Façam ecoar o nosso brado por todo esse país continente, esse Brasil que afunda no lamaçal dos escândalos políticos de cada dia, nos escândalos de terno e gravata:

“JUNTOS SOMOS FORTES!”

PAULO RICARDO PAÚLCORONEL DE POLÍCIA

TRUPE DE ELITE (Samuel Rangel)


Trupe de Elite é um projeto de Teatro Experimental, baseado em roteiro e improvisação, que utiliza como cenário uma locação de bar. A idéia de Samuel Rangel foi muito bem recebida pelo talentoso ator Rafael Magaldi, que prontamente aceitou o convite, estreando então o espetáculo no último final de semana de setembro de 2007.

Durante todos os finais de semana do mês de outubro, Samuel Rangel e Rafael Magaldi interpretaram o espetáculo, que na época misturava a idéia com apresentações de esquetes onde Rafael incorporava seus personagens como o Marido, a Velha, Junior, Anali, além de outros.

Como Rafael assumiu alguns trabalhos perante a Rede Globo, que tornaram sua agenda incompatível com a idéia, Samuel Rangel convidou os atores Altamar Cezar, Piu Ricetti, Luiz Aguiar Junior, Déia Truppel para levar a idéia adiante. Na segunda montagem, Trupe de Elite passou a tratar exclusivamente da atividade policial, retratando uma cena em que um meliante (Alfinete), na intenção de fugir da polícia, entrava no bar para tentar se esconder.

Neste formato a peça foi apresentada então, em temporada de um mês, no bar Ponto Final, até o penúltimo final de semana de novembro. Após, a peça foi convidada para abrir Festival de Teatro de Campo Largo, realizando mais uma apresentação no dia 1º de dezembro, e fechando as cortinas do festival no dia 08 de dezembro de 2007. Esta também foi a última apresentação da Companhia Anjos Boêmios em 2007. A atuação de Piu Ricetti em Trupe de Elite, somada com a interpretação do personagem Caio em Analice em Busca do Homem Perfeito, rendeu a ele o prêmio de Melhor Ator 2007.

Encerrado o ano, a Companhia Anjos Boêmios passou a realizar seus projetos para 2008, os quais podem ser conhecidos na página da internet http://www.companhiaanjosboemios.blogspot.com/ ,

Acompanhando a tendência da companhia, Trupe de Elite também foi adaptada. Em virtude da ampliação do elenco da Companhia Anjos Boêmios, Trupe de Elite cresceu, recebendo novo tratamento, com novas histórias, novos personagens, e novo elenco.

Hoje Trupe de Elite tem um roteiro extremamente flexível, interpretado no mínimo por quatro atores, e admitindo apresentações com mais de quinze personagens, respeitando ainda fielmente a técnica de roteiro e improvisação. Assim, torna-se bastante interessante saber que no roteiro constam simplesmente de 6 a 9 fatos que ocorrerão durante a apresentação. Os atores, concentrados no subtexto do papel que interpretam, dão a estes fatos as respostas compatíveis com a psique do seu personagem, adequando à resposta do público que acompanha a apresentação, tornando a história extremamente imprevisível.

Exatamente por isso, Trupe de Elite muda a cada apresentação, servindo inclusive de laboratório e oficina para o elenco.

Estreando agora dia 06 de março no Ice Beer Hot Bar, e estendendo temporada todos os sábados do mês de março no Espaço A do Clube 3 Marias, Trupe de Elite, Segunda Temporada, vem com o slogan Ainda mais Ferozes e Estressados.

É com certeza mais um projeto da Companhia Anjos Boêmios que carrega a marca da ousadia, irreverência e despretensão, fórmula para perfeita para levar muito entretenimento para o público Curitibano.