terça-feira, 29 de janeiro de 2008

RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE NA INTERNET – AUTOS 01/2008 (Samuel Rangel)

Quem fez parir Mateus que ajude a embalar!

A pequena alteração do ditado popular deve-se ao simples fato de que, por mais que a tecnologia avance, espero que cada vez mais ela se afaste da idéia de um homem parir. Que Deus nos ajude a não chegar nem perto deste dia, até por que restaria a dúvida de por onde sairia a criança. Melhor deixar a imaginação de lado e ir logo ao assunto.

Não bastasse o surto epidemiológico de vírus cuja paternidade ingrata é desconhecida pela internet, como aquele que manda recadinhos em nosso orkut do tipo: “Veja os Bichinhos mais Animados”; “Olhe o vídeo que fiz para você”, “Encontrei um outro orkut com sua fotos. Me aceita nele”, e mais uma infinidade de bobagens que inventam só para descobrir a sua senha no banco, existem órfãos que freqüentam o fórum da internet com paternidade duvidosa.

O que mais me entristece em relação a estes órfãos, é que são criaturas abençoadas. Falo daqueles belos e-mails que recebemos sem saber quem é o autor. Muitos deles nos brindam com largos sorrisos e nos propiciam momentos de boa descontração nestes dias loucos que vivemos.Então, buscando brindar a autoria destas maravilhas eletrônicas, podemos contar com a internet.

Certo?

Errado!

Absolutamente errado, pois sempre tem alguém que além de ocultar o verdadeiro autor do e-mail, atribui a autoria da obra a outro.

E o pior são aqueles infelizes sem criatividade nenhuma, que copiam a obra do outro e colocam o próprio nome. A estes dedico meus sentimentos de pena, e também comunico que tenho uma prima veterinária que pode receitar um “Gardenal animal”.

Mas sem mais delongas, vamos aos fatos.

Recebi hoje um texto que fala dos palavrões como forma única de expressar determinados sentimentos. E ó lógico que tentando descobrir quem era o proprietário do texto, fui procurar no google.

Pronto. Esta feita a salada. Sirva-se a mesa com o churrasco de fígado frio e a maionese azeda.

No campo de Busca digitei a expressão “Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário”, e descobri que se trata de uma anomalia genética. No pólo paterno, de pronto descobri que o texto é de Luis Veríssimo (imagino que seja um novo nome cabalístico do segundo), ou de Luis Fernando Veríssimo, ou de Millor Fernandes, ou de uma legião maltrapilha de blogueiros como eu.

Ok. Para ajudar no processo, já informo que o texto não é meu.

Pela qualidade, de pronto suspeito daqueles dois férteis escritores: Luis Fernando Veríssimo e Millor Fernandes, porém não quero interferir no processo de verificação do mérito, apesar de saber que a pensão decorrente desta paternidade é bem interessante: é o reconhecimento.

Imagino que o Luisinho e o Millô estejam meio ocupados demais para responder esse humilde blogue, mas seria de grande valia para auxiliar no processo de “desputarização da Internet” (aliás, uma das maravilhas do neologismo – Imagina a manchete na Gazeta do Povo – Assembléia passa por processo de “desputarização” – Chega a causar arrepios de alegria).

Porém, neste primeiro momento, gostaria apenas de sugerir alguns procedimentos básicos:

1) Se tem autor, não retire o nome;
2) Se você não sabe o nome, não invente um;
3) Se você não sabe inventar nome, não coloque o seu;
4) Se colocar seu nome, e se não lhe basta saber que é feio, saiba que é crime;
5) Mas se ainda assim você gosta de assumir o que é dos outros como seu, tem um amigo meu pagando seis pensões alimentícias todo mês. Você quer assumir?

Como uma vez disse uma amiga minha: “Para me comer tem vinte, mas para pagar um jantarzinho não aparece um desgraçado”.

Processo de paternidade na internet instaurado. Chego a imaginar o pequeno texto correndo pelos corredores da inernet, arbindo os pequenos bracinhos e perguntando a todos: Papai? Papai? Papai?

(“Para se ter uma imaginação fértil, devemos antes nos permitir pensar muita merda.” – Ok. Essa frase é minha e acabei de inventar)